AS AVENTURAS DE TINTIM 2

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As Joias da Castafiore será adaptado para o cinema, afirma diretor

TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID

O dublador do Capitão Haddock soltou o verbo em bate-papo com o blog

TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA

Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais

TINTIM GANHA NOVO JOGO

Game para smartphones ainda não está disponível em todos os países

TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

29 janeiro, 2015

Tintim na televisão: a primeira vez

Lembram que eu falei que nesta nova fase o TPT contaria com uma maior participação do público? Pois bem, este artigo é uma contribuição da leitora Carmem Toledo. Confira, ao final do post, um trecho da primeira animação de Tintim para televisão.

O texto que vocês lerão abaixo foi publicado, originalmente, no Journal Tintin, em 17 de abril de 1958. Nele, vocês verão que a animação produzida pela Nelvana não foi a primeira a ir ao ar! É interessante notar que a matéria traz algumas peculiaridades da época, como a importância dada ao trabalho de animação para televisão e o fato de poucas casas possuírem televisores.

Outro dado que não pode passar despercebido é o prestígio de Jean Nohain (à esquerda, ao lado de Hergé e Jacqueline Caurat), que além de ser um verdadeiro símbolo da televisão, como a reportagem diz, é um ícone da música francesa. Ele foi um grande nome da literatura: escrevia livros sérios para o público adulto, assinando como Jean Nohain, mas também se dedicava ao público infantil, escrevendo livros e apresentando programas de rádio; entre este público, era conhecido como “Jabounne” (em homenagem a um personagem de seu pai, Maurice Étienne Legrand, que era romancista, poeta e compositor). Jean Nohain escreveu, também, diálogos de filmes e apresentou programas de tevê que fizeram grande sucesso na França. “Trente-six Chandelles”, mencionado na matéria traduzida abaixo, contou com ninguém menos que Alain Delon, entre outros nomes muito famosos na época.

Espero que todos os seguidores do “Tintim por Tintim” divirtam-se durante esta viagem no tempo!

Página do Journal Tintin com a matéria traduzida neste artigo. Clique para ampliar.



Tintim na televisão
(Journal Tintin, 17 de abril de 1958)

     A novidade já estava no ar desde alguns meses: murmurava-se um pouco por toda parte que os personagens de Hergé reviveriam as aventuras na televisão. O rumor se tornou certeza. Desde 28 de novembro, Tintim aparece toda semana nas telas de televisão, em “O Cetro de Ottokar”.
     Trata-se de uma coprodução franco-belga. Os estúdios BELVISION, de Bruxelas, encarregaram-se da realização das imagens, ao passo que os técnicos da televisão francesa se ocupavam do som.
     Quanto ao texto, este é narrado pelo prestigiado apresentador da R.T.F., o homem de “Trinta e seis velas” (Trente-six Chandelles) e de “Nós somos doze milhões” (Nous sommes douze millions): Jean Nohain. Um fato certo é que, logo que se pronuncia a palavra “televisão”, pensa-se imediatamente em Jean Nohain. Nenhuma escolha poderia ser melhor.
     Como vocês suspeitam, não foi um simples trabalho animar os desenhos para a televisão. Os diretores do “Cetro de Ottokar” recorreram a uma técnica que os americanos chamam “semi-animada” e que designamos, em francês, pelo nome de “desenho de animação”.
     Um desenho, por definição, não se mexe: mas a câmera pode se mexer. Este é um princípio que os técnicos da BELVISION aplicaram muito habilmente. Além do mais, graças a uma gama extraordinária de artifícios, eles tiveram êxito em dar a ilusão da vida e do movimento.
     O desenho semi-animado não está mais em seus primórdios na Europa; a televisão o apresenta regularmente a seus jovens telespectadores.
     Desde 28 de novembro, e pela primeira vez no mundo, Tintim vive diante de vocês suas aventuras: ele frusta os estratagemas dos conspiradores obstinados pela queda do rei da Syldavia; naturalmente, Dupont e Dupont estão ali, mais atordoados e mais ridículos que nunca, tão desajeitados quanto cheios de boas intenções. Os admiradores de Milu, e eles são legiões, encontram-no toda vez à frente do combate, astuto e atento.
     Depois de “O Cetro de Ottokar” e de algumas semanas de interrupção, vocês assistirão a outras aventuras de Tintim, igualmente apaixonantes. Nós não podemos, no momento, dizer-lhes mais nada.
     Tintim proporciona um encontro com vocês todo domingo à noite, às 19h45. Sejam gentis e compartilhem seu prazer com aqueles de seus amigos que não têm televisão. Convidem-os à sua casa nesse dia. Que cada cômodo que tenha um televisor torne-se uma sala de espetáculo!

Legendas das imagens:

1: Hergé regozija-se pela acolhida reservada a Tintim na televisão.
2: Este é Jean Nohain, o grande amigos de todos os telespectadores franceses e belgas, que comenta o filme de Tintim.
3: Esta imagem do álbum foi especialmente adaptada às necessidades das filmagens. Os diálogos foram naturalmente apagados da imagem. Eles foram substituídos pelos comentários de Jean Nohain.

:: Assista a um dos 7 episódios da primeira animação para a TV baseada no álbum "O Ídolo Roubado", lançado após "O Cetro de Ottokar", que teve 8 episódios de 13 minutos.


As animações foram gravadas em 16mm sob a supervisão de Bob de Moor, colaborador de Hergé que não quis se envolver pessoalmente no projeto. Jean Nohain emprestou sua voz ao narrador e a todos os personagens, incluindo Bianca Castafiore. Após a exibição, entre o final de 1957 e meados de 1959, a série não foi renovada pela RTF. Isso abriu o caminho para novos produtores, que começaram a produção de uma nova versão, agora em cores (saiba mais em outro artigo do TPT, clicando aqui).

Nota: É importante registrar que o texto precisou de uma série de adaptações à língua portuguesa – não somente em relação a expressões idiomáticas, mas também quanto a palavras que, aos olhos e ouvidos de um brasileiro, pareceriam estranhas. Um exemplo disso é a substituição, mais de uma vez, da palavra “chaque” (em francês, “cada”), pela palavra “todo(a)”, como em “Os admiradores de Milu (…) encontra-no toda vez à frente do combate” e em “Tintim proporciona um encontro com vocês todo domingo...”. Aproveito para agradecer a Filino Carvalho Neto pelas intervenções em minha tradução. Suas correções e sugestões foram de extrema importância. - Carmem Toledo.


:: Você também pode participar do TPT enviando seu texto ou sugestão de artigo por email, através de comentários ou das redes sociais.
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25 janeiro, 2015

TPT Entrevista: Jean-Pierre Talbot, o Tintim do cinema

Jean-Pierre Talbot foi Tintim no cinema há 55 anos, e ainda hoje é lembrado pelos fãs como o único a ter dado uma face real ao nosso querido repórter. O jovem belga foi descoberto pela produção do primeiro filme com atores reais baseado na obra de Hergé, e aprovado pelo criador de Tintim para dar vida ao personagem nas telonas em dois longas, "O Mistério do Tosão de Ouro" (1961) e "Tintim e as Laranjas Azuis" (1964). O Tintim por Tintim teve a honra de conversar com o hoje aposentado - porém sempre ativo, diga-se de passagem - Tintim do cinema. Confira a entrevista a seguir.

TPT: Antes de interpretar Tintim, qual era sua relação com a obra de Hergé?

JPT: Uma relação não de fã, mas muito simples e leal (eu poderia dizer uma certa intimidade). Como toda criança, eu descobri o mundo através de álbuns: uma verdadeira aula de geografia (naquela época, não existia televisão). Além disso, as aventuras eram emocionantes, dinâmicas, simpáticas e engraçadas. Os genuínos valores humanos eram desenvolvidos.

Como surgiu o convite para ser o primeiro ator a interpretar Tintim?

O produtor procurou por três anos, mas sem sucesso, apesar dos apelos por meio da imprensa e dos inúmeros castings. "Já que Tintim não vem a mim, eu vou procurá-lo", ele disse. E enviou pessoas em busca de um potencial Tintim, principalmente na França e na Bélgica. Eles percorriam lugares públicos, saídas de escolas, movimentos de juventude... Eu estava fazendo um trabalho de estudante na praia de Ostende: monitor de esportes (minha especialidade) para crianças (eu me destinava ao ensino). Fui abordado, dei meu endereço e posei para uma foto que foi enviada ao produtor. Três semanas depois, fui chamado a Paris para um teste e, duas semanas depois, para outro mais específico. E... fui escolhido!

Jean-Pierre Talbot e sua incrível semelhança com o personagem criado por Hergé.
Antes disso, ninguém, realmente ninguém tinha me dito que eu parecia Tintim; depois, para todo o mundo isso tornou-se evidente. Não havia semelhança. Fui beneficiado por qualidades esportivas evidentes, e não me saía mal na frente das câmeras. Outro elemento decisivo e que o produtor havia previsto: eu nunca tentei interpretar o personagem Tintim - agi como se a aventura acontecesse comigo e... funcionou. Além do rosto de Tintim, eu também tinha seu corpo e seu coração - eu vivi como Tintim!

Eu estava muito animado com Hergé - depois de nosso primeiro encontro, ele disse ao produtor: "SIM, é ele!". Ele não disse "ele parece" ou "ele cai bem". Não, ele me reconheceu como sendo Tintim. Algumas horas mais tarde, durante uma reportagem para a Paris Match, caminhávamos pelas ruas de Paris. Eu estava vestido como Tintim, com o topete e as calças de golfe. Pela primeira vez, fui confrontado com o público. Foi uma loucura. A multidão, apesar de não ter sido informada, me reconheceu e pediu autógrafos. Eles queriam que eu assinasse Tintin. Eu não sabia o que fazer. Então Hergé, muito paternalmente, me autorizou e até me incentivou a assinar "TINTIN". Primeiro ele me reconheceu, depois me adotou. Aí eu soube que jogo estava vencido.

Com exceção de duas ou três "premières", eu nunca me apresentei em público vestido como Tintim. Foi inútil: eu era Tintim! Mesmo agora, para minha grande surpresa, 55 anos depois, a magia continua.


Como foi a preparação para interpretar um personagem já conhecido e amado em vários países?

Me preparei para o filme durante seis meses: mergulho, judô, ensaios com Milu, testes de figurino, aulas de motociclismo, promoção do filme (TV, rádio, reportagens diversas). Eles queriam que eu tomasse aulas de teatro e mímica. Eu me opus porque aquilo me fazia perder a espontaneidade.

Jean-Pierre experimenta a aprovação dos fãs.
Eu estava relaxado pois não me faltava nada, não me importava de ser julgado bom ou mau ator. Por outro lado eu me sentia investido de uma missão estressante: era meu dever não decepcionar as crianças.

Você teve alguma participação criativa no filme, ou na concepção do personagem?

Acho que imprimi muito bem no filme minha energia e meu bom humor ... Eu conhecia Tintim melhor que os outros atores e até mesmo que o diretor e o produtor do filme. Muitas vezes, durante as filmagens, eu fiz mudarem o roteiro: "Mas Tintim jamais faria isso!" - "O que ele faria então?" - "Apenas isso...". Minha opinião sempre foi autoridade. O mesmo valia para o figurino e o penteado... Enfim, sem me assumir como Tintim e sem ter consciência disso, eu o tinha na pele.

Nos filmes, o Capitão Haddock foi interpretado por Georges Wilson e Jean Bouise, respectivamente. Como foi trabalhar com dois atores diferentes?

Eu me dei muito bem com Jean Bouise e Georges Wilson. Georges era maior, mais truculento. Aos 17 anos, eu tomei a liberdade de lembrá-lo que a estrela era Tintim, porque pouco a pouco ele teria me ofuscado. Jean era mais poético, sensível.

Jean-Pierre Talbot atuando ao lado de Georges Wilson (1961) e Jean Bouise (1964).
A biografia em quadrinhos "The Adventures of Hergé" conta que a personagem Bianca Castafiore acabou entrando no segundo filme (Tintim e as Laranjas Azuis) devido a uma promessa que Hergé teria feito ao sobrinho da atriz Jenny Órleans. É verdade?

Não creio, mas não tenho conhecimento de todos os segredos do produtor. Hergé veio ao estúdio e não manifestou nada de especial à Castafiore.

Curiosidade: mais de um cão foi utilizado para representar Milu nos dois filmes? Como foi contracenar com um cachorro?

Nós utilizamos 7 cães, os mesmos para os dois filmes. Todos se assemelhavam fisicamente. Não podemos pedir a um cão que atue. Com base nas necessidades do roteiro, utilizávamos um Milu mais dinâmico para as cenas normais ou outro mais carinhoso quando Milu deveria estar triste ou cansado... Outro deveria morder os "bandidos" ou saltar em meus braços. Os outros estavam de reserva, imposta pelas companhias de seguros. Todos foram chamados Milu mas, obviamente, o Milu número 1 foi o mais utilizado - ele evoluiu livremente à sua maneira, mas sempre próximo de meus movimentos.

Milu é um Fox terrier do pêlo duro. Estes cães nunca são inteiramente brancos. Eles têm uma mancha cinzenta e outra castanha. Por isso, descoloriram Milu em uma famosa marca parisiense, na rue du Faubourg Saint Honoré [conhecida pelas luxuosas lojas de marca e a residência oficial do presidente da república].

Qual é o seu filme favorito: 'O Mistério do Tosão de Ouro' ou 'As Laranjas Azuis'?

Obviamente, 'O Tosão de Ouro': cenários grandiosos, reviravoltas, sequências subaquáticas, motos, lutas, helicóptero...

Sabe qual foi a opinião de Hergé sobre os filmes? Ele gostou?

Em uma entrevista, Hergé declarou que, de todas as produções (filmes e desenhos animados), meus filmes eram seus favoritos.

Como foi sua relação com Hergé após a realização dos filmes?

Meu relacionamento com Hergé foi excelente: respeito e amizade. Ele me disse: "Estou feliz, Jean-Pierre, por você nunca desmentir meu personagem". Nós ficávamos felizes em nos ver. Ele também me chamou muito carinhosamente, com destaque para um gentil sorriso, de seu "filho espiritual"!

Jean exibe um retrato ao lado de Hergé, na época da divulgação dos filmes.
É verdade que um novo filme chegou a ser escrito, mas nunca realizado? O que você sabe sobre isso?

Nós sempre conversamos sobre um terceiro filme. Ele seria rodado na Índia... Não sei nada além disso.

Você atuou em outros filmes desde então?

Eu não tentei me tornar um ator. Aos quinze anos, eu tinha optado pela pedagogia. Depois de rodar o primeiro filme, terminei meus estudos. Comecei minha carreira de ensino. Gravei o segundo filme e continuei minha vida como professor. Uma vida normal, em si. Sem dúvida, foi por isso que continuei sendo Tintim no coração do público.

Jean-Pierre Talbot em sala de aula. Imagine ser aluno de Tintim...
Ter interpretado Tintim teve que efeito em sua vida?

Depois de Tintim, minha vida foi muito intensa com minha família, meus amigos, meus esportes, minha escola (eu fui professor e diretor de escola durante 15 anos). Além disso, eu fui iluminado pelo universo de Tintim. Isso me permitiu conhecer celebridades de todos os gêneros, mas principalmente entusiastas de Hergé, desenhistas famosos, tintinófilos. Participei de uma infinidade programas de TV e grandes reportagens. Para meu grande espanto, isso continua com a mesma frequência. Eu também tenho muito orgulho de ter sido o único Tintim do cinema em carne e osso.

Harrison Ford voltou a interpretar Indiana Jones aos setenta e poucos anos, e Leonard Nimoy reviveu o Sr. Spock em participações curtas nos filmes mais recentes da saga "Star Trek". Você aceitaria interpretar um Tintim mais velho caso surgisse a proposta?

Se me oferecessem um pote de ouro para voltar ao papel de Tintim, eu recusaria. Eu me mantive muito esportivo (esqui, tênis, corrida, ciclismo), mas já não sou capaz de correr nem de me locomover como antes. A mente não mudou mas, mesmo "maquiado" e rejuvenescido, sinto que minha imagem não ficaria mais tão próxima do personagem: seria uma traição!

Jean-Pierre, sua esposa Diana e seus cães. Ele é campeão de Bike-Jöring. O esporte é uma de suas paixões.
O que você achou do filme de Spielberg?

Eu me diverti muito. Há algumas ideias geniais, mas também algumas distantes. Milu está perfeito. Tintim beira à perfeição - mas o semblante de Tintim não ficou exatamente como o esperado (pelo menos é isso que dizem os fãs).

Você acha que um filme com atores reais seria mais eficaz do que um longa-metragem em captura de performance?

Eu acho que SIM, mas duvido que o filme tivesse um sucesso correspondente ao mito.

Falando sobre os álbuns, você acha que uma nova aventura de Tintim deveria ser publicado?

NÃO!!!! É a vontade de Hergé!

Jean ao lado de Fanny Rodwell, viúva de Hergé.
Você já visitou o Brasil ou Portugal, dois países de língua portuguesa cheios de tintinófilos?

França, Suíça, Canadá, Espanha... tenho transitado muitas vezes por estes países, convidado para eventos importantes. Se me convidarem para o Brasil, seria um dever para mim aceitar (gratuitamente, mas com as despesas reembolsadas). A dificuldade seria encontrar uma data em minha agenda muito cheia.

O Tintim por Tintim agradece muitíssimo pela entrevista. Gostaria de deixar uma mensagem para os tintinófilos brasileiros?

Viva Hergé! E em breve, quem sabe... prazer em conhecê-los.

Jean-Pierre Talbot em 2015. O Tintim do cinema saúda os fãs brasileiros com uma mensagem em portugês.
:: Para você, tintinófilo brasileiro que só agora está conhecendo o ator, fica o incentivo: procure os filmes estrelados por ele nos anos 60. São produções aprovadas por Hergé e fiéis ao espírito dos quadrinhos, vale a pena matar a curiosidade.

O TPT mais uma vez agradece ao Jean-Pierre pela excelente entrevista, e também a Yves Rodier, que nos colocou em contato. E para finalizar uma, só uma curiosidade: J-P T... - é assim que ele assina, deixando o espaço para as cinco letras que faltam para formar o nome mais conveniente - Talbot ou Tintin.

Fotos: Jack Garofalo (Getty Images); AFP; ADH; Lavoixdunord.
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22 janeiro, 2015

Jean-Pierre Talbot: Ele foi Tintim no cinema

Imagine chegar para o primeiro dia de aula na quarta série (quinto ano) do ensino fundamental e, ansioso para conhecer o novo professor, dá de cara com Tintim. Essa foi a emoção que muitas crianças por volta dos anos 60 e 70 puderam experimentar ao descobrir que seriam ensinadas por Jean-Pierre Talbot. Quem é esse? - alguns tintinófilos brasileiros talvez perguntem... Ninguém menos que o primeiro ator a interpretar Tintim no cinema, e o único a atuar como o jovem repórter em dois filmes com atores reais.

Uma breve biografia

Jean-Pierre Talbot nasceu em 12 de agosto de 1943 em Spa, na Bélgica. Ainda adolescente, em 15 de agosto de 1960, sua vida mudou. Ele era instrutor de esportes do acampamento de férias Groupe des Dauphins (Grupo dos Golfinhos), na praia de Ostende, quando foi descoberto pela produção daquele que seria o primeiro filme de Tintim com atores reais. Nos anos seguintes estrelou dois filmes no papel de Tintim: "Tintim e o Mistério do Tosão de Ouro" (1961) e "Tintim e as Laranjas Azuis" (1964).


JEAN-PIERRE TALBOT EM SUA PRIMEIRA APARIÇÃO NA TV

Atuou por 15 anos como professor e diretor na Ecole Libre Roi Baudoin, em sua cidade natal. Em 2007, publicou sua autobiografia, "J'étais Tintin au cinéma" (Eu fui Tintim no cinema), infelizmente nunca lançada por aqui, assim como os filmes.

Apaixonado por esportes, Jean-Pierre praticou tênis, esqui e foi faixa preta de judô. É o campeão europeu de Bike-Jöring, competição esportiva praticada em parceria com cães, ao lado de seu fiel cachorro Utah (foto à direita). Com uma filha e três netos, o eterno Tintim hoje é aposentado e vive em Spa com a esposa Diane, com quem é casado com há 50 anos.

Jean-Pierre voltou às telas apenas em 2011, a pedido de um amigo, no videoclipe da música "Caroline Baldwin", da banda Feel the Noïzz. No clipe, ele interpreta um personagem da série em quadrinhos homônima, o astronauta Frank White. Clique aqui para conferir.

Jean-Pierre em 2011, na première do filme "As Aventuras de Tintim".
Sobre os filmes

Tintim e o Mistério do Tosão de Ouro (Tintin et le Mystère de la Toison D'or) foi dirigido por Jean-Jacques Vierne e teve locações na França e em Istambul, Turquia. No filme, o Capitão Haddock (Georges Wilson) herda um navio que o leva à caçada por um valioso tesouro.

Tintim e as Laranjas Azuis (Tintin et les Oranges Bleues) teve direção de  Phillipe Condroyer e foi rodado na França e na Espanha. A trama acompanha o repórter e o Capitão (Jean Bouise) na tentativa de resgatar o Prof. Girassol, sequestrado junto com o cientista que criou as laranjas do título.


Ambos os filmes continuam inéditos no Brasil, mas foram publicados em formato álbum pela editora Record nos anos 1970, com textos e fotos ao invés de quadrinhos.

Um terceiro filme estava sendo planejado para em 1967, mas nunca saiu do papel.

A Entrevista

Apesar de não ser tão conhecido em terras tupiniquins, Jean-Pierre é aclamado em diversos países pelo que representa na história de Tintim. É um pouco mais dessa história que o Tintim por Tintim quer apresentar a você através da entrevista que será publicada neste fim de semana. Clique aqui e confira!
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17 janeiro, 2015

Peter Jackson não fará Tintim 2 (não agora)

Longe de mim querer ser sensacionalista, apenas adaptei o título de um artigo publicado no site oficial de Tintim no final de 2014. E foi postado nas duas principais versões do site, em inglês e francês, o que mostra que a notícia está confirmada pela Moulinsart, administradora de Tintim e tudo que está relacionado à obra de Hergé.

Pois bem, com o fim da produção de "O Hobbit", qual era a esperança de todo tintinófilo? Que Peter Jackson anunciasse o início dos trabalhos na sequência do filme "As Aventuras de Tintim" (2011), é claro. Mas essa esperança foi por água abaixo depois de algumas entrevistas do cineasta. À Variety, Jackson contou que não pretende trabalhar em blockbusters de Hollywood, mas que vai se dedicar a projetos menores.

"Nós [referindo-se a ele e ao parceiro de trabalho Fran Walsh] realmente sentimos um desejo maior agora de não continuar com outro blockbuster de Hollywood por enquanto, mas para voltar e contar algumas histórias da Nova Zelândia", disse Jackson à revista, poucas horas antes da première do último 'Hobbit' em Londres.

Dias antes, em entrevista ao Movie Fone, Jackson negou qualquer interesse em produzir um longa adaptado dos quadrinhos, mesmo com o sucesso das adaptações de super-heróis. “Não vou fazer um filme da Marvel", disse o cineasta. "Eu realmente não gosto da moda de blockbusters que existe atualmente em Hollywood. A indústria e todo o advento da tecnologia meio que perderam o rumo. Tornou-se muito movida por franquias e super-heróis. Eu nunca li quadrinhos na minha vida, então estou imediatamente em desvantagem e não tenho interesse nisso. Portanto, agora é hora de dar um passo atrás”, concluiu.

Embora seja bem diferente dos quadrinhos de heróis da Marvel, Tintim sequer chegou a ser citado entre os próximos planos do diretor, mesmo com a promessa de que os trabalhos no segundo filme começariam após a conclusão da franquia de J. R. R. Tolkien. Em outros depoimentos, o diretor apenas disse que a sequência 'vai acontecer em algum momento' - só não se sabe quando. Ou seja, qualquer data de lançamento tratada em sites e blogs como oficial deve ser encarada, pelo menos por enquanto, como mera especulação.

:: Afinal, o que sabemos sobre 'Tintim 2'? Logo, logo, no TPT, um artigo a respeito do esperado (e atrasado) filme.
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15 janeiro, 2015

Post de Quinta: O retorno do TPT

Com o retorno do Tintim por Tintim, um dos desafios é manter o blog atualizado com frequência. Como nem sempre temos notícias sobre o universo tintinófilo (e nem sempre o tempo deste blogueiro permite), a ideia é trazer informações e curiosidades com pelo menos uma certa periodicidade. Por isso, vou tentar garantir semanalmente para vocês a publicação de um Post de Quinta.

Perdoem-me pelo trocadilho. :)

A intenção aqui é publicar, toda quinta-feira, um novo artigo sobre qualquer assunto que tenha alguma ligação com Tintim e a obra de Hergé. Nesta nova fase, gostaria muito de contar com a colaboração dos leitores, que poderão enviar sugestões por e-mail ou através das redes sociais. Nas próximas semanas, por exemplo, vocês começarão a ver alguns artigos colaborativos, elaborados com a participação total ou parcial de fãs de Tintim.

Para recomeçar os trabalhos, quero primeiro destacar alguns aspectos do nosso blog. O novo layout permite uma melhor interação com as redes sociais. Lá em cima você pode acessar os perfis do TPT no Twitter, Instagram e Facebook, assinar o Feed para receber os artigos por e-mail e também enviar um e-mail com suas dúvidas, críticas e sugestões. Cada postagem apresenta um conjunto de ícones para compartilhamento na lateral (você pode ocultar, se quiser) e um campo para comentários através de seu login no Facebook ou direto pelo sistema de comentários do blog - assim, você não tem desculpa para ficar calado... Fica a dica: embora permitidos, evite comentários anônimos. ;)

Com o passar do tempo, ajustes poderão ser feitos à medida que você, leitor, sugerir. De início, algumas coisas vão se ajustando aos poucos - como seções ainda em construção. Prometo que tentarei ao máximo não fazer jus ao tema da seção, trazendo sempre conteúdo de primeira.

Só um aperitivo...

"Eu estava muito animado com Hergé - depois de nosso primeiro encontro, ele disse ao produtor: 'Sim, é ele!'. Ele não disse 'ele parece' ou 'ele cai bem'. Não, ele me reconheceu como sendo Tintim." - Jean-Pierre Talbot, em um trecho da entrevista exclusiva concedida ao Tintim por Tintim. Em janeiro, aqui no blog. )'')


Jean-Pierre Talbot, Hergé e (um dos) Milu.
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10 janeiro, 2015

E O TINTIM POR TINTIM ESTÁ DE VOLTA!

Celebrando 86 anos de Tintim!

Aguarde a programação de postagens para este retorno tão esperado...
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