11 novembro, 2015

Tintim ganha exposição e novo aplicativo

Será inaugurada amanhã, na Somerset House, em Londres, a mostra Tintin: Hergé's Masterpiece. A exposição, que estará aberta ao público de 12 de novembro a 31 de janeiro de 2016, pretende explorar a evolução da obra-prima de Hergé, desde as primeiras páginas dos jornais até os álbuns mais elaborados. Os visitantes terão acesso a arquivos do Museu Hergé, como esboços a lápis, desenhos de personagens e aquarelas, além de artes originais dos álbuns.

A exposição também revelará mais sobre o homem por trás da obra-prima, abordando o fascínio de Hergé pela arquitetura e design. Réplicas de locações memoráveis dos álbuns de Tintim, como o apartamento do repórter, o cortejo em Chicago (da última página de "Tintim na América") e o Castelo de Moulinsart, um dos cenários favoritos de Hergé, serão exibidos.

Michael Farr, um famoso biógrafo de Hergé, organizou a exposição junto com o Museu Hergé, em Bruxelas. Em entrevista ao The Guardian, o escritor falou sobre o retorno de Tintim a Londres, depois de mais de uma década sem uma grande exposição com o tema: "Não é destinado especialmente aos conhecedores", explicou. "Queremos trazer Tintim para um público totalmente novo".

Segundo o The Guardian, a réplica do castelo demorou quatro meses para ficar pronta;
As últimas das 6.000 telhas individuais foram coladas na semana passada.
Tintim na era digital

O escritor tem a missão de apresentar Tintim para a nova geração. Ele se encarrega ainda de outra tarefa: traduzir Tintim para a era digital em um novo aplicativo. "Você pode aplicar zoom em quadros individuais", revelou. "É maravilhoso. Tintim está vivo!"

A tradução é importante para os tintinófilos de língua inglesa, pois resgatará a originalidade do texto de Hergé. Os tradutores originais "tiveram que fazer cortes", segundo Farr, "e tiveram que tirar os insultos também. Eram livros para crianças dos anos 50 e 60. A minha versão é sem censura".

A digitalização, segundo Farr (à direita - foco na gravata!), permite que algumas das atitudes mais datadas de Hergé sejam colocadas "em seu próprio contexto". No caso de "Tintim no Congo", por exemplo, o aplicativo pode "deixar claro que esta era a visão colonialista dos negros africanos".

Hergé teria gostado da migração de sua obra para o digital, defende Farr. "Ele era um homem muito moderno...", conta o escritor, que teve o prazer de conhecer o criador de Tintim.

Ainda não há informações sobre o lançamento do aplicativo em outros idiomas, mas os álbuns digitais "Tintim no Congo", Tintim na América" e "Os Charutos do Faraó" já estão disponíveis em inglês para iOS, com direito a material extra.

:: Tanto a exposição como o aplicativo certamente fazem parte da iniciativas anunciadas pela Moulinsart para promover Tintim, que não ganha um novo título há quase 40 anos. Também está em desenvolvimento uma série de animação baseada na vida e obra de Hergé. Mais detalhes devem ser divulgados durante o Festival de BD de Angoulême, em janeiro. Por enquanto, saiba mais aqui.
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