AS AVENTURAS DE TINTIM 2

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TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

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29 outubro, 2015

Fã-clube de Tintim tem mais uma vitória em processo contra a Moulinsart

O processo envolvendo a Moulinsart S.A., detentora dos direitos sobre a obra de Hergé, e o Hergé Genootschap, fã-clube holandês, ganhou novidades. O tribunal de Haia, na Holanda, julgou em recurso na terça-feira, 27/10, que a Moulinsart não pode proibir o fã-clube de reproduzir em suas publicações imagens e quadrinhos extraídos dos álbuns de Hergé.

Para quem não lembra, a empresa que administra o espólio de Hergé entrou com um processo contra a associação de fãs holandeses, alegando que estes não teriam o direito de publicar imagens dos álbuns em sua revista, a Duizend Boomen (veja a capa de uma das edições ao lado), a menos que pagassem uma significativa quantia. O fã-clube, que não tem fins lucrativos, apresentou à corte de Haia um documento que colocou em questão os direitos sobre os quadrinhos de Tintim. Trata-se de um contrato em que Hergé cede os direitos dos álbuns à Casterman. O tema gerou polêmica, e pode ser lido em mais detalhes aqui.

Em sua decisão mais recente, a Justiça holandesa considerou que a autorização para reproduzir os quadrinhos deve ser solicitada ao editor (a Casterman), e não à Moulinsart, que não detém mais judicialmente os direitos dos álbuns. O tribunal considera que a Moulinsart não conseguiu provar suficientemente que tem os direitos sobre os quadrinhos de Tintim. Sendo assim, a empresa não pode proibir a utilização das reproduções nas revistas publicadas pelo fã-clube.

Embora a decisão tenha sido contrária à Moulinsart, não foi totalmente favorável à associação holandesa. Usando o direito de citação como base, a associação também reivindicou a possibilidade de reproduzir imagens de Tintim publicadas fora dos álbuns de Hergé. Acontece que os direitos sobre qualquer imagem que não esteja nos álbuns ainda pertencem à Moulinsart. Por este motivo, a corte não atendeu este pedido, considerando que o uso feito pelo fã-clube ultrapassaria os limites dos direitos de citação.

:: Em resumo: a associação holandesa pode usar imagens dos álbuns - e somente dos álbuns - a título de citação, pelo menos enquanto a Casterman não se pronunciar sobre o assunto. Quanto a qualquer outra arte de Hergé publicada fora dos álbuns - o que inclui capas de revistas, anúncios e outros -, a Moulinsart ainda pode fazer o que quiser, até mesmo cobrar pela reprodução delas.

Com informações do La Libre.
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25 outubro, 2015

Tintim no Cinema: O Caso Girassol

O Caso Calculus (L'Affaire Tournesol) é um filme de animação baseado no álbum "O Caso Girassol" e lançado em 1964. Trata-se, originalmente, de uma série dos estúdios Belvision em episódios curtos, agrupados em um único longa-metragem. Com aproximadamente 60 minutos de duração, o filme tem direção de Ray Goossens e roteiro de Charles Shows. Nunca foi lançado no cinema.

Sinopse

Vasos, janelas, vidros... em uma noite de tempestade, tudo está se partindo em pedaços no Castelo de Moulinsart. Seria a máquina de ultrassom do  Prof. Girassol a origem desses acontecimentos estranhos? Se o invento cair em mãos erradas, será um desastre. O único outro cientista que conhece o projeto, Prof. Bretzel, é sequestrado por agentes da Sildávia. Em viagem a Genebra, o Prof. Girassol é desaparece misteriosamente. Cabe a Tintim, Milu e Haddock partir em sua ajuda. Mas eles não estão fora de perigo...

Histórico

O título faz parte da série de TV  Les Aventures de Tintin, d'après Hergé. Foi dirigido por Ray Goossens (na foto, ao lado de Raymond Leblanc), roteirizado por Charles Shows e produzido pelos estúdios Belvision entre 1958 e 1963.

Como filme, "O Caso Calculus" reúne os 13 capítulos de 5 minutos que compõem o sétimo e último grupo de episódios, baseado no álbum "O Caso Girassol". Os capítulos foram grupados pela primeira vez para um lançamento em VHS.

Filme x Álbum

O roteiro faz várias alterações na história criada por Hergé. O filme exclui alguns personagens e modifica a essência - e até os nomes - de outros. Por exemplo: Serafim Lampião simplesmente deixa de existir; o Professor Topolino vira Bretzel e o Coronel Sponz, Brutel (ambos têm a aparência bem diferente dos quadrinhos); os dos detetives Dupond e Dupont ganham uma maior participação na trama, além de ter a aparência dos bigodes idêntica (e um helicóptero!); o Capitão Haddock troca o vício em uísque por café; não é feita qualquer menção à surdez do Prof. Girassol, que declara que sua pátria é a Sildávia - algo nunca confirmado por Hergé.


Opinião

Não há muito o que dizer sobre esta adaptação. Bom, pelo menos nada muito positivo. A animação é pobre, o que pode ser perdoado pelo fato desta ser uma produção para a TV da década de 60 feita fora dos EUA. O ano de produção poderia ainda justificar outras falhas, mas não o faz. O mínimo não foi feito: simplesmente não respeitaram a obra original. Hergé escreveu uma trama de guerra fria muito bem-elaborada, mas alterações desnecessárias tiraram o brilho do enredo. É clara a tentativa de "modernizar" as coisas, mas parece que a única forma encontrada para isso foi colocando um helicóptero onde fosse possível. Essa liberdade narrativa foi o que mais prejudicou a adaptação. O  roteiro tem pouco ritmo e a trilha sonora é anti-climática, simplesmente não funciona - quando aparece. Falta originalidade e graça, literalmente.


É claro que não vamos ser injustos: as circunstâncias, como a época, o local e os recursos de produção não favoreceram o filme. No formato original, eles só tinham 5 minutos para prender a atenção do público e ainda garantir que voltassem no próximo episódio, o que certamente prejudicou o resultado da obra (que não foi feita para ser um filme).

Em resumo, não é um filme bom para quem espera uma adaptação fiel à obra de Hergé - e nem para quem nunca leu o álbum. Contudo, vale a pena para quem quer conhecer uma das primeiras adaptações de Tintim para a TV, ou adicionar um item à sua coleção.


Curiosidades

:: A versão dublada em português não traduziu o nome do personagem-título, Girassol, para chamá-lo de professor "Calculus", conforme a tradução inglesa.

:: Além de mudar de nome, a história do Prof. Topolino, agora Bretzel, parece pegar carona em uma trama de "O Cetro de Ottokar", a dos irmãos Halambique - em que um gêmeo mau substitui o bom como parte de um plano maquiavélico.

:: Tintim tem uma carteirinha de membro do Club Tintin, que não nos revela seu nome completo.


:: O filme foi lançado em DVD no Brasil pela PlayArte em 2012 - saiba mais. Também já foi exibido por aqui nos canais HBO Family e TV Cultura.

:: A série original foi dividida em 13 capítulos:

L'éclair maléfique
Rayon "S"
Dans l'enfer
Rapt à l'ambassade
Le plongeur de la mort
Traqués
Panique à l'opéra
Course contre le feu
L'impasse
Branle-bas à la forteresse
Le feu aux poudres
L'évasion
Vers la liberté

.: A versão dublada em português mais uma vez resgatou as vozes clássicas da série da Nelvana:

Francês:
Tintim - Georges Poujouly
Capitão Haddock - Jean Clarieux
Professor Girassol - Robert Vattier
Dupont e Dupond - Hubert Deschamps
Milu - Roger Carel
Bianca Castafiore - Lita Recio

Inglês:
Tintim - Dallas McKennon ou Larry Harmon
Professor Girassol - Dallas McKenno
Demais personagens - Paul Free

Português:
Estúdio: De La Riva Studios
Elenco:
Tintin: Oberdan Jr.
Capitão Haddock: Isaac Bardavid
Professor Calculus: Orlando Drummond
Dupont: Darcy Pedrosa
Dupond: Márcio Simões
Coronel Brutel: Pietro Mário
Professor Breztel: Miguel Rosenberg
Bianca Castafiore: Geisa Vidal
Inspetor de polícia: Mauro Ramos
Diretor da prisão: José Santa Cruz
Apresentador de telejornal: Guilherme Briggs
Locutor: Pádua Moreira
Outras vozes: Carlos Seidl, Francisco José, Guilherme Briggs, Mauro Ramos, Miguel Rosenberg, Pietro Mário
Com informações do fórum Dublanet.
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24 outubro, 2015

Arte original de Tintim é leiloada por mais de R$ 6 milhões

Uma página dupla do álbum "O Cetro de Ottokar" foi leiloada por 1,563 milhão de euros, o equivalente a quase 7 milhões de reais. No leilão organizado pela Sotheby's em Paris, a arte original de Hergé foi arrematada pelo dobro do valor estimado, alcançando um novo recorde mundial para um desenho duplo de Hergé. Veja a peça vendida a seguir.

Publicado em 1939 no Le Petit Vingtième, o desenho em tinta nanquim tem 40 cm x 30 cm e retrata, em 14 quadrinhos, o ataque e a queda de um avião que leva Tintim e Milu a bordo. "Uma demonstração de que a linha clara pode transmitir emoções e sensações", segundo os organizadores do leilão.


Esta foi a principal peça do leilão da coleção do belga Jean-Arnold Shoofs, considerada uma das maiores do mundo em quadrinhos. No total, foram 132 lotes, que renderam um total de 2,7 milhões de euros.

Além de Tintim, uma página de Spirou e Fantasio (Franquin), do álbum "Les Pirates du silence", foi arrematado por 243 mil euros. Uma página do "Rayon U", de Edgar P. Jacobs, antigo colaborador de Hergé, foi vendida por 62,5 mil euros. Também do autor, uma página de "Le Marque Jaune", uma aventura de Blake e Mortimer publicada na revista Tintin em 1954, foi adquirida por 147 mil euros.

Com informações da agência EFE.
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18 outubro, 2015

Vem aí: A Obra Completa de Hergé


A Moulinsart, em parceria com a Casterman, anunciou o lançamento das obras completas de Hergé. Os quadrinhos, que um dia estamparam as páginas de jornais como o Le Petit Vingtième e do Le Soir, ganharão uma reedição em 12 volumes. As aventuras de Tintim e as peripécias de Quick, Flupke, Jo, Zette e Jocko serão lançados na coleção Hergé: Le Feuilleton Intégral em suas versões originais.

Coleção começa pelo volume 11. Entenda o motivo.


No início, Tintim era publicado em formato de folhetim, com uma ou duas páginas de quadrinhos que saíam periodicamente em suplementos de jornais belgas. Os quadrinhos de Hergé, bem como todo material gráfico que os acompanhava (capas, ilustrações, banners, entre outros), serão publicados integralmente conforme suas primeiras versões, publicadas no Le Vingtième SiécleCœurs VaillantsLe Soir e na revista Tintin entre abril de 1925 e abril 1976.

O curioso é que a obra começa pelo volume 11, sem seguir uma ordem cronológica. O "primeiro" número corresponde ao período de 1950 a 1958, e inclui os álbuns "Perdidos no Mar", "O Caso Girassol", "Rumo à Lua" e "Explorando a Lua", além da última aventura da série Jo, Zette e Jocko, "O Vale das Cobras". São 466 páginas e capa dura, no valor de 80 euros. Lançamento em 4 de novembro.

A coleção completa deve ser publicada num intervalo de 6 a 8 anos, com cerca de dois volumes por ano. Os peritos em Hergé e Tintim Jean-Marie Embs, Benoît Peeters e Phillipe Mellot são responsáveis pelo trabalho de recuperação e organização do acervo.

P.S.: Pra quem, assim como eu, se perguntou "por que começar pelo volume 11?", a explicação pode estar na popularidade dos títulos que compõem a obra. Não que os primeiros trabalhos de Hergé deixem de despertar o interesse do público, mas certamente as aventuras lunares devem chamar mais atenção. Fora que, começando pelo número 11, você - não você, do Brasil - ficaria mais inclinado a comprar os outros 10. Assim eu acho.

Com informações do site oficial de Tintim.
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08 outubro, 2015

Tintim no Cinema: O Lago dos Tubarões

Tintim e o Lago dos Tubarões (Tintin et le lac aux requins) é o segundo longa de animação baseado nos personagens de Hergé. Produzido pelos estúdios Belvision, que anteriormente já haviam trabalhado em uma série de desenhos e um filme animado estrelado por Tintim, o filme tem roteiro de Greg e direção de Raymond Leblanc. O filme, que tem aproximadamente 75 minutos de duração, estreou em 13 de dezembro de 1972.


Sinopse

Tintim, Milu e o Capitão Haddock viajam à Sildávia para visitar o Prof. Girassol, que está hospedado às margens de um lago misterioso. Os Dupondt acompanham a viagem, que logo de início é interrompida por um estranho desastre de avião. A salvação vem de um casal de crianças, Niko e Nouchka, e seu cachorro, Gustav. Uma intriga policial se desenrola ao redor do lago que dá nome à história. O lugar, na verdade, abriga o esconderijo de um poderoso e conhecido vilão, que está de olho na mais nova invenção do cientista: uma máquina capaz de reproduzir objetos. O plano do criminoso é usar o invento para fazer cópias perfeitas de obras de arte, e caberá a Tintim e seus novos amigos impedir isso.


Histórico

Depois de "O Templo do Sol", os estúdios Belvision decidiram trabalhar em um novo longa-metragem animado baseado nas aventuras de Tintim. Hergé resolveu não se envolver diretamente, mas designou alguém de confiança para escrever o roteiro: Michel Regnier, seu amigo pessoal, mais conhecido como Greg. A decisão de não basear o filme em um dos álbuns deu mais liberdade ao roteirista, o que livraria o filme de comparações com a obra original.

"O ponto de partida deste filme foi inspirado na realidade", explicou Greg (foto à esquerda). "Na época, aldeias inteiras foram submersas sem serem destruídas para a construção de barragens. Havia algo de fantasmagórico nestas aldeias engolidas onde tudo foi deixado inalterado, incluindo os sinais de trânsito... Todo mundo parecia achar que era normal, mas a mim, isso me fascinava." Com informações do Devil Dead.

O filme alcançou o terceiro lugar nas bilheterias belgas em 1972, perdendo apenas para "O Poderoso Chefão" e "Laranja Mecânica". O sucesso fez Raymond Leblanc comentar com um jornalista americano: "Até agora, houve apenas um estúdio no mundo capaz de produzir filmes de animação, e foi Disney. Mas agora, há dois".

Hergé e Raymond Leblanc.
A produção envolveu 150 pessoas, que trabalharam durante 15 meses. A United Artists planejou distribuir o filme nos Estados Unidos, mas, por algum motivo, desistiu. Será que, se tivesse estreado nos anos 1970 nos EUA, Tintim teria mais êxito por lá, ou a situação seria ainda pior?!

Inspirações

Apesar de não ser baseado em nenhum dos álbuns assinados por Hergé, o roteiro revisita momentos de algumas das aventuras de Tintim. Uma pérola é roubada de um museu e substituída por uma cópia, assim como acontece com o fetiche Arumbaya em "O Ídolo Roubado"; até o vigia do museu está lá, pode reparar. Tintim e Haddock vão à Sildávia a convite do Prof. Girassol, como em "Explorando a Lua". Depois, Tintim encontra Bianca Castafiore e pega carona com ela em uma estrada na Sildávia, semelhante ao que ocorre em "O Cetro de Ottokar", no primeiro encontro do repórter com a cantora. O submarino-tubarão do Prof. Girassol, que aparece em "O Tesouro de Rackham, o Terrível", volta a funcionar aqui, sob o comando do Capitão Haddock. Tudo isso sem contar elementos que veríamos apenas em "Tintim e a Alfa-Arte", como a falsificação de obras de arte e o retorno de Rastapopoulos.


Pode-se dizer também que o filme tem ligação com outra criação de Hergé, "Jo, Zette e Jocko" (Joana, João e o macaco Simão), uma série estrelada por um casal de irmãos e um chimpanzé de estimação. No longa, o trio é substituído por Niko, Nouchka e seu cachorro Gustav. Mas as semelhanças não param por aí: em "O Manitoba não Responde", publicado em 1936, Jo e Zette são prisioneiros de um cientista maluco em um esconderijo embaixo d'água e usam um carro (tanque) anfíbio para escapar, assim como acontece em "O Lago dos Tubarões". Na sequência, "A Erupção do Karamako", também há uma cena em que os heróis precisam escapar do afogamento e da ameaça de explosão causados pelo vilão.

Adaptação para os Quadrinhos

No ano seguinte ao seu lançamento, 1973, o roteiro foi adaptado para um álbum em quadrinhos de 44 páginas. Sem levar a assinatura de seu criador, a obra foi produzida pelos Studios Hergé. O jornal Le Soir publicou as tirinhas em preto-e-branco entre dezembro de 1972 e janeiro de 1973. De acordo com o site Naufrageur, uma versão em cores foi publicada simultaneamente no Journal de Tintin. Esta versão, com imagens retiradas do filme, foi a mesma utilizada para o álbum. O visual é bem diferente dos álbuns oficiais, com cenários e backgrounds no estilo filme, e personagens redesenhados e coloridos. Uma mistura que distancia a obra do clássico estilo de linha clara das obras originais de Hergé.

O álbum do filme foi publicado em português, respectivamente, pelas editoras Record (1975), Verbo (1997) e Público (2004). Também apareceu na revista portuguesa "Tintin" em 1976.


Opinião

O filme deve ter sido bem divertido na época que foi lançado. Hoje, vale assistir pela curiosidade de ver uma aventura inédita de Tintim. O roteiro não se compara à genialidade das obras oficiais de Hergé, é claro. Tem seus bons momentos de suspense e humor, não posso negar, mas, no geral, é uma história superficial. Infantil, com algumas situações que forçam a barra (tanto no humor como na "ação"), o longa conta com uma boa animação, considerando que foi feito por um estúdio relativamente pequeno, e fora dos Estados Unidos. Os efeitos aquátivos são criativos - a câmera mergulha e emerge com frequência - e os movimentos dos personagens são bem-executados - as cenas de golfe são um bom exemplo disso. A trilha sonora agrada, apesar de fazer falta em muitas cenas que são simplesmente "mudas". As canções de Niko e Nouchka são de dividir opiniões, sem dúvidas - digamos que 'eu gosto do meu burro e ele gosta de mim' não é das composições mais inspiradas... Em resumo, a ideia do filme é boa, tornando "Tintim e o Lago dos Tubarões" um item obrigatório para colecionadores, mas que não serve para introduzir ninguém ao universo de Hergé. Afinal, não é um legítimo Hergé.


Curiosidades

:: Este foi o último filme de Tintim antes da adaptação de Spielberg, lançada em 2011.

:: O bilionário Lazlo Carreidas, do álbum "Voo 714 para Sydney", é visto na cena do aeroporto, no início do filme. Na mesma cena, uma funcionária faz a chamada dos passageiros "Tintim, Milu e Haddock". Será que o fox-terrier também tem passaporte?

:: É interessante notar como o Prof. Girassol está sempre à frente de seu tempo. Seja pisando na lua antes de qualquer homem, seja criando a televisão a cores, o cientista não cansa de inovar. E aqui não é diferente: além de um projetor de imagens em 3D (holograma?), Trifólio cria uma espécie de impressora 3D (na verdade, uma fotocopiadora 3D). É ou não é um gênio?

A cobiçada máquina de cópias em 3D do Prof. Girassol
:: Dúvida (1): O motorista de Bianca Castafiore é o seu pianista, Igor Wagner? Não sei, porque apesar da semelhança, aqui ele se chama Walter...

:: Dúvida (2): Por que os vilões têm a mania de não concluir logo o serviço e sempre deixam uma brechinha para o mocinho escapar? Por que Rastapopoulos tem que dar uma hora para Tintim se safar antes da explosão do vilarejo submarino?


:: Segundo o Blogue de BD, o filme foi lançado no extinto Cinema Condes, de Lisboa, Portugal. A adaptação para os quadrinhos foi traduzida para o português após os esforços do editor José Luis Fonseca. Quando os álbuns esgotaram e a editora Verbo quis reeditar, os detentores dos direitos da obra de Hergé inexplicavelmente recusaram.

:: Um álbum de cromos com cenas do longa foi lançado em 1973 pela Agência Portuguesa de Revistas e distribuído pela A.F. Victor, de Lisboa. Com 28 páginas, 182 cromos e um pôster central. Foi reeditado em 1983 pela Distri Editora, de Portugal, em parceria com a RGE, do Brasil (o que faz crer que o álbum também foi lançado por aqui), em formato menor, com 36 páginas e o mesmo número de cromos, agora autocolantes. Veja mais imagens nos blogs Caderneta de Cromos e  O Tintinófilo.

:: O filme foi lançado em DVD no Brasil pela PlayArte em 2012 - saiba mais, e chegou ao serviço de streaming Netflix em outubro de 2015.

:: A versão dublada resgatou algumas vozes originais da animação da Nelvana. Confira a lista do Dublanet:

Estúdio: Delart.
Elenco:
Jacques Careuil (Tintin): Oberdan Jr.
Claude Bertrand (Capitao Haddock): Isaac Bardavid
Henri Virlojeux (Professor Girassol): Orlando Drummond
Guy Pierrault (Dupont): Darcy Pedrosa
Paul Rieger (Dupond): Márcio Simões
Serge Nadaud (Rastapopoulos): Ionei Silva
Jacques Vinitzki (Niko): Patrick de Oliveira
Micheline Dax (Bianca Castafiore): Geisa Vidal
Locutor: Pádua Moreira
Outras vozes: Jorgeh Ramos, Miguel Rosenberg

Hergé contempla uma arte do filme.
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06 outubro, 2015

Original de "O Lótus Azul" é arrematado por 1 milhão de euros em Hong Kong

Quase 5 milhões de reais! Este é o valor que um fã pagou por um original do álbum "O Lótus Azul", de 1936. E não estamos falando de um álbum ou de uma peça grandiosa de antiquário. Um colecionador asiático pagou esta fortuna em uma página original desenhada por Hergé em tinta nanquim e guache branco.

No primeiro leilão realizado pela Artcurial em Hong Kong, no último dia 05 de outubro, a obra em preto-e-branco foi arrematada por 9,6 milhões de dólares de Hong Kong. O valor é equivalente a cerca de 1,1 milhão de euros - algo em torno de 4,8 milhões de reais, na cotação atual.

"O Lótus Azul é considerado pelos especialistas como uma obra-prima de Hergé", afirmou Eric Leroy, perito em quadrinhos da Artcurial. "A linha e o desenho de Hergé eram maduros (...) Era mais incomum falar sobre a China na década de trinta na Europa", acrescentou.

Segundo o Le Figaro, este desenho é o último original de "O Lótus Azul" ainda em mãos particulares. Todos os outros são de propriedade de museus.

O leilão continua no dia 06 de outubro, e entre o conjunto de  artigos inclui 37 obras estimadas entre 2,5 e 3,5 milhões de euros. Além de Hergé, há criações de artistas como Enki Bilal, Moebius, Nicolas de Crécy, Loustal e Jean-Marc Rochette.
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