AS AVENTURAS DE TINTIM 2

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Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

24 outubro, 2020

O mistério do Lótus Azul: entenda polêmica envolvendo os direitos da arte de Hergé

Uma arte original de Hergé, datada de 1936, que seria leiloada em novembro de 2020,  vai à venda no dia 14 de janeiro em Paris. Mesmo contra a vontade da Moulinsart.

Feita em nanquim, aquarela e guache sobre papel, uma pintura de 34cm x 34cm retratando da capa de "O Lótus Azul" teve sua venda anunciada pela Artcurial, com estimativa de arremate em torno de 2 a 3 milhões de euros. A casa de leilões parisiense espera superar o recorde alcançado por outra arte de Hergé, um desenho em nanquim arrematado em 2014 por 2,6 milhões de euros, tornando-se a obra de quadrinhos mais cara da história. Após ter sua venda anunciada, em julho, a peça foi exibida ao público por alguns meses em Mônaco, Bruxelas e Paris.

Lenda?

A Artcurial conta que o projeto de capa foi recusado pela editora Casterman devido ao alto custo de produção, já que as cores eram muito intensas para a técnica utilizada na época. "Esta obra-prima, que estava perdida de vista há mais de 80 anos", segundo a diretora da Artcurial, "foi oferecida pessoalmente por Hergé ao filho do editor Louis Casterman [Jean-Paul Casterman (falecido em 2009)], que o guardou numa gaveta depois de dobrá-la cuidadosamente em seis" - o que seria evidenciado pelas marcas no papel.

A Moulinsart refuta esta versão, alegando que não há provas da doação. De acordo com o Le Soir, em 12 de fevereiro de 1936, o criador de Tintim enviou uma carta para Charles Lesne, seu editor na Casterman, e, junto com ela, um projeto de capa de seu quinto álbum. Os peritos da Moulinsart perceberam que os furos de grampo presentes na pintura correspondem aos furos que aparecem na carta de Hergé, que escreveu que o desenho deveria ser "devolvido a ele por acordo".

A verdade?

Especialistas na obra de Hergé concordam que a história da Artcurial não convence. Segundo Philippe Goddin, "este desenho é um esboço de trabalho que não era para ser publicado". Autor de vários livros sobre Tintim, ele deu sua opinião ao Le Monde: "foi o próprio Hergé quem o dobrou e enviou ao seu editor, anexado a uma carta", já que era costume do artista enviar cartas e ilustrações aos editores para discutir seus projetos.

Benoît Peeters, biógrafo de Hergé, concorda, acrescentando que, "quando Hergé dava esquetes ou desenhos, ele sempre escrevia uma dedicatória", então imagine se não faria o mesmo para o filho de um editor. "O mais plausível é que Hergé não tenha reivindicado o desenho e que ele tenha sido dado ao filho do Casterman", deduz, já que "na época, os originais não tinham valor".

Segundo o ActuaLitté, Nick Rodwell, que atualmente comanda sozinho a administração da Moulinsart S.A. e dos Studios Hergé, após renúncia de Fanny, reclama que 'está farto' depois que "tantas páginas e desenhos foram mantidos e vendidos por pessoas ligadas à Casterman". Sem afirmar que foi roubado, ele reivindica a devolução do desenho à família do artista, para que seja exposto ao público no Museu Hergé. Mas, quando sugerido que participe do leilão, Rodwell fica indignado e jura nunca mais comprar de volta peças "roubadas". 

A Casterman, por meio de comunicado à imprensa, esclarece que "não tem qualquer relação com a venda deste original de coleção particular", já que o leilão beneficiaria a família do fundador da editora, hoje administrada pelo grupo Madrigall. Com isso, sugere um acordo entre os vendedores e os beneficiários de Hergé, para que a peça não se perca e possa finalmente ser exposta no museu dedicado ao artista, do qual é patrocinadora.

Ainda não se sabe qual será o desfecho desta novela, mas uma coisa é certa: a repercussão do caso tem trazido ainda mais visibilidade à obra, que, de tão disputada, deve acabar sendo ainda mais valorizada. Com isso Tintim, segue seu destino de virar peça de museu... ou da sala secreta de algum excêntrico bilionário.

Foto: BELGA.

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Conheça a coleção de "carrões" de Tintim

A Hachette-Collections, em parceria com a Moulinsart, lançou no ano passado uma nova coleção de carros baseados nos veículos presentes nos álbuns de Hergé. A diferença, dessa vez, é o tamanho das réplicas, agora apresentadas em escala 1/24, maiores que a antiga coleção da Atlas, que tinha escala 1/43.

O que chama atenção, além da qualidade das peças, é que, para cada número lançado na Bélgica (20 até o momento desta publicação), foi divulgado um vídeo animado retratando a cena do álbum de onde o veículo foi retratado. Todos estão disponíveis no site oficial da Moulinsart. Já no site da Hachette, é possível realizar a compra dos carros, que custam 39,99 euros.

Separei abaixo alguns dos vídeos de divulgação mais criativos da coleção. Já fiquei imaginando uma série de micro episódios com esse estilo... :D

O Ford T de Tintim no Congo:

O jipe azul de "Rumo à Lua":

O jipe vermelho de "Tintim no País do Ouro Negro":

O Torpedo do Dr. Fiinney de "Os Charutos do Faraó":

A Kombi do açougue Sanzot de "O Caso Girassol":

O Aurelia do italiano de "O Caso Girassol":

A limusine da parada de "Tintim na América":

O Ami6 do médico de "As Joias da Castafiore:


Infelizmente não há previsão para venda ou assinatura da coleção no Brasil.
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19 outubro, 2020

Tintim na América: edição inédita em cores ganha nova capa


A Moulinsart anunciou o lançamento de mais uma edição colorida de um álbum publicado em preto-e-branco por Hergé. Depois de Tintim no País dos Sovietes e Tintim no Congo, vem aí a versão em cores de "Tintim na América".

Mas Tintim na América não já foi publicado colorido? Já sim, porém aqui estamos falando da versão original do álbum, publicada semanalmente entre 1931 e 1932 no Le Petit Vingtième e logo depois republicada em álbum, em 1932. No Brasil, tivemos acesso a esta versão em uma edição caprichada lançada pela Globo Livros em 2018 (clique e saiba mais).

Atualização: Além de uma versão digital (7,99 euros) disponível para Android e iOS através do aplicativo oficial The Adventures of Tintin, a Moulinsart revelou que a partir do dia 1º de novembro o novo álbum ganhará também uma edição impressa, com capa dura e 124 páginas de quadrinhos. A versão em papel custará 17,99 euros (só a nível de comparação, o preço de um álbum da coleção regular gira em torno de 11 euros).

Especial Tintim na Améria: tudo sobre o episódio

O site oficial de Tintim anunciou uma série de novidades para marcar o lançamento. Uma delas é a revelação da nova capa, que retrata Tintim em uma das cenas de ação da aventura. Confira:

No álbum, Tintim e Milu viajam aos EUA para fazer uma reportagem em Chicago, mas acabam na mira dos crime organizado, liderado pelo gangster Al Capone. A perseguição leva Tintim a cruzar o território norte-americano, passando pelo Velho Oeste, onde encontra os "pele-vermelha" e os cowboys num tempo de Lei Seca, em uma trama que envolve a exploração do petróleo nas terras nativas.

Recentemente, o site oficial de Tintim divulgou um teaser com referência à aventura de Tintim nos Estados Unidos da América, levantando suspeitas sobre o lançamento desta nova edição. Agora, a página confirma o relançamento da obra remasterizada e colorida a partir do original em versão kodachrome


Atualização: o site oficial da Moulinsart divulgou a prévia de quatro capas colorizadas. O estilo mantém as cores vivas sobre fundos com tom pastel dos dois primeiros álbuns. Clique para ampliá-las.

Veja também os especiais:
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12 outubro, 2020

"As Joias da Castafiore" será título do novo filme, afirma diretor. Moulinsart desmente


Por essa ninguém esperava! Depois da live do Canal TPT praticamente confirmando um novo filme de Tintim produzido por Steven Spielberg e dirigido por Peter Jackson, o mundo tintinófilo acordou com uma surpresa: Tintim deve ganhar uma nova adaptação para o cinema, dessa vez tendo o álbum "As Joias da Castafiore" como título. Pelo menos é isso que garante o diretor do novo longa, Patrice Leconte.

A notícia já está se espalhando pela rede: em entrevista ao jornal Var-Martin, o cineasta francês de 72 anos anunciou que estaria a cargo da adaptação de um novo Tintim para o cinema, baseado no 21º álbum de Hergé. 


"Um jovem produtor está negociando com os Estados Unidos os direitos de 'As Joias da Castafiore'. Ele me confiou o projeto e eu acho ótimo! A Paramount França está no céu de felicidade. O projeto é, entre outras coisas, imaginar que o menor papel seja interpretado por alguém famoso. Temos nossos Castafiore e Haddock”, garante o cineasta. Quanto a Milu? "Vamos usar qualquer vira-lata", brinca.

Ainda segundo Leconte, as negociações "estão um pouco travadas por uma questão de direitos com a Paramount". Procurado pelo Le Figaro, ele diz que não pode falar muito a respeito, mas dá a entender que já existe um acordo com a Casterman e Moulinsart quando revela que o impasse está "não com os herdeiros, mas com os americanos que detêm os direitos".

Atualização: Em entrevista ao Le Soir, Nick Rodwell, administrador dos direitos da obra de Hergé, desmentiu Patrice Leconte. "Nunca vi este senhor", disse o marido da viúva de Hergé, garantindo que as notícias sobre a adaptação do álbum "são fake news" e que nunca houve conversa sobre o projeto. Rodwell e Leconte já mantiveram contato depois do mal-entendido e "estão felizes em relatar que o respeito mútuo foi restaurado". "Se surgir a oportunidade, eles ficarão felizes em trabalhar juntos", conclui a nota no site oficial de Tintim. O cineasta ainda não se manifestou.

última vez em que os detentores dos direitos da obra de Hergé falaram sobre Tintim no cinema foi para declarar que o projeto de Spielberg e Jackson ainda estava de pé.


"As Joias da Castafiore", publicada em 1963, é a única aventura de Tintim a se passar por completo nos arredores do castelo de Moulinsart, o que reduziria os custos de uma adaptação cinematográfica. A história, que já virou musical ao ar livre e peça de teatro,  gira em torno de uma sucessão de mal-entendidos envolvendo o desaparecimento da esmeralda de Bianca Castafiore, e conta com a participação dos principais personagens da série.

A proposta de Leconte seria levar uma adaptação com atores reais às telonas, o que só aconteceu nos anos 1960 com os filmes estrelados por Jean-Pierre Talbot. Bianca Castafiore foi interpretada pela atriz Jenny Órleans no segundo longa, "Tintim e as Laranjas Azuis" (Tintin et les Oranges Bleues"), de 1964.

Jenny Órleans e Jean-Pierre Talbot no filme de 1964

Sobre o diretor:

Patrice Leconte iniciou sua carreira como desenhista da revista Pilote, concorrente francesa do Journal de Tintin. Começou sua carreira como diretor e roteirista de cinema em 1976, com filmes distribuídos em sua maioria apenas na Europa. Recebeu vários prêmios pela sua obra, tendo certa relevância no circuito de arte internacional. No último dia 10 de outubro, recebeu o prêmio pelo conjunto da obra no Festival de Cinema de Monte-Carlo (foto no início do artigo).

Antes de levar sua versão de "As Joias da Castafiore" para as telas, Leconte trabalha em uma adaptação da obra de Georges Simenon, com Gérard Depardieu no papel do comissário Maigret.  Como o atual projeto começa a ser rodado em fevereiro de 2021, "então o ideal seria [começar Tintim] depois", conclui o cineasta.

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