AS AVENTURAS DE TINTIM 2

Tudo o que sabemos sobre a continuação do filme de Tintim

TINTIM TERÁ NOVO FILME COM ATORES

As Joias da Castafiore será adaptado para o cinema, afirma diretor

TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID

O dublador do Capitão Haddock soltou o verbo em bate-papo com o blog

TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA

Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais

TINTIM GANHA NOVO JOGO

Game para smartphones ainda não está disponível em todos os países

TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

25 dezembro, 2015

Retrospectiva 2015: os fatos que marcaram o mundo tintinófilo

O que marcou o mundo tintinófilo em 2015? Apesar de não termos um novo Tintim há mais de 30 anos, vez por outra ainda surgem novidades para quem curte a obra de Hergé. Algumas não tão boas, é claro, mas fazer o quê? Confira os destaques deste ano e um pouco do que esperar do amanhã...


Tintim redublado na Netflix: Depois do filme de 2011, a série animada da Nelvana finalmente chegou ao aplicativo de streaming no Brasil. Tinha tudo pra ser perfeito, até levarmos um balde de água fria: a série foi redublada. A empresa alegou que o estúdio já vendeu a série com a nova dublagem e legenda, e praticamente descartou a possibilidade de uma mudança. Pelo menos os longas animados (O Lago dos TubarõesO Templo do Sol e O Caso Girassol) estão com os dubladores clássicos.

Coleção de Figuras de Tintim: A Planeta DeAgostini lançou uma série oficial de figuras dos personagens de Tintim. Porém, a distribuição foi restrita a algumas cidades do interior da região Sudeste. Poucos meses depois, após apenas 5 edições, a coleção foi suspensa por tempo indeterminado, e nunca mais voltou. Como é difícil ser tintinófilo no Brasil!

Fãs de Tintim x Moulinsart: Um fã-clube holandês surpreendeu o mundo tintinólogo ao revelar um documento que pôs em cheque os direitos de propriedade da obra de Hergé. A Association Hergé Genootschap teve duas vitórias sobre a Moulinsart no tribunal de Haia, que garantiu o direito de reprodução de imagens dos álbuns de Tintim, cedidos pelo próprio Hergé à Casterman.

Tintim 2: Ainda não foi esse ano que tivemos o anúncio do próximo filme de Tintim, que seria dirigido por Peter Jackson. O cineasta disse que não deve se dedicar a blockbusters depois da trilogia "O Hobbit", mas sim a filmes menores. Já o ator Jamie Bell, que viveu Tintim no longa de 2011, disse que a sequência ainda está garantida e pode ser gravada em 2016. Mas não vamos criar expectativas, não só porque já ouvimos essa conversa antes, como também porque o filme pode ter perdido o roteirista.

Lançamentos: Como parte das iniciativas para proteger e promover Tintim, a Moulinsart lançou este ano uma exposição em Londres, uma coleção que publicará a obra completa de Hergé, um avião temático e um espetáculo ao ar livre baseado em "As Jóias da Castafiore". Para um futuro próximo, foi anunciada uma adaptação radiofônica dos álbuns de Tintim, ainda sem data de estreia, e um novo projeto de animação para TV, que deve ganhar mais novidades em breve.


Entrevistas históricas: Não podemos deixar de mencionar aqui dois grandes feitos que marcaram o ano do Tintim por Tintim. Logo no início de 2015, Jean-Pierre Talbot, o ator que viveu Tintim no cinema, conversou com o TPT sobre o trabalho de sua vida. Depois, foi a vez de Isaac Bardavid, dublador brasileiro do Capitão Haddock, soltar a voz em uma entrevista reveladora. Sem dúvidas, foram momentos muito especiais para quem acompanha o blog. Que venham mais!

In Memoriam: Melissa Mathison, Pierre Sterckx, Jordi Tardà.
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18 dezembro, 2015

STAR WARS: Você viu atores de TINTIM no filme?

Atenção: esta postagem pode conter spoilers do filme Star Wars: O Despertar da Força.

Depois de três décadas, finalmente os fãs já podem ver a continuação de uma das maiores franquias cinematográficas - eu diria a maior - da história, Star Wars. O Episódio VII, dirigido por J.J. Abrams, chegou dividindo opiniões e deixando muitas perguntas no ar, mas quem viu certamente concorda que foi um grande passo para o universo estabelecido por George Lucas há muito tempo, numa galáxia muito distante.

Eu queria dizer pra vocês que achei O Despertar da Força um ótimo recomeço, apesar do excesso de paralelos com o primeiro filme e do desperdício de alguns personagens, no meu ponto de vista. Também que fiquei chocado com AQUELA cena (!) e que eu não precisava ver aquilo, mas sei que vai ser importante para o desenrolar da trama Sem dúvidas, J.J. Abrams acertou ao apostar na nostalgia, mas faltou um pouco mais de originalidade; a premissa é a mesma, a ameaça só ganhou uma proporção aparentemente maior e o vilão ainda precisa de desenvolvimento. Mas funciona bem como um novo Star Wars. Tem um elenco afinadíssimo, uma qualidade técnica pra ninguém botar defeito e ainda apresenta novos personagens muito carismáticos (o trio Rey, Finn e BB-8 conquistou corações). Star Wars: O Despertar da Força trouxe de volta a diversão, a emoção e todo sentimento envolvido em assistir a um verdadeiro filme da saga. Sei que o tema aqui é outro, mas eu precisava arranjar uma boa desculpa para dizer tudo isso. ¯\_(ツ)_/¯ 

Se você já viu o filme, percebeu a quantidade de personagens que não mostram o rosto, seja por estar coberto por um capacete - Capitã Phasma (Gwendoline Christie), que desperdício! -, seja por ter a aparência de um extra-terrestre produzido com efeitos práticos ou captura de movimentos - Maz Kanata (Lupita Nyong'o) que o diga. O que você talvez não saiba é que embaixo de máscaras e maquiagens digitais há alguns nomes bem conhecidos, e pelo menos três deles estiveram presentes também no filme "As Aventuras de Tintim" (2011), onde, veja só, também não mostraram a cara.

Capitã Phasma: um novo Boba Fett ou uma surpresa escondida?
Um grande surpresa para os fãs é descobrir que Daniel Craig, o James Bond (também conhecido como Sakharine/Rackham, o Terrível), faz uma participação no longa. Ele é aquele Stormtrooper que se torna a primeira "vítima" de Rey (Daisy Ridley) na cena em que ela usa a Força para ser libertada na base Starkiller. O ator, que estava gravando o último 007 (Spectre) perto do set de Star Wars, em Londres, teria implorado para fazer uma ponta no filme, e não é creditado por isso. Fez porque é fã. #eutambémfaria

Desafio: encontre o Daniel Craig.
Quem revelou a tietagem de Craig foi outro grande fã da saga, Simon Pegg, que também ganhou um papel no filme. Mas nem adianta tentar encontrar o intérprete do detetive Dupond em cena, pois ele está irreconhecível na pele do alien Unkar Plutt. Pra quem não identificou pelo nome, o personagem é o responsável pela compra de sucata no planeta Jakku, onde vive Rey. A propósito, Pegg está zerando a vida hein! Que nerd não gostaria de estar envolvido em franquias como Star Wars, Star Trek e Missão: Impossível ao mesmo tempo? Não esquecendo de As Aventuras de Tintim, é claro. :)

Simon Peeg, além de estar nas melhores franquias, também é tintinófilo.
A maior - e põe maior nisso - participação de um ator do filme de Tintim em Star Wars VII é, sem dúvida alguma, a do grande mentor do Lado Negro, o Supremo Líder Snoke. Andy Serkis, o nosso Capitão Haddock, empresta seus movimentos, em mais uma brilhante atuação em perfomance capture, ao vilão que está por trás de Kylo Ren (Adam Driver) e da Primeira Ordem. E o papel terá ainda mais destaque nas sequências, como sugere o próprio personagem. Está aí um grande ator que não faz questão de aparecer!

O Supremo Líder Snoke está longe de parecer com o Capitão Haddock.
Falando em aparecer, um rosto - este sim - que reconheci de imediato quando passou de relance no filme foi Thomas Brodie-Sangster (Maze Runner). Ele é um oficial da Primeira Ordem, que aparece rapidamente em uma das cenas dentro da base Starkiller. Talvez você não se lembre, mas ele foi o primeiro ator escalado para interpretar Tintim no filme de Steven Spielberg, então vale a menção. Atualmente, Sangster dubla o protagonista da série "Thunderbids Are Go", produzida pela Weta, de Peter Jackson.

Além dos atores citados, teve mais gente querendo participar do novo Star Wars, incluindo membros da equipe técnica. O compositor Michael Giacchino (Os Incríveis) também deu vida a um Stormtropper, a filha de Carrie Fischer (Leia), Billie Lourd, fez uma ponta como uma tenente da Resistência e até Warwick Davis, que fez um Ewok em "O Retorno de Jedi", voltou como Wollivan, provavelmente uma criatura sem grande importância. É, a Força é poderosa com este filme. Que venham os próximos!

Com informações do IMDb.
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09 dezembro, 2015

Tintim no Cinema: O Templo do Sol

Tintim e os Prisioneiros do Sol (Tintin et le Temple du Soleil) foi o primeiro longa-metragem em animação tradicional inspirado nos personagens de Hergé. Tendo como base o álbum "O Templo do Sol" (e parte de "As 7 Bolas de Cristal"), o filme foi produzido em 1969 pelos estúdios Belvision e Dargaud-Films. Com aproximadamente 77 minutos, a co-produção franco-belga foi dirigida por Eddie Lateste e produzida por Raymond Leblanc.

Capa da revista Tintin de 23 de dezembro de 1969. Fonte.
Sinopse

Uma maldição Inca atinge 7 exploradores que invadem a tumba de Rascar Capac. Quando o Prof. Girassol comete o sacrilégio de usar o bracelete da múmia, acaba sendo sequestrado e levado para o Peru. Tintim, Milu, Haddock e os detetives Dupond e Dupont viajam à América do Sul em busca do Templo do Sol, para onde ele foi levado. Com a ajuda de Zorrino, um jovem nativo, eles tentarão resgatar o amigo, mas terão que escapar do sacrifício no Templo do Sol.


Histórico

Tintim estava perdendo espaço para Asterix, que em dez anos já ocupava o primeiro lugar nas vendas de álbuns. Para alavancar o sucesso de Tintim, Hergé fechou com a Belvision, de Raymond Leblanc, para a produção de dois longas animados para o cinema. A essa altura, o estúdio já acumulava experiências positivas com os longas animados do próprio Asterix, bem como a série de desenhos animados baseados nas aventuras de Tintim (incluindo "O Caso Girassol"). O estúdio desenvolveu melhores técnicas de animação, contando com uma equipe de cerca de 300 profissionais, entre eles colaboradores de Hergé, como Bob de Moor.

Hergé, Raymond Leblanc e uma maquete do Templo do Sol.
Foto: Fondation Raymond Leblanc
Segundo Benoît Peeters, no livro "Hergé: Filho de Tintim" (Verbo, 2007), o criador do repórter estava cético, porque sabia que seu estilo gráfico era mais difícil de animar do que o de Uderzo. Mas não queria deixar terreno livre para aquele que se tornou seu principal rival. Foi com algum distanciamento, para não dizer desconfiança, que acompanhou a adaptação do álbum "O Templo do Sol", que parecia ser o mais adequado para o cinema.

O roteiro foi escrito por Greg em parceria com Eddie Lateste, Jos Marissen e László Molnár. A trilha sonora foi assinada por François Rauber. O filme estreou na França em 13 de dezembro de 1969. Em Portugal, a estreia só ocorreu um ano depois, em 23 de dezembro de 1970. Com um baixo custo de produção e uma grande publicidade, foi um sucesso comercial, ganhando versões dubladas em diversos idiomas.

Filme x Álbuns

O filme tem como base os álbuns "As 7 Bolas de Cristal" e "O Templo do Sol", que fazem parte da mesma trama. Contudo, no roteiro adaptado por Greg (que também trabalhou em "O Lago dos Tubarões'), o primeiro álbum é comprimido em cerca de 20 minutos. Quase toda a ação de "As 7 Bolas de Cristal" é resumida em uma apresentação bem didática da maldição de Rascar Capac, seguida de uma cena no Castelo de Moulinsart - e não na casa do Prof. Bergamote (que aqui é chamado Prof. Tarragon), como no álbum - até o sequestro do Prof. Girassol.


Além de cenas excluídas, elementos inéditos também são incluídos no enredo, como a constante aparição dos espiões indígenas que são, logo de cara, responsabilizados - apenas para o espectador - pelos atentados aos membros da expedição. Outra alteração, visando o lado humorístico do filme, foi o aumento da participação de Dupond e Dupont, que fazem a jornada até o templo junto com Tintim e o Capitão, enquanto no álbum eles rodam o mundo guiados pelo pêndulo professor. Ah, também deram um jeito de colocar um helicóptero onde não existia...

Uma mudança desnecessária foi a criação de uma personagem que não está presente nos álbuns, Maïta, a filha do Grande Inca. A princesa mal tem tempo de se apresentar, mas sem ela não haveria nenhuma representante do sexo feminino no filme - a não ser uma ou outra nativa sem importância. Vale ressaltar que o roteiro teve aprovação de Hergé, então, não há muito o que questionar.


Opinião

Esta é, sem dúvidas, a melhor das três animações estreladas por Tintim e seus amigos. Apesar de não seguir à risca o enredo dos álbuns, é bem fiel em sua essência. A sequência inicial, explicando a exploração à tumba de Rascar Capac, é uma adição relevante. Mas há alguns diálogos, como o da primeira cena no castelo de Moulinsart, que são um tanto desconexos - não sei se pela tradução ou por falha do roteiro mesmo.

Boa parte das falhas do filme está justamente nas alterações feitas em relação ao original de Hergé. O humor pastelão dos Dupondt, que deveriam ter uma participação menor na aventura, nem sempre tem toda a graça esperada. Já uma cena que poderia ter sido esquecida, a do massacre dos crocodilos, ocupa muito tempo de tela. No que diz respeito ao "romance" de Zorrino, nem condeno a ideia totalmente. Mas se resolveram inserir um interesse romântico para o indiozinho, bem que a relação entre os dois poderia ter sido melhor desenvolvida...

No geral, "Tintim e os Prisioneiros do Sol" - como diz a narração dublada - tem mais pontos positivos do que negativos. Tecnicamente, a animação é boa, considerando a década e o local em que foi produzido. A trilha sonora também é bastante agradável, tanto é que virou disco. Para os tintinófilos da epóca, deve ter sido uma experiência sensacional. 

Curiosidades

:: A cena de abertura conta com um apresentador, que explica a uma plateia sobre a expedição Sanders-Hardmuth (que aqui vira "Hardman") e a maldição de Rascar Capac. A fisionomia é claramente inspirada em Hergé, criador de Tintim.

:: O Prof. Bergamote, o último explorador atingido pela "maldição do Rascar Capac", tem outro nome no filme: Tarragon. Girassol, cujo primeiro nome é Trifólio, é mencionado como Cuthbert, como na tradução inglesa.

:: Uma adaptação impressa com imagens extraídas do filme foi publicada a partir do número 41 da revista Tintin, em de 14 de outubro de 1969. Na verdade, era um tapa-buraco para compensar a ausência de novas criações de Hergé no semanário belga. A 17ª e última página foi publicada no número 6 de 1970, lançado em 10 de fevereiro. Entre as edições 4 e 8 daquele ano, a revista publicou uma série de matérias especiais intitulada "Le roman vrai de Belvision", sobre os bastidores do filme, apresentando fotos e entrevistas com a equipe.

Capa da edição 41 do Journal de Tintin e página 52 com a primeira parte da aventura extraída do filme.

:: Entre 1966 e 1973, Hergé não trabalhou em nenhum álbum inédito de Tintim. Ele teria usado como desculpa os preparativos para os filmes "O Templo do Sol" e "O Lago dos Tubarões". Na verdade, conta-se que ele teve pouca influência sobre a produção.

:: A versão nacional do filme, lançada em DVD, exibida na TV e agora disponível no Netflix, exclui uma cena de quase 3 minutos. Trata-se de uma canção entoada por Zorrino, "Ôde à la nuit". Não se sabe o motivo para o corte da sequência musical, composta por Jacques Brel.



:: O filme conta ainda com outra música, desta vez um dueto entre Zorrino e a princesa inca. Com um tom mais emotivo, "La chanson de Zorrino" é a única parte do filme que desenvolve, ainda que superficialmente, o sentimento romântico entre os jovens nativos. A inclusão de canções no longa pode ter sido um artifício para se aproximar das animações dos estúdios Disney, conhecidas por seus grandes musicais.


:: Na versão original, Zorrino foi dublado por uma mulher, Lucie Dolène, atriz e cantora francesa.

:: Tintim não usa calças de golfe, como nos álbuns originais, mas sim uma calça comprida marrom, similar à que apareceria em sua última aventura completa, "Tintim e os Pícaros".

:: O longa foi lançado em VHS no Brasil pela America Vídeo em 1988, com o título "Tintim e o Templo do Sol". Na época, o lançamento ganhou destaque no jornal Folha de S. Paulo.

: O filme está disponível na íntegra online através do YouTube. Clique aqui para assistir e veja também algumas artes conceituais dos personagens.

:: Confira o trailer original do lançamento no Brasil. Créditos: tujaviu.com.


:: Elenco de dublagem (francês e brasileiro):

Tintim - Philippe Ogouz: Oberdan Junior
Capitão Haddock - Claude Bertrand: Isaac Bardavid
Professor Girassol - Henri Virlojeux: Orlando Drummond
Dupont - Guy Pierrault: Darcy Pedrosa
Dupond - Paul Rieger: Márcio Simões
Zorrino - Lucie Dolène: Pedro Eugênio
Professor Tarragon - André Valmy: Leonel Abrantes Médico
Médico .- Serge Nadaud: Miguel Rosenberg
Homem gago - Jacques Balutin: Guilherme Briggs
Grande Inca - Jean Michaud: Carlos Seidl
Palestrante - Roland Ménard: Pietro Mário

:: O primeiro filme de Tintim, de fato, foi baseado no álbum "O Caranguejo das Tenazes de Ouro". A animação, em stop-motion, nunca foi lançada comercialmente nos cinemas. Saiba mais aqui.

Inclui informações do IMDb, Wikipédia e Journal de Tintin.
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02 dezembro, 2015

Aprenda a fazer uma réplica da lata de caranguejo Crabe Extra

As Aventuras de Tintim estão cheias de objetos memoráveis. Do foguetão lunar ao ídolo Arumbaya, do cetro de Ottokar até os cogumelos "infláveis", são vários os ícones que associamos rapidamente a cada história. Uma lata de Crabe Extra é o estopim da aventura que marca o primeiro encontro entre Tintim e o Capitão Haddock, "O Caranguejo das Tenazes de Ouro". Os caranguejos em conserva de Omar Ben Salaad ganharam tanta fama que já viraram tema de obra de arte de Andy Warhol. Mas, será que é possível para um tintinófilo comum adquirir um item tão mítico? Vou te mostrar que sim, e sem desembolsar nenhuma fortuna.


A 'tintinófila' Pamela Reis nos ensinou como fazer sua própria lata de Crabe Extra (como esta aí da foto). Confira o passo-a-passo:

Você vai precisar de:


  • Uma embalagem para Clips nr.2/0 galvanizado (lata c/500g);
  • Uma fita métrica;
  • Uma régua;
  • Uma caneta;
  • Um tubo de cola;
  • Um estilete;
  • Uma faca de serra;
  • Uma lixa média. 
Como fazer:


  • Abra a lata e demarque 2,5 cm na parte superior da maior parte. Tente fazer um traçado perfeito, use a fita métrica para ajudar. (Caso queira fazer uma lata grande, não será preciso cortá-la.)
  • Depois de cortada, use a lixa para alisar o lugar do corte e retire todo o rótulo original da lata.
  • Após fazer isso, tampe a lata e veja se a tampa se encaixou bem.
  • Meça com a fita métrica ou a régua e veja se ela está com a altura uniforme.
  • Pegue a folha onde você imprimiu o rótulo “Crabe Extra” (disponível neste link) e confira as medidas para ficar perfeito para a lata. Use a régua e o estilete e recorte o rótulo.
  • Passe cola na lata em um traçado vertical (não precisa ser muita cola), depois cole a borda da lata até completar a volta inteira. Cole a outra borda sobre a primeira e pronto! Agora você já tem sua lata Crabe Extra.
Se preferir, você pode também usar uma daquelas latas pequena de batata chips. Aí você escolhe o que fazer com a lata: um porta-lápis, um cofrinho, um peso para livros (como Pamela fez) ou mesmo um objeto de decoração. Faça a sua e não esqueça de mandar o resultado para a gente.
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21 novembro, 2015

Desenho original de "Tintim no Congo" é arrematado por R$ 3 milhões em Paris

Um desenho original de Hergé para o álbum "Tintin no Congo" foi arrematado por 770.600 euros (algo em torno de 3 milhões de reais) em um leilão realizado neste sábado em Paris.

A arte, feita a lápis e tinta guache, foi criada por Hergé para a versão em álbum de 1937, e estava estimada entre 300 e 500 mil euros.


Também assinado por Hergé, um exemplar da primeira edição de "O Caranguejo das Tenazes de Ouro" (1942) foi vendido por 25.200 euros.

Obras de outros artistas também tiveram êxito, como um trabalho Tardi feita em carvão sobre papel. "A estação suburbana" foi vendido para 125.800 euros, um recorde para o desenhista francês, segundo a casa de leilões Artcurial. Isso é quase o dobro do recorde anterior para uma obra do criador da personagem Adèle Blanc-Sec.

Quadrinistas como Enki Bilal, Hugo Pratt e Carl Barks, criador do Patinhas também fizeram parte do leilão, que registrou uma venda de mais de 2,2 milhões de euros.

Com informações da AFP.
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11 novembro, 2015

Tintim ganha exposição e novo aplicativo

Será inaugurada amanhã, na Somerset House, em Londres, a mostra Tintin: Hergé's Masterpiece. A exposição, que estará aberta ao público de 12 de novembro a 31 de janeiro de 2016, pretende explorar a evolução da obra-prima de Hergé, desde as primeiras páginas dos jornais até os álbuns mais elaborados. Os visitantes terão acesso a arquivos do Museu Hergé, como esboços a lápis, desenhos de personagens e aquarelas, além de artes originais dos álbuns.

A exposição também revelará mais sobre o homem por trás da obra-prima, abordando o fascínio de Hergé pela arquitetura e design. Réplicas de locações memoráveis dos álbuns de Tintim, como o apartamento do repórter, o cortejo em Chicago (da última página de "Tintim na América") e o Castelo de Moulinsart, um dos cenários favoritos de Hergé, serão exibidos.

Michael Farr, um famoso biógrafo de Hergé, organizou a exposição junto com o Museu Hergé, em Bruxelas. Em entrevista ao The Guardian, o escritor falou sobre o retorno de Tintim a Londres, depois de mais de uma década sem uma grande exposição com o tema: "Não é destinado especialmente aos conhecedores", explicou. "Queremos trazer Tintim para um público totalmente novo".

Segundo o The Guardian, a réplica do castelo demorou quatro meses para ficar pronta;
As últimas das 6.000 telhas individuais foram coladas na semana passada.
Tintim na era digital

O escritor tem a missão de apresentar Tintim para a nova geração. Ele se encarrega ainda de outra tarefa: traduzir Tintim para a era digital em um novo aplicativo. "Você pode aplicar zoom em quadros individuais", revelou. "É maravilhoso. Tintim está vivo!"

A tradução é importante para os tintinófilos de língua inglesa, pois resgatará a originalidade do texto de Hergé. Os tradutores originais "tiveram que fazer cortes", segundo Farr, "e tiveram que tirar os insultos também. Eram livros para crianças dos anos 50 e 60. A minha versão é sem censura".

A digitalização, segundo Farr (à direita - foco na gravata!), permite que algumas das atitudes mais datadas de Hergé sejam colocadas "em seu próprio contexto". No caso de "Tintim no Congo", por exemplo, o aplicativo pode "deixar claro que esta era a visão colonialista dos negros africanos".

Hergé teria gostado da migração de sua obra para o digital, defende Farr. "Ele era um homem muito moderno...", conta o escritor, que teve o prazer de conhecer o criador de Tintim.

Ainda não há informações sobre o lançamento do aplicativo em outros idiomas, mas os álbuns digitais "Tintim no Congo", Tintim na América" e "Os Charutos do Faraó" já estão disponíveis em inglês para iOS, com direito a material extra.

:: Tanto a exposição como o aplicativo certamente fazem parte da iniciativas anunciadas pela Moulinsart para promover Tintim, que não ganha um novo título há quase 40 anos. Também está em desenvolvimento uma série de animação baseada na vida e obra de Hergé. Mais detalhes devem ser divulgados durante o Festival de BD de Angoulême, em janeiro. Por enquanto, saiba mais aqui.
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05 novembro, 2015

Morre Melissa Mathison, roteirista que apresentou Tintim a Spielberg

Faleceu nesta quarta-feira, 04 de novembro, a roteirista Melissa Mathison, responsável pelo script de "E.T. - O Extraterrestre". Ela tinha 65 anos, e ficou conhecida principalmente pelo seu trabalho ao lado de Steven Spielberg no filme de alienígena com a abordagem sensível e arrebatadora de todos os tempos.

Pra quem não sabe, Melissa foi quem apresentou a Spielberg o primeiro álbum de Tintim que o cineasta teve contato. De acordo com a história que é contada, depois que o diretor lê uma crítica que compara seu primeiro "Indiana Jones" a um tal de "Tintin", fica curioso para saber do que se tratava. Melissa, então esposa de Harrison Ford, havia trabalhado como babá para uma família francesa, para ajudar a pagar seus estudos. Em contato com a família, ela consegue um dos álbuns assinados por Hergé, cuja obra é totalmente desconhecida nos Estados Unidos. Assim, Spielberg recebe de sua colega um exemplar em francês de "O Caranguejo das Pinças de Ouro".

Spielberg, Melissa Mathinson e Harrison Ford
O contato de Spielberg com Tintim o levou a buscar os direitos de adaptação da obra, e uma reunião com Hergé foi agendada. Mas, como sabemos, o artista belga faleceu repentinamente, em 1983. O cineasta não desistiu e, após negociar com a viúva de Hergé, encomendou um roteiro para uma adaptação cinematográfica. Quem foi a responsável por escrevê-lo? Ninguém menos que Melissa Mathison. Entre 1984 e 1985, ela entregou um script em que Tintim enfrentaria comerciantes de marfim na África, aproximando a história do polêmico álbum "Tintim no Congo".

Steven Spielberg aprovou o roteiro, mas algo deu errado. "Por mais que eu tenha amado o roteiro de Melissa, eu não estava certo de que havíamos interpretado Hergé a um grau que seria palatável para os fãs raivosos ao redor do globo", disse ele ao THR, "e eu estava muito envolvido em outros filmes, então deixei a opção solta". Spielberg teria abandado o projeto para se dedicar a "Indiana Jones e a Última Cruzada". Segundo se conta, parte das ideias de Mathinson foram usadas no filme do arqueólogo aventureiro.

O último trabalho da roteirista foi no filme "The BFG", também dirigido por Spielberg e com estreia marcada para 2016. Não sabemos se o Tintim de Melissa Mathison teria sido um sucesso, mas ficamos felizes em saber que, de alguma forma, seu nome está escrito na história de Tintim, eternizado nos créditos de E.T. e na memória dos fãs.
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03 novembro, 2015

Netflix REDUBLA série de Tintim

Foram semanas de espera. Os fãs estavam ansiosos pela possibilidade de rever Tintim na telinha - seja da TV ou de seus computadores, tablets, smartphones... A expectativa pela estreia da série "As Aventuras de Tintim" no serviço de streaming Netflix era alta, afinal, o desenho animado da Nelvana baseado nos quadrinhos de Hergé não é exibido atualmente por nenhuma emissora de TV. Até mesmo os episódios em DVD já esgotaram há anos, deixando os tintinófilos brasileiros sem muita opção.


O dia 1° de novembro chegou e, para surpresa dos fãs, só uma das três temporadas estava disponível. Até aí tudo bem, a segunda chegou no dia seguinte, e a terceira deve chegar logo, logo. Há aqueles que queriam assistir pela primeira vez a série no idioma original de Tintim, o francês. Mas, infelizmente, a opção não está disponível; os áudios são em inglês, espanhol e português. Você poderia dizer que OK, sem grandes problemas até aqui. Até apertar o play e descobrir que a série foi redublada.

Veja um trecho da série redublada abaixo!

A Netflix disponibilizou uma versão remasterizada em HD da série, o que é ótimo. Mas jogou fora uma das características mais marcantes da produção da Nelvana: a dublagem clássica. Feita pelos estúdios Herbert Richers no início dos anos 1990, a versão brasileira contava com as vozes de Oberdan Junior (Tintim), Isaac Bardavid (Capitão Haddock) e Orlando Drummond (Prof. Girassol), só para citar alguns. Mas, para o assinante Netflix e os futuros fãs que talvez venham a conhecer a série através do serviço, isso não existe mais. O que restou? Confira:

Gravei um trecho de um episódio de Tintim disponível na Netflix, só pra vocês terem uma noção de como está péssima a...
Posted by Tintim por Tintim on Domingo, 1 de novembro de 2015

Agora, a opção com áudio em português conta com uma dublagem que, além de descaracterizar totalmente os personagens com vozes que simplesmente não se encaixam, incomoda por ser de má qualidade. Que me perdoem os envolvidos, mas a interpretação não é nada boa, e parece que não tiveram o mínimo cuidado de escutar a versão original ou fazer uma pesquisa básica para saber a pronúncia correta dos nomes de alguns lugares e personagens - pra você ter uma noção, Tintim chama o Capitão de "Raddock", o pirata Rackham de "Récam", e por aí vai...

Vários leitores deixaram comentários nas redes sociais reprovando a atitude da Netflix. Fãs sugerem a criação de um abaixo-assinado para tentar reverter a situação. Não é só uma questão de ficarmos chateados por terem mudado os dubladores clássicos. Isso é um problema, sem dúvida alguma, pois somos fãs daquelas vozes. Mas pior ainda é a baixa qualidade da dublagem atual. Em resposta a um tweet do Tintim por Tintim, a empresa tentou justificar a situação:

A justificativa é questionável, tendo em vista que "As Aventuras de Tintim" sempre foi transmitida no Brasil com a dublagem original (mesmo com a falência do Herbert Richers). Inclusive, de acordo com fãs, o desenho está disponível em serviços como a Claro Vídeo e NET NOW com a mesma dublagem que ouvimos nos tempos de TV Cultura. Então, será que foi o 'estúdio' citado que redublou a série? Não sabemos, de fato.

Por enquanto, o impasse continua. Com certeza podemos conseguir outras formas de assistir à série com a dublagem original (eu mesmo, assim como muita gente, tenho o box, que já está esgotado no Brasil há alguns anos). Mas, como clientes, temos o direito de exigir um serviço de qualidade, e esta redublagem está longe disso.
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29 outubro, 2015

Fã-clube de Tintim tem mais uma vitória em processo contra a Moulinsart

O processo envolvendo a Moulinsart S.A., detentora dos direitos sobre a obra de Hergé, e o Hergé Genootschap, fã-clube holandês, ganhou novidades. O tribunal de Haia, na Holanda, julgou em recurso na terça-feira, 27/10, que a Moulinsart não pode proibir o fã-clube de reproduzir em suas publicações imagens e quadrinhos extraídos dos álbuns de Hergé.

Para quem não lembra, a empresa que administra o espólio de Hergé entrou com um processo contra a associação de fãs holandeses, alegando que estes não teriam o direito de publicar imagens dos álbuns em sua revista, a Duizend Boomen (veja a capa de uma das edições ao lado), a menos que pagassem uma significativa quantia. O fã-clube, que não tem fins lucrativos, apresentou à corte de Haia um documento que colocou em questão os direitos sobre os quadrinhos de Tintim. Trata-se de um contrato em que Hergé cede os direitos dos álbuns à Casterman. O tema gerou polêmica, e pode ser lido em mais detalhes aqui.

Em sua decisão mais recente, a Justiça holandesa considerou que a autorização para reproduzir os quadrinhos deve ser solicitada ao editor (a Casterman), e não à Moulinsart, que não detém mais judicialmente os direitos dos álbuns. O tribunal considera que a Moulinsart não conseguiu provar suficientemente que tem os direitos sobre os quadrinhos de Tintim. Sendo assim, a empresa não pode proibir a utilização das reproduções nas revistas publicadas pelo fã-clube.

Embora a decisão tenha sido contrária à Moulinsart, não foi totalmente favorável à associação holandesa. Usando o direito de citação como base, a associação também reivindicou a possibilidade de reproduzir imagens de Tintim publicadas fora dos álbuns de Hergé. Acontece que os direitos sobre qualquer imagem que não esteja nos álbuns ainda pertencem à Moulinsart. Por este motivo, a corte não atendeu este pedido, considerando que o uso feito pelo fã-clube ultrapassaria os limites dos direitos de citação.

:: Em resumo: a associação holandesa pode usar imagens dos álbuns - e somente dos álbuns - a título de citação, pelo menos enquanto a Casterman não se pronunciar sobre o assunto. Quanto a qualquer outra arte de Hergé publicada fora dos álbuns - o que inclui capas de revistas, anúncios e outros -, a Moulinsart ainda pode fazer o que quiser, até mesmo cobrar pela reprodução delas.

Com informações do La Libre.
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25 outubro, 2015

Tintim no Cinema: O Caso Girassol

O Caso Calculus (L'Affaire Tournesol) é um filme de animação baseado no álbum "O Caso Girassol" e lançado em 1964. Trata-se, originalmente, de uma série dos estúdios Belvision em episódios curtos, agrupados em um único longa-metragem. Com aproximadamente 60 minutos de duração, o filme tem direção de Ray Goossens e roteiro de Charles Shows. Nunca foi lançado no cinema.

Sinopse

Vasos, janelas, vidros... em uma noite de tempestade, tudo está se partindo em pedaços no Castelo de Moulinsart. Seria a máquina de ultrassom do  Prof. Girassol a origem desses acontecimentos estranhos? Se o invento cair em mãos erradas, será um desastre. O único outro cientista que conhece o projeto, Prof. Bretzel, é sequestrado por agentes da Sildávia. Em viagem a Genebra, o Prof. Girassol é desaparece misteriosamente. Cabe a Tintim, Milu e Haddock partir em sua ajuda. Mas eles não estão fora de perigo...

Histórico

O título faz parte da série de TV  Les Aventures de Tintin, d'après Hergé. Foi dirigido por Ray Goossens (na foto, ao lado de Raymond Leblanc), roteirizado por Charles Shows e produzido pelos estúdios Belvision entre 1958 e 1963.

Como filme, "O Caso Calculus" reúne os 13 capítulos de 5 minutos que compõem o sétimo e último grupo de episódios, baseado no álbum "O Caso Girassol". Os capítulos foram grupados pela primeira vez para um lançamento em VHS.

Filme x Álbum

O roteiro faz várias alterações na história criada por Hergé. O filme exclui alguns personagens e modifica a essência - e até os nomes - de outros. Por exemplo: Serafim Lampião simplesmente deixa de existir; o Professor Topolino vira Bretzel e o Coronel Sponz, Brutel (ambos têm a aparência bem diferente dos quadrinhos); os dos detetives Dupond e Dupont ganham uma maior participação na trama, além de ter a aparência dos bigodes idêntica (e um helicóptero!); o Capitão Haddock troca o vício em uísque por café; não é feita qualquer menção à surdez do Prof. Girassol, que declara que sua pátria é a Sildávia - algo nunca confirmado por Hergé.


Opinião

Não há muito o que dizer sobre esta adaptação. Bom, pelo menos nada muito positivo. A animação é pobre, o que pode ser perdoado pelo fato desta ser uma produção para a TV da década de 60 feita fora dos EUA. O ano de produção poderia ainda justificar outras falhas, mas não o faz. O mínimo não foi feito: simplesmente não respeitaram a obra original. Hergé escreveu uma trama de guerra fria muito bem-elaborada, mas alterações desnecessárias tiraram o brilho do enredo. É clara a tentativa de "modernizar" as coisas, mas parece que a única forma encontrada para isso foi colocando um helicóptero onde fosse possível. Essa liberdade narrativa foi o que mais prejudicou a adaptação. O  roteiro tem pouco ritmo e a trilha sonora é anti-climática, simplesmente não funciona - quando aparece. Falta originalidade e graça, literalmente.


É claro que não vamos ser injustos: as circunstâncias, como a época, o local e os recursos de produção não favoreceram o filme. No formato original, eles só tinham 5 minutos para prender a atenção do público e ainda garantir que voltassem no próximo episódio, o que certamente prejudicou o resultado da obra (que não foi feita para ser um filme).

Em resumo, não é um filme bom para quem espera uma adaptação fiel à obra de Hergé - e nem para quem nunca leu o álbum. Contudo, vale a pena para quem quer conhecer uma das primeiras adaptações de Tintim para a TV, ou adicionar um item à sua coleção.


Curiosidades

:: A versão dublada em português não traduziu o nome do personagem-título, Girassol, para chamá-lo de professor "Calculus", conforme a tradução inglesa.

:: Além de mudar de nome, a história do Prof. Topolino, agora Bretzel, parece pegar carona em uma trama de "O Cetro de Ottokar", a dos irmãos Halambique - em que um gêmeo mau substitui o bom como parte de um plano maquiavélico.

:: Tintim tem uma carteirinha de membro do Club Tintin, que não nos revela seu nome completo.


:: O filme foi lançado em DVD no Brasil pela PlayArte em 2012 - saiba mais. Também já foi exibido por aqui nos canais HBO Family e TV Cultura.

:: A série original foi dividida em 13 capítulos:

L'éclair maléfique
Rayon "S"
Dans l'enfer
Rapt à l'ambassade
Le plongeur de la mort
Traqués
Panique à l'opéra
Course contre le feu
L'impasse
Branle-bas à la forteresse
Le feu aux poudres
L'évasion
Vers la liberté

.: A versão dublada em português mais uma vez resgatou as vozes clássicas da série da Nelvana:

Francês:
Tintim - Georges Poujouly
Capitão Haddock - Jean Clarieux
Professor Girassol - Robert Vattier
Dupont e Dupond - Hubert Deschamps
Milu - Roger Carel
Bianca Castafiore - Lita Recio

Inglês:
Tintim - Dallas McKennon ou Larry Harmon
Professor Girassol - Dallas McKenno
Demais personagens - Paul Free

Português:
Estúdio: De La Riva Studios
Elenco:
Tintin: Oberdan Jr.
Capitão Haddock: Isaac Bardavid
Professor Calculus: Orlando Drummond
Dupont: Darcy Pedrosa
Dupond: Márcio Simões
Coronel Brutel: Pietro Mário
Professor Breztel: Miguel Rosenberg
Bianca Castafiore: Geisa Vidal
Inspetor de polícia: Mauro Ramos
Diretor da prisão: José Santa Cruz
Apresentador de telejornal: Guilherme Briggs
Locutor: Pádua Moreira
Outras vozes: Carlos Seidl, Francisco José, Guilherme Briggs, Mauro Ramos, Miguel Rosenberg, Pietro Mário
Com informações do fórum Dublanet.
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24 outubro, 2015

Arte original de Tintim é leiloada por mais de R$ 6 milhões

Uma página dupla do álbum "O Cetro de Ottokar" foi leiloada por 1,563 milhão de euros, o equivalente a quase 7 milhões de reais. No leilão organizado pela Sotheby's em Paris, a arte original de Hergé foi arrematada pelo dobro do valor estimado, alcançando um novo recorde mundial para um desenho duplo de Hergé. Veja a peça vendida a seguir.

Publicado em 1939 no Le Petit Vingtième, o desenho em tinta nanquim tem 40 cm x 30 cm e retrata, em 14 quadrinhos, o ataque e a queda de um avião que leva Tintim e Milu a bordo. "Uma demonstração de que a linha clara pode transmitir emoções e sensações", segundo os organizadores do leilão.


Esta foi a principal peça do leilão da coleção do belga Jean-Arnold Shoofs, considerada uma das maiores do mundo em quadrinhos. No total, foram 132 lotes, que renderam um total de 2,7 milhões de euros.

Além de Tintim, uma página de Spirou e Fantasio (Franquin), do álbum "Les Pirates du silence", foi arrematado por 243 mil euros. Uma página do "Rayon U", de Edgar P. Jacobs, antigo colaborador de Hergé, foi vendida por 62,5 mil euros. Também do autor, uma página de "Le Marque Jaune", uma aventura de Blake e Mortimer publicada na revista Tintin em 1954, foi adquirida por 147 mil euros.

Com informações da agência EFE.
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18 outubro, 2015

Vem aí: A Obra Completa de Hergé


A Moulinsart, em parceria com a Casterman, anunciou o lançamento das obras completas de Hergé. Os quadrinhos, que um dia estamparam as páginas de jornais como o Le Petit Vingtième e do Le Soir, ganharão uma reedição em 12 volumes. As aventuras de Tintim e as peripécias de Quick, Flupke, Jo, Zette e Jocko serão lançados na coleção Hergé: Le Feuilleton Intégral em suas versões originais.

Coleção começa pelo volume 11. Entenda o motivo.


No início, Tintim era publicado em formato de folhetim, com uma ou duas páginas de quadrinhos que saíam periodicamente em suplementos de jornais belgas. Os quadrinhos de Hergé, bem como todo material gráfico que os acompanhava (capas, ilustrações, banners, entre outros), serão publicados integralmente conforme suas primeiras versões, publicadas no Le Vingtième SiécleCœurs VaillantsLe Soir e na revista Tintin entre abril de 1925 e abril 1976.

O curioso é que a obra começa pelo volume 11, sem seguir uma ordem cronológica. O "primeiro" número corresponde ao período de 1950 a 1958, e inclui os álbuns "Perdidos no Mar", "O Caso Girassol", "Rumo à Lua" e "Explorando a Lua", além da última aventura da série Jo, Zette e Jocko, "O Vale das Cobras". São 466 páginas e capa dura, no valor de 80 euros. Lançamento em 4 de novembro.

A coleção completa deve ser publicada num intervalo de 6 a 8 anos, com cerca de dois volumes por ano. Os peritos em Hergé e Tintim Jean-Marie Embs, Benoît Peeters e Phillipe Mellot são responsáveis pelo trabalho de recuperação e organização do acervo.

P.S.: Pra quem, assim como eu, se perguntou "por que começar pelo volume 11?", a explicação pode estar na popularidade dos títulos que compõem a obra. Não que os primeiros trabalhos de Hergé deixem de despertar o interesse do público, mas certamente as aventuras lunares devem chamar mais atenção. Fora que, começando pelo número 11, você - não você, do Brasil - ficaria mais inclinado a comprar os outros 10. Assim eu acho.

Com informações do site oficial de Tintim.
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08 outubro, 2015

Tintim no Cinema: O Lago dos Tubarões

Tintim e o Lago dos Tubarões (Tintin et le lac aux requins) é o segundo longa de animação baseado nos personagens de Hergé. Produzido pelos estúdios Belvision, que anteriormente já haviam trabalhado em uma série de desenhos e um filme animado estrelado por Tintim, o filme tem roteiro de Greg e direção de Raymond Leblanc. O filme, que tem aproximadamente 75 minutos de duração, estreou em 13 de dezembro de 1972.


Sinopse

Tintim, Milu e o Capitão Haddock viajam à Sildávia para visitar o Prof. Girassol, que está hospedado às margens de um lago misterioso. Os Dupondt acompanham a viagem, que logo de início é interrompida por um estranho desastre de avião. A salvação vem de um casal de crianças, Niko e Nouchka, e seu cachorro, Gustav. Uma intriga policial se desenrola ao redor do lago que dá nome à história. O lugar, na verdade, abriga o esconderijo de um poderoso e conhecido vilão, que está de olho na mais nova invenção do cientista: uma máquina capaz de reproduzir objetos. O plano do criminoso é usar o invento para fazer cópias perfeitas de obras de arte, e caberá a Tintim e seus novos amigos impedir isso.


Histórico

Depois de "O Templo do Sol", os estúdios Belvision decidiram trabalhar em um novo longa-metragem animado baseado nas aventuras de Tintim. Hergé resolveu não se envolver diretamente, mas designou alguém de confiança para escrever o roteiro: Michel Regnier, seu amigo pessoal, mais conhecido como Greg. A decisão de não basear o filme em um dos álbuns deu mais liberdade ao roteirista, o que livraria o filme de comparações com a obra original.

"O ponto de partida deste filme foi inspirado na realidade", explicou Greg (foto à esquerda). "Na época, aldeias inteiras foram submersas sem serem destruídas para a construção de barragens. Havia algo de fantasmagórico nestas aldeias engolidas onde tudo foi deixado inalterado, incluindo os sinais de trânsito... Todo mundo parecia achar que era normal, mas a mim, isso me fascinava." Com informações do Devil Dead.

O filme alcançou o terceiro lugar nas bilheterias belgas em 1972, perdendo apenas para "O Poderoso Chefão" e "Laranja Mecânica". O sucesso fez Raymond Leblanc comentar com um jornalista americano: "Até agora, houve apenas um estúdio no mundo capaz de produzir filmes de animação, e foi Disney. Mas agora, há dois".

Hergé e Raymond Leblanc.
A produção envolveu 150 pessoas, que trabalharam durante 15 meses. A United Artists planejou distribuir o filme nos Estados Unidos, mas, por algum motivo, desistiu. Será que, se tivesse estreado nos anos 1970 nos EUA, Tintim teria mais êxito por lá, ou a situação seria ainda pior?!

Inspirações

Apesar de não ser baseado em nenhum dos álbuns assinados por Hergé, o roteiro revisita momentos de algumas das aventuras de Tintim. Uma pérola é roubada de um museu e substituída por uma cópia, assim como acontece com o fetiche Arumbaya em "O Ídolo Roubado"; até o vigia do museu está lá, pode reparar. Tintim e Haddock vão à Sildávia a convite do Prof. Girassol, como em "Explorando a Lua". Depois, Tintim encontra Bianca Castafiore e pega carona com ela em uma estrada na Sildávia, semelhante ao que ocorre em "O Cetro de Ottokar", no primeiro encontro do repórter com a cantora. O submarino-tubarão do Prof. Girassol, que aparece em "O Tesouro de Rackham, o Terrível", volta a funcionar aqui, sob o comando do Capitão Haddock. Tudo isso sem contar elementos que veríamos apenas em "Tintim e a Alfa-Arte", como a falsificação de obras de arte e o retorno de Rastapopoulos.


Pode-se dizer também que o filme tem ligação com outra criação de Hergé, "Jo, Zette e Jocko" (Joana, João e o macaco Simão), uma série estrelada por um casal de irmãos e um chimpanzé de estimação. No longa, o trio é substituído por Niko, Nouchka e seu cachorro Gustav. Mas as semelhanças não param por aí: em "O Manitoba não Responde", publicado em 1936, Jo e Zette são prisioneiros de um cientista maluco em um esconderijo embaixo d'água e usam um carro (tanque) anfíbio para escapar, assim como acontece em "O Lago dos Tubarões". Na sequência, "A Erupção do Karamako", também há uma cena em que os heróis precisam escapar do afogamento e da ameaça de explosão causados pelo vilão.

Adaptação para os Quadrinhos

No ano seguinte ao seu lançamento, 1973, o roteiro foi adaptado para um álbum em quadrinhos de 44 páginas. Sem levar a assinatura de seu criador, a obra foi produzida pelos Studios Hergé. O jornal Le Soir publicou as tirinhas em preto-e-branco entre dezembro de 1972 e janeiro de 1973. De acordo com o site Naufrageur, uma versão em cores foi publicada simultaneamente no Journal de Tintin. Esta versão, com imagens retiradas do filme, foi a mesma utilizada para o álbum. O visual é bem diferente dos álbuns oficiais, com cenários e backgrounds no estilo filme, e personagens redesenhados e coloridos. Uma mistura que distancia a obra do clássico estilo de linha clara das obras originais de Hergé.

O álbum do filme foi publicado em português, respectivamente, pelas editoras Record (1975), Verbo (1997) e Público (2004). Também apareceu na revista portuguesa "Tintin" em 1976.


Opinião

O filme deve ter sido bem divertido na época que foi lançado. Hoje, vale assistir pela curiosidade de ver uma aventura inédita de Tintim. O roteiro não se compara à genialidade das obras oficiais de Hergé, é claro. Tem seus bons momentos de suspense e humor, não posso negar, mas, no geral, é uma história superficial. Infantil, com algumas situações que forçam a barra (tanto no humor como na "ação"), o longa conta com uma boa animação, considerando que foi feito por um estúdio relativamente pequeno, e fora dos Estados Unidos. Os efeitos aquátivos são criativos - a câmera mergulha e emerge com frequência - e os movimentos dos personagens são bem-executados - as cenas de golfe são um bom exemplo disso. A trilha sonora agrada, apesar de fazer falta em muitas cenas que são simplesmente "mudas". As canções de Niko e Nouchka são de dividir opiniões, sem dúvidas - digamos que 'eu gosto do meu burro e ele gosta de mim' não é das composições mais inspiradas... Em resumo, a ideia do filme é boa, tornando "Tintim e o Lago dos Tubarões" um item obrigatório para colecionadores, mas que não serve para introduzir ninguém ao universo de Hergé. Afinal, não é um legítimo Hergé.


Curiosidades

:: Este foi o último filme de Tintim antes da adaptação de Spielberg, lançada em 2011.

:: O bilionário Lazlo Carreidas, do álbum "Voo 714 para Sydney", é visto na cena do aeroporto, no início do filme. Na mesma cena, uma funcionária faz a chamada dos passageiros "Tintim, Milu e Haddock". Será que o fox-terrier também tem passaporte?

:: É interessante notar como o Prof. Girassol está sempre à frente de seu tempo. Seja pisando na lua antes de qualquer homem, seja criando a televisão a cores, o cientista não cansa de inovar. E aqui não é diferente: além de um projetor de imagens em 3D (holograma?), Trifólio cria uma espécie de impressora 3D (na verdade, uma fotocopiadora 3D). É ou não é um gênio?

A cobiçada máquina de cópias em 3D do Prof. Girassol
:: Dúvida (1): O motorista de Bianca Castafiore é o seu pianista, Igor Wagner? Não sei, porque apesar da semelhança, aqui ele se chama Walter...

:: Dúvida (2): Por que os vilões têm a mania de não concluir logo o serviço e sempre deixam uma brechinha para o mocinho escapar? Por que Rastapopoulos tem que dar uma hora para Tintim se safar antes da explosão do vilarejo submarino?


:: Segundo o Blogue de BD, o filme foi lançado no extinto Cinema Condes, de Lisboa, Portugal. A adaptação para os quadrinhos foi traduzida para o português após os esforços do editor José Luis Fonseca. Quando os álbuns esgotaram e a editora Verbo quis reeditar, os detentores dos direitos da obra de Hergé inexplicavelmente recusaram.

:: Um álbum de cromos com cenas do longa foi lançado em 1973 pela Agência Portuguesa de Revistas e distribuído pela A.F. Victor, de Lisboa. Com 28 páginas, 182 cromos e um pôster central. Foi reeditado em 1983 pela Distri Editora, de Portugal, em parceria com a RGE, do Brasil (o que faz crer que o álbum também foi lançado por aqui), em formato menor, com 36 páginas e o mesmo número de cromos, agora autocolantes. Veja mais imagens nos blogs Caderneta de Cromos e  O Tintinófilo.

:: O filme foi lançado em DVD no Brasil pela PlayArte em 2012 - saiba mais, e chegou ao serviço de streaming Netflix em outubro de 2015.

:: A versão dublada resgatou algumas vozes originais da animação da Nelvana. Confira a lista do Dublanet:

Estúdio: Delart.
Elenco:
Jacques Careuil (Tintin): Oberdan Jr.
Claude Bertrand (Capitao Haddock): Isaac Bardavid
Henri Virlojeux (Professor Girassol): Orlando Drummond
Guy Pierrault (Dupont): Darcy Pedrosa
Paul Rieger (Dupond): Márcio Simões
Serge Nadaud (Rastapopoulos): Ionei Silva
Jacques Vinitzki (Niko): Patrick de Oliveira
Micheline Dax (Bianca Castafiore): Geisa Vidal
Locutor: Pádua Moreira
Outras vozes: Jorgeh Ramos, Miguel Rosenberg

Hergé contempla uma arte do filme.
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06 outubro, 2015

Original de "O Lótus Azul" é arrematado por 1 milhão de euros em Hong Kong

Quase 5 milhões de reais! Este é o valor que um fã pagou por um original do álbum "O Lótus Azul", de 1936. E não estamos falando de um álbum ou de uma peça grandiosa de antiquário. Um colecionador asiático pagou esta fortuna em uma página original desenhada por Hergé em tinta nanquim e guache branco.

No primeiro leilão realizado pela Artcurial em Hong Kong, no último dia 05 de outubro, a obra em preto-e-branco foi arrematada por 9,6 milhões de dólares de Hong Kong. O valor é equivalente a cerca de 1,1 milhão de euros - algo em torno de 4,8 milhões de reais, na cotação atual.

"O Lótus Azul é considerado pelos especialistas como uma obra-prima de Hergé", afirmou Eric Leroy, perito em quadrinhos da Artcurial. "A linha e o desenho de Hergé eram maduros (...) Era mais incomum falar sobre a China na década de trinta na Europa", acrescentou.

Segundo o Le Figaro, este desenho é o último original de "O Lótus Azul" ainda em mãos particulares. Todos os outros são de propriedade de museus.

O leilão continua no dia 06 de outubro, e entre o conjunto de  artigos inclui 37 obras estimadas entre 2,5 e 3,5 milhões de euros. Além de Hergé, há criações de artistas como Enki Bilal, Moebius, Nicolas de Crécy, Loustal e Jean-Marc Rochette.
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