AS AVENTURAS DE TINTIM 2

Tudo o que sabemos sobre a continuação do filme de Tintim

TINTIM TERÁ NOVO FILME COM ATORES

As Joias da Castafiore será adaptado para o cinema, afirma diretor

TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID

O dublador do Capitão Haddock soltou o verbo em bate-papo com o blog

TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA

Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais

TINTIM GANHA NOVO JOGO

Game para smartphones ainda não está disponível em todos os países

TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

21 julho, 2014

Quick e Flupke: Volume 2 já está à venda


A Globo Livros Graphics lançou em junho no Brasil o segundo volume da série "As Diabruras de Quick e Flupke", (Les Exploits de Quick et Flupke - vol. 2), completando a publicação inédita dos quadrinhos criados por Hergé no país. O primeiro volume foi publicado em novembro de 2013, e apresentou ao público brasileiro uma dupla de garotos peraltas que poderia aprontar qualquer cidade do mundo. O impecável lançamento está concorrendo ao troféu HQMIX na categoria Publicação de Clássico.


Lançadas originalmente em onze álbuns avulsos entre 1949 e 1969, as histórias trazem a essência criativa de Hergé para quem realmente ama o universo das HQs. O trapalhão (e um tanto azarado) Quick e seu travesso parceiro Flupke conquistaram de imediato os leitores, ao introduzir altas doses de nonsense e bagunça num mundo organizado por adultos – como o vigilante Agente nº 15, um policial com ares chaplinianos que vive implicando com os garotos.


O traço limpo, característico do estilo gráfico de Hergé que seria chamado de ligne claire (linha clara), já era marcante em toda a série, originalmente concebida em preto e branco. Só mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, as desventuras de Quick e Flupke foram coloridas e compiladas em álbuns, tornando-se populares para além da Bélgica, em outros países de língua francesa. As tramas da dupla serviram como base, ainda, para uma série de desenho animado para a TV, na década de 1980.

"As Diabruras de Quick e Flupke - volume 2" está à venda nas melhores livrarias por R$ 39,90. A julgar pelo primeiro volume, são 152 páginas que devem valer a pena... Vamos saber melhor em breve.

Quer saber mais? Clique aqui e veja outros artigos relacionados.
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01 julho, 2014

Andy Serkis fala sobre o filme 'Tintim 2'

O ator Andy Serkis, que viveu o Capitão Haddock no filme "As Aventuras de Tintim" (2011), está divulgando o lançamento de seu novo trabalho, "Planeta dos Macacos: O Confronto" (Dawn of the Planet of the Apes), que chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 24 de julho. Em entrevista ao site CinemaBlend, o ator falou sobre seus próximos projetos, entre eles o esperado 'Tintim 2'.


'Tivemos conversas vagas, sim. Acho que é totalmente esperado que haverá um outro filme, e que Peter Jackson vai começar a fazer o seu', afirmou Serkis que, em outras palavras, não acrescentou nada de novo.


Intérprete do chimpanzé geneticamente modificado Caesar, Andy Serkis está envolvido em grandes projetos de Hollywood, como o novo filme da franquia "Planeta dos Macacos", o sétimo episódio da saga "Star Wars", dirigido por J.J. Abrams, e "Os Vingadores: A Era de Ultron", sequência do sucesso de bilheteria da Marvel Studios. Além disso, Serkis assina a direção de segunda unidade dos três "O Hobbit", de Peter Jackson, cujo último filme estreia em dezembro deste ano, e se prepara para comandar uma nova versão cinematográfica de "The Jungle Book" (conhecido por aqui como "Mogli - O Menino Lobo"). Com tantos projetos grandiosos na fila, será que sobra um tempinho para Tintim?!
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24 junho, 2014

5 vilões de Tintim que gostaríamos de ver no cinema


No universo cinematográfico de Tintim já nos deparamos com vilões como o pirata Rackham, o Terrível e seu descendente (sic) Sakharine, o mercenário Allan Thompson e o chefe do tráfico - pelo menos nos álbuns - Omar Ben Salaad, além de alguns capangas do navio Karaboudjan. Mas a obra de Hergé conta com um amplo mosaico de vilões de diversas categorias, dos mais temíveis aos mais atrapalhados. É sobre eles que vamos falar, afinal ainda temos esperança de ver alguns álbuns adaptados para o cinema, e um herói que se preze tem que ter bons rivais...

Para começar, vamos falar de Mitsuhirato. Motivos não faltam para incluir o dissimulado japonês em um dos filmes de Tintim. Quem não se lembra da conspiração para provocar uma guerra entre a China e o Japão e a tentativa de acabar com o intrometido repórter? Provas de que ele é ardiloso na medida certa para carregar um papel de destaque no cinema. O problema é que o empresário aparece apenas uma vez na série, em "O Lótus Azul". Mas, se Spielberg não negou que o álbum poderia inspirar o roteiro do segundo filme (relembre aqui), não custa sonhar...

Um malvadão que tem, sim, grandes chances de aparecer em uma futura adaptação cinematográfica é o Coronel Boris Jorgen. Como é quase - eu disse quase! - certo que um filme baseado nas aventuras de Tintim na Lua seja o terceiro ou quarto da franquia de Steven Spielberg e Peter Jackson (isso se houver um segundo), é bem possível que o agente duplo da Bordúria seja o principal vilão, já que ele aparece como antagonista em "Explorando a Lua". De cortesia, quem sabe ainda ganhamos um flashback de "O Cetro de Ottokar", álbum de estreia do coronel bórduro que já foi mencionado no primeiro filme (entre os recortes de jornais nas paredes do apartamento de Tintim).

O Coronel Sponz é outro com forte potencial. Chefe militar da Bordúria, ele vê Tintim cruzar seu caminho e atrapalhar seus planos pela primeira vez em "O Caso Girassol". O rancor de Sponz pelo repórter dura tanto tempo que, depois de anos, ele é levado a tentar uma vingança, desta vez na América do Sul, como vemos em "Tintim e os Pícaros". Com a possibilidade de "O Caso Girassol" ser transformado em longa-metragem, talvez tenhamos a chance de ver o desprezível fascista nas telonas.

Um dos rivais mais astutos que Tintim já enfrentou, o Dr. J. W. Müller é um psiquiatra que usa a profissão para esconder seus crimes, que incluem sequestro e falsificação de dinheiro. É um personagem bem-desenvolvido, mas infelizmente aparece em álbuns que não estão na lista de prováveis adaptações. Mesmo assim, ele poderia aparecer em um filme com elementos de "Perdidos no Mar", que ainda incluiria vilões como Rastapopoulos e o sheik Bab El-Ehr, inimigo do Emir Ben Kalish Ezab - que, junto com seu filho Abdallah, é essencial na franquia (pelo menos para este que vos fala). Apesar de pouco provável, Müller também ficaria ótimo em uma versão de "A Ilha Negra" para a telona.

Não tem como falar em vilão de Tintim sem citar R. J. Rastapopoulos. O inescrupuloso milionário e empresário criminoso de origem grega enfrenta Tintim em mais de uma aventura, e poderia muito bem aparecer em uma adaptação de "O Lótus Azul" ou até de "Perdidos no Mar", onde surge como um mestre dos disfarces. É uma pena que as aventuras nas quais Rastapopoulos participa sejam as menos cotadas para virar filme - e nem acho que os fãs estariam tão interessados em uma versão de "Voo 714 para Sydney", por exemplo. Porém, se conseguiram fazer uma adaptação que deu fim aos irmãos Passarinho (ou Pardal) e transformou até o pacato Sakharine em um odioso vilão, não dá pra duvidar de nada...

Veja também: Rastapopoulos: a ficha completa
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22 junho, 2014

Abdallah: 65 anos de traquinagens

Com mil raios! Já faz 65 anos que apareceu pela primeira vez o garoto mais peralta do universo de Hergé. Ele consegue superar Quick e Flupke juntos, passa longe de Jo, Zette e seu chimpanzé Jocko no quesito travessuras e nem se compara aos tranquilos Zorrino e Tchang... Abdallah, o herdeiro de Khemed, surgiu em 16 de junho de 1949, na revista belga Tintin.


E que dizer sobre ele? Abdallah é o filho de Mohammed Ben Kalish Ezab, o emir de Khemed. Seu primeiro encontro com Tintim é no álbum "No País do Ouro Negro", aventura em que o pequeno príncipe árabe é sequestrado por Mull Pacha (vulgo Dr. Müller). Em "Perdidos no Mar", é a vez de Abdallah visitar o lar do Capitão Haddock, mudando a rotina do castelo de Moulinsart e acabando com a paz de Nestor.

Apesar das brincadeiras de mau gosto, o garoto conquista o carinho do leitor e de seu principal alvo, o Capitão, ou como ele chama, Mil Raios...

Saiba mais sobre o personagem em outro post do TPT, clicando aqui.
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08 junho, 2014

Segundo filme de Tintim está em risco

Por ocasião dos 5 anos do Museu Hergé, o casal Fanny e Nick Rodwell, que administram o legado do criador de Tintim, deram entrevistas sobre o futuro da obra. Entre outras coisas, eles falaram sobre a decisão envolvendo um novo álbum de Tintim e projetos envolvendo o próprio museu e as futuras aventuras de Tintim nas telonas.

Leia mais nos links:


Em artigo da AFP, Nick Rodwell conta que seu objetivo é criar "uma marca de Tintim que se situa em algum lugar entre os quadrinhos e a arte contemporânea", por isso planeja organizar exposições temporárias não só no museu em Louvain-la-Neuve, como em outros espaços ligados à marca, como o Chatêau de Cheverny - que inspirou o castelo de Moulinsart - e a cidade de Angoulême. O administrador da Moulinsart admite que o filme de Steven Spielberg e Peter Jackson foi "gigantesco, a melhor promoção possível" para Tintim, embora não tenha alcançado a bilheteria esperada.

Sobre a sequência, Rodwell ressalta que Jackson "pediu um tempo", enquanto está empenhado em "O Hobbit", cujo último filme da trilogia estreia este ano. Mas revela que, se o cineasta deixar de lançar um novo filme dentro de cinco ou sete anos desde o último (ou seja, até 2017), "vamos recuperar os direitos". E pode ter certeza: se o filme não foi lucrativo (e vamos admitir, não foi) e isso acontecer, a chance de vermos um 'Tintim 2' nas telas é nula...

Voltando à entrevista de Fanny Rodwell ao Paris Match, o site oficial da revista publicou alguns trechos, e boa parte da conversa girou em torno da sequência do filme de 2011. Fanny comenta que o filme de Spielberg "teve passagens admiráveis, mas outras coisas foram um pouco exageradas (...) Havia belas cenas, como a caravela, as batalhas, etc. Mas havia cenas um pouco demais para Tintim", acredita ela. "Hergé foi exatamente o oposto. Seu trabalho é mais suave..."


A viúva de Hergé afirma que Spielberg "ainda está decidido a fazer" o segundo longa de Tintim, mas que o último encontro que teve com o cineasta foi "há dois ou três anos em Los Angeles". Contudo, eles devem voltar a conversar antes de dar andamento à sequência. "Jackson não pode embarcar no projeto sozinho, porque ele provavelmente exigiria grandes investimentos", diz a sra. Rodwell, confiante de que o cineasta neozelandês "tem uma cultura, uma sensibilidade sem dúvidas mais próxima da europeia. Spielberg é muito fino, e simpático. Ele é, como dissemos, 100% americano, ou vai ou racha... Mas é uma visão das coisas muito engraçada também, muito divertida", conclui.

Questionada se interviria em uma nova versão do filme, diminuindo um pouco a ação norte-americana, ela afirma que, se pudesse, talvez o faria. "Ele foi audacioso", opina Fanny, que mesmo assim confessa: "Se houvesse outro filme, teríamos o maior prazer". Se...
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01 junho, 2014

RESULTADO: Os ganhadores dos álbuns de Quick e Flupke

Em memória aos 107 anos de Hergé, no último dia 22 de maio, o TPT lançou um concurso valendo dois álbuns "As Diabruras de Quick e Flupke", da Globo Livros Graphics.


Para ganhar, os leitores teriam que responder à seguinte pergunta:

Que diabrura Quick e Flupke aprontariam se viessem parar no século XXI?

Já temos o resultado! Confira a seguir as respostas e os ganhadores da promoção. A ideia é imaginar a ação acontecendo nos quadrinhos...

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28 maio, 2014

Promoção Hergé 107 Anos: Até dia 30 de Maio!



Não esqueça de enviar sua resposta à questão abaixo para o e-mail contato@tintimportintim.com até o dia 30 de maio. Você vai concorrer a dois álbuns gigantes de Quick e Flupke, personagens criados por Hergé, o pai de Tintim.

Qual a maior diabrura que Quick e Flupke aprontariam se viajassem até o século 21?


Para saber mais, clique aqui.
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25 maio, 2014

O que esperar de um novo projeto de Tintim para TV?

Entre as declarações de Nick Rodwell sobre os planos para dar mais visibilidade a Tintim, chamou atenção uma novidade: "Há também ideias para o desenvolvimento de projetos de televisão em torno de Tintim. Mas nada está assinado ainda", disse o administrador da Moulinsart.

Com isso, começam a surgir nas mentes dos tintinófilos especulações sobre o que seriam esses projetos para TV. Será que poderíamos esperar uma nova série, em animação ou quem sabe com atores reais? Que dizer de um telefilme ou documentário? A verdade é que não sabemos se esses supostos projetos vão sair do papel, nem mesmo se realmente existem ou se é apenas conversa para gerar repercussão. Porém, cogitando que o contrato seja assinado, que possibilidades seriam mais interessantes no cenário atual?

Desenho animado: A série de animação da Nelvana, produzida no início dos anos 1990, foi um sucesso incontestável. Foi graças a ela que Tintim alcançou um público ainda maior que o conquistado pelos álbuns. Mas uma nova série animada não faria sentido se todos os episódios fossem baseados nos álbuns, pois esta tarefa a versão dos anos 90 já cumpriu bem. Seria necessário, então, escrever novos roteiros exclusivos para os desenhos animados. A princípio, não existe nenhuma restrição quanto a isso, já que não seria um novo álbum e teoricamente não desrespeitaria o desejo de Hergé. A questão seria escolher a técnica adequada: animação tradicional ou computadorizada? Um visual fiel ou mais estilizado? Vale citar que, apesar de uma certa rejeição inicial, séries como "Chaves" e "Mickey Mouse" ganharam uma sobrevida com suas novas versões em desenho, com direito até a prêmios.

Série em live-action: Apesar de ser algo bem improvável, por que não? Um exemplo de série muito bem-sucedida e que poderia servir de modelo é "Sherlock", da BBC. Tudo bem que não se trata de uma adaptação de histórias em quadrinhos, mas os roteiristas conseguiram um grande feito ao adaptar os livros originais de uma forma moderna e inovadora, trazendo um tom contemporâneo às investigações do final do século 19. E o melhor: conseguiram a façanha de agradar aos fãs dos livros de Conan Doyle e atrair um público imenso ao redor do mundo. Será que com Tintim seria diferente?! O que você acharia de uma série nesse estilo?

Filmes para TV. Uma parceria com emissoras norte-americanas seria uma boa pedida, se bem executada. A própria Nickelodeon, braço da Paramount na televisão, já teve alguns exemplos bem-sucedidos, como os filmes com atores e animação computadorizada baseados em "Os Padrinhos Mágicos". Esse pode não ser o gênero ideal para alguns, mas poderia dar certo para atrair a molecada.

Documentários: Tenho certeza de que esta é a alternativa mais provável. É o tipo de produto que interessa a Moulinsart, que sempre teve uma visão mais elitista e, consequentemente, restritiva. Mas até para eles esta é a ideia menos lucrativa. Para exemplificar: a excelente série de documentários "Sur les traces de Tintin", que seguia os passos do repórter por alguns países por onde passou, tinha um conteúdo e uma edição de primeira - veja a abertura aqui. Mas você já viu a versão em português? É, ela não existe. Alguns países europeus transmitiram a série na televisão ou lançaram em DVD. Mas, no Brasil e em outros países ao redor do mundo, nada.

Documentário não é comercial, então não vende e não dá tanta audiência como um filme, série ou desenho. Esta, porém, é minha aposta. Qual é a sua?
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24 maio, 2014

Nick Rodwell fala sobre os projetos de Tintim para cinema, quadrinhos e TV

Nick Rodwell, administrador da obra de Hergé, concedeu uma entrevista reveladora ao Le Soir, jornal belga que acaba de formar uma parceria com a Moulinsart para publicar notícias relacionadas a Tintim em uma página própria (clique aqui e confira). O marido de Fanny Rodwell falou ao jornalista Daniel Couvreur sobre o insucesso do Museu Hergé, comentou sobre os projetos envolvendo novos álbuns, televisão e, claro, o segundo filme de Tintim. Pelo menos neste respeito, as notícias não são nada animadoras.


Novo filme


Questionado sobre o silêncio de Peter Jackson a respeito da sequência do longa "As Aventuras de Tintim" (2011), Nick Rodwell respondeu: "Ele é um homem muito ocupado! Não vai começar este ano, porque ele dedicou toda a sua energia às três partes de 'O Hobbit'. Ele deve concluir tudo isso antes de ter tempo para Tintim. É ele quem decide". Segundo o Lapresse, o marido de Fanny Rodwell explica que o filme "não ficará pronto antes 2017".

Rodwell também reconhece que o desempenho do primeiro filme pode contribuir para o atraso do segundo: "Você também deve saber que o primeiro filme, de Spielberg, custou US$ 200 milhões. Em Hollywood, eles querem faturar o triplo. Tintim rendeu 374 milhões, enquanto esperavam 600 milhões e onde Indiana Jones fez 800. Aos olhos de Hollywood, não é um verdadeiro sucesso financeiro. Dado o potencial de Tintim, o próximo filme não deve custar mais de US$ 125 milhões. Se Peter Jackson se adaptar, não haverá problema. Se ele também quiser US$ 200 milhões, como Spielberg, vai ser difícil cumprir o orçamento...", conclui.

Novo álbum


Com respeito a um novo álbum, apesar de sua esposa ter se mostrado contra (saiba mais aqui), Nick Rodwell afirma que a ideia está sim em andamento, mas que não se trata de uma aventura inédita, criada por outro autor. "O projeto de colorir 'Tintim no País dos Sovietes' ainda está em estudo, e caminha para ser lançado em forma de e-book", informa o administrador da Moulinsart.

Página de 'Tintin et le Thermozéro', projeto inacabado de Hergé.

"Em relação a 'Tintin et le Thermozéro', temos encontrado muita coisa nos arquivos. A questão, antes de qualquer projeto de álbum, é saber por que Hergé não foi até o fim desta aventura", explica. Para quem não sabe, o antigo colaborador de Hergé falou sobre isso em uma entrevista que pode ser lida aqui.

Museu Hergé


Apesar de receber uma boa avaliação dos visitantes, o Museu Hergé, inaugurado há cinco anos, tem atraído bem menos visitantes que o esperado. Um dos agravantes é acessibilidade, já que o espaço fica na cidade de Louvain-la-Neuve, a uma distância considerável da capital belga, Bruxelas. "O arquiteto infelizmente não construiu o museu de Lego, de modo que, obviamente, ele não pode se mover para Bruxelas ou Antuérpia", explica Nick Rodwell, admitindo sobre a escolha da cidade universitária: "A culpa foi nossa".

Nick Rodwell e Nat Neujean, que tem suas esculturas expostas no Museu Hergé

Rodwell informa ainda que os planos para melhorar a situação do museu incluem parcerias e grandes exposições. "Decidi ir para outros lugares, para Paris, Bruxelas, Angoulême, investir nossas energias em novos projetos", conta ele. "O museu vai, portanto, ultrapassar suas paredes", continua. "Temos muitas peças em nossas reservas, e é mais interessante mostrá-las, fazendo-as viajar, do que deixá-las em caixas... Temos excelentes contatos com Angoulême [que realiza um festival anual de quadrinhos] para realizar um evento de Tintim a cada ano".

Televisão


Sobre a ideia de aumentar a visibilidade da obra de Hergé, Rodwell revela: "Há também ideias para o desenvolvimento de projetos de televisão em torno de Tintim". Mas faz uma ressalva: "Nada está assinado ainda".

Para ler a entrevista completa (aqui não temos nem a metade), acesse este link (em francês).
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22 maio, 2014

Fatos em Fotos: Os amores de Hergé

Nos 107 anos de Hergé, o TPT resolveu lembrar do criador de Tintim de uma forma diferente. Sempre se fala sobre vida e da obra do gênio dos quadrinhos belga, mas muito pouco se sabe sobre os amores que ele viveu. Então, que tal conhecer um pouco sobre as mulheres que Georges Remi amou? Clique nas fotos para ampliá-las.


Em toda sua vida, Georges Remi viveu bem mais de um romance. O cartunista teve sua primeira namoradinha ainda jovem. Ela atendia pelo nome de Marie-Louise van Custem. Seu apelido, uma abreviação de seu primeiro nome, teria sido uma das inspirações para o nome do cachorro de Tintim, Milou (saiba mais aqui). Teria sido esta a primeira prova de amor do jovem Hergé?


Germaine Kieckens foi a primeira esposa de Hergé. Nascida em 1906, ela trabalhava como secretária do padre Norbert Wallez, chefe de Hergé no Le Vingtième Siécle, jornal que apresentou Tintim ao mundo. Foi ela quem assinou como Milu nas primeiras cópias autografadas do álbum "Tintim no País dos Sovietes", enquanto Hergé autografava como Tintim.

Apesar do interesse do jovem Remi, a elegante ruiva nunca escondeu sua queda por homens mais velhos - supostamente pelo próprio chefe, que a inspirava. Germaine só cedeu aos encantos de Hergé depois de anos de convivência, quando o padre Wallez incentivou seus jovens empregados a se casar. Com isso, a união de Georges e Germaine foi sacramentada em 1932.

Mais tarde, Germaine chegou a confessar que nunca foi louca de amores por Georges. E parece que, pelo menos com o tempo, a recíproca se tornou verdadeira, pois Hergé passou a ter vários casos extraconjugais. Durante um longo período que o marido passou longe de casa e do trabalho, Germaine pediu que ele voltasse, se não por ela, por Tintim.

Apesar do divórcio, Hergé voltou a ter contato com Germaine Kieckens nos últimos anos de sua vida. Os dois se viam semanalmente, e cultivaram uma amizade digna dos anos de convivência. Germaine morreu em 1995.

Um daqueles casos extraconjugais despertou novamente o amor do já não tão jovem cartunista. Fanny Vlamynck, que foi colorista dos Studios Hergé, sempre foi ma mulher muito bonita, chegando a ser comparada com a atriz Greta Garbo. O relacionamento com Hergé começou no mesmo ano de sua contratação, 1956. Porém, este não foi um simples affair. Foi com ela que Georges Remi se casou em 1977, e com ela que ficou junto até sua morte, em 1983.


Quase três décadas mais nova que seu primeiro marido (ela nasceu em 1934), Fanny se tornou viúva com quase 50 anos. Hoje, ela administra o espólio de Hergé ao lado de Nick Rodwell, com quem se casou em 1993. Assim como as outras mulheres que passaram pela vida do pai de Tintim, Fanny não teve filhos. Infelizmente.
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19 maio, 2014

Promoção Hergé 107 anos: Concorra a dois álbuns gigantes de Quick e Flupke!

Para marcar os 107 anos que Hergé completaria no próximo dia 22 de maio, o TPT traz para você um concurso que irá presentear dois leitores com um álbum gigante de outra criação do pai de Tintim: Quick e Flupke.


Criados em 1930, a dupla de meninos de Bruxelas ganhou um volumão de mais de 180 páginas em seu primeiro lançamento no Brasil, no segundo semestre do ano passado. Publicado pela Globo Livros Graphics, o álbum de excelente qualidade "As Diabruras de Quick e Flupke" terá uma continuação dentro de alguns meses. Mas enquanto o lançamento do segundo volume não acontece, você (e mais um leitor) pode ter a sorte ler cada uma das divertidas tirinhas estreladas pelos levados garotos - e o melhor: de graça!


Para participar, basta usar a criatividade e enviar para o email contato@tintimportintim.com, até o dia 30 de maio, uma resposta à seguinte questão:

Qual a maior diabrura que Quick e Flupke aprontariam se viajassem até o século 21?

Os autores das duas respostas mais criativas ganharão um volume, cada. Participe e sucesso!
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14 maio, 2014

Viúva de Hergé é contra um novo Tintim

Parece que as coisas vão mal para quem tem esperanças de ver um novo álbum de Tintim nas livrarias. Depois de tanto burburinho causado pelas declarações de Nick Rodwell, sua esposa Fanny Rodwell (foto), herdeira de Hergé, demonstrou claramente que é contra a publicação de novas aventuras do repórter.


Em entrevista ao último número da revista belga Paris Match, ela declarou: "Não haverá um novo Tintim". Embora reconheça que "muitos gostariam de fazer, e eu tenho certeza que fariam muito, muito bem", ela alega que se "deve respeitar a obra", e recorda: Hergé "não queria que [seu trabalho] fosse retomado por outro, e devemos respeitar seus desejos. Vamos dar a César o que é de César".

Sobre a notícia de um novo álbum até 2053, que impediria a queda da obra de Hergé no domínio público daqui a 40 anos, Fanny concorda que talvez nada possa ser feito, e explica que até lá "a sociedade terá mudado" muito, então não há como saber o que será de Tintim, "talvez não esteja mais na mente dos jovens". "Deus sabe o que terá acontecido até lá, talvez o mundo exploda, também! É difícil prever essas coisas", conclui.

Fanny foi casada com Georges Remi de 1977 até sua morte, em 1983. Em 1993, casou-se com Nick Rodwell, que há mais de 20 anos administra a Moulinsart S.A. com uma política muitas vezes criticada por fãs e jornalistas.

As recentes declarações da herdeira universal dos direitos de Hergé contradizem o que seu atual marido andou propagando - que a empresa estaria disposta a lançar um novo álbum em quadrinhos de Tintim, talvez finalizando alguma obra inacabada. Em todo caso, cabe a ela a decisão final sobra o lançamento de uma nova aventura até 2053. Como a própria Fanny sugeriu, porém, resta saber se um deles - ou de nós, meros leitores - estará vivo até o fim deste prazo.

:: Em tempo: Na entrevista, Fanny Rodwell ainda comentou sobre o Museu Hergé e o papel de seu atual marido na gestão do espólio de Hergé. Sobre o silêncio de Steven Spielberg e Peter Jackson a respeito de um novo filme de Tintim, ela diz ter certeza que o primeiro não foi um sucesso comercial, "ou Spielberg já teria começado o próximo".

Com informações dos sites ActuaBD e Bob de Moor Info.
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11 maio, 2014

Fatos em Fotos: Os pais de Hergé


Quem são os pais de Hergé? Mais de uma vez recebi este questionamento dos seguidores do blog. Todos sabem que o artista nasceu na Bélgica; a maioria sabe que isso aconteceu no dia 22 de maio de 1907; mas poucos conhecem a origem familiar de Georges Prosper Remi.

Na foto, Hergé entre seus pais, Alexis e Elisabeth.

O criador de Tintim nasceu em Etterbeek, comuna belga situada na região da capital, Bruxelas. Alex Remi (1882-1970), seu pai, trabalhava em uma fábrica de confecções para crianças junto com seu irmão gêmeo, Leon. Já sua mãe, Elisabeth Dufour (1882-1946), era dona de casa e trabalhou como costureira. Os dois se casaram em 18 de janeiro de 1905, e moravam na rua Cranz, 25, onde seu futuro famoso filho nasceria dois anos depois. Em 1912, o casal teve seu segundo filho, Paul, que seguiu carreira militar. Conta-se que a mãe de Hergé sofria de graves problemas mentais, o que teria levado à sua morte em um hospital psiquiátrico, em 1946.

A foto saiu do livro "Hergé: Portrait intime du père de Tintin", de Benoît Mouchart e François Rivière. Para ler um artigo relacionado (em francês), clique aqui.
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01 maio, 2014

Você sabia? Maio é o mês de Hergé

No dia 22 de maio de 2014, o pai de Tintim completaria 107 anos. Por este motivo, o TPT está preparando um mês especial, com Fatos em Fotos e curiosidades sobre a vida e obra de Hergé. Para começar, descubra uma curiosidade sobre os primórdios da carreira de Georges Remi.


O cartunista começou a carreira ainda adolescente, desenhando para jornaizinhos de escoteiros como o Jamais Assez e o Le Boy-Scout Belge. Durante esta época, o jovem artista testou várias assinaturas, entre elas "G. Remi", "R", "Remi", "Jérémiades" e 'Jérémie" - estes últimos relacionados à pronúncia da inicial do seu primeiro nome junto com o sobrenome: G. Remi (algo como Gerremí). Só mais tarde, em 1924, utilizou pela primeira vez as iniciais invertidas (R.G.), tornando-se conhecido mundialmente como Hergé (pronuncia-se Ergê).
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27 abril, 2014

"The Adventures of Hergé": vale a pena ler?

Eu nunca tinha lido uma biografia de Hergé, o criador de Tintim. O motivo é simples: sempre me interessei mais pela obra do que pela vida pessoal do autor. Mas chega um momento, quando você vê sua prateleira completa com os álbuns da série (e mais além), que se torna necessário saber mais sobre os elementos externos que influenciaram na criação dessas aventuras e personagens tão queridos. Então, visando unir o útil ao agradável, comprei o livro "The Adventures of Hergé", edição da canadense Drawn & Quarterly, com texto de Jose-Louis Bocquet e Jean-Luc Fromental e desenhos de Stanislas Barthelemy. Se vale a pena? Leia a seguir as impressões do TPT e decida.


Quantas biografias em quadrinhos você conhece? Para homenagear o pai da linha clara, o desenhista Stanislas utilizou o estilo criado por Hergé para retratar sua própria história. Em capa dura, o livro segue os passos dos álbuns clássicos de Tintim ao apresentar nos versos da capa e contra-capa uma galeria com os personagens que aparecem ao longo da narrativa. Este, sem dúvida alguma, foi um grande acerto. Mas contar um relato de quase setenta anos de uma vida cheia de altos e baixos pode não ser tão simples, principalmente quando se trata de uma obra de apenas 70 páginas.

O conteúdo


A história é contada de maneira episódica, com intervalos de anos entre um acontecimento e outro. Basicamente, revela os pontos altos da vida e carreira de Hergé - como sua juventude entre os escoteiros, quando o jovem Remi tinha dúvidas sobre que profissão seguir; seu início no Le Vingtième Siècle e a influência do padre Norbert Wallez nos primeiros álbuns; a amizade com o chinês Zhang Chongren e o casamento com Germaine Kieckens; a acusação de colaboracionismo durante a ocupação nazista; a crise conjugal e o relacionamento com Fanny Vlamynck; o repentino amor à arte moderna, que o leva ao famoso encontro com Andy Warhol; a depressão e a consequente crise criativa que o impediu de escrever Tintim em um momento que outras obras, como Asterix, se consolidavam mundo a fora. Até a negociação para um filme com Steven Spielberg é assunto nas últimas páginas.


Georges Remi é retratado como o que ele foi: um homem imperfeito como todos nós. Cheio de defeitos, o pai de Tintim também cometeu inúmeros erros. Traiu, foi injusto, orgulhoso, supersticioso. Mas foi também um amigo fiel e generoso, um visionário, um gênio muitas vezes incompreendido. Como tem a pretensão de ser uma "aventura", o texto toma lá suas liberdades poéticas, incluindo alguns pontos que não necessariamente aconteceram daquela forma - a criação de Tintim que o diga. A narrativa leva até o último dia da vida de Hergé, que é retratado de forma sensível; sem dúvidas uma bela metáfora.

Ler ou não ler?


Você com certeza vai descobrir coisas que talvez nem imaginasse. Por exemplo, qual o mistério envolvendo a origem de Hergé? Você sabia que a viúva de Hergé, que era décadas mais jovem que ele, na verdade foi sua amante durante anos? E que o autor passou a visitar sua ex-esposa, Germaine, nos últimos anos de sua vida? Eu não conhecia a fundo alguns desses detalhes da vida pessoal de Georges Remi. Mas foi justamente aí que achei um ponto fraco: Bocquet e Fromental fazem bem em trazer estes temas à tona, mas poderiam ter se aprofundado mais.

Faltou revelar algo mais sobre os bastidores dos álbuns, como foi bem feito no caso de "Perdidos no Mar", e apresentar melhor alguns personagens importantes, como colaboradores e amigos do autor - que entraram e saíam de cena sem uma introdução digna. Este fato, aliás, tenta ser compensado pelas mini-biografias dos personagens, que ocupam as últimas páginas do livro. Um recurso eficaz - já que é possível conhecer melhor as figuras que cruzaram o caminho de Hergé - mas que poderia ser melhor explorado.


Por esses e outros motivos, a biografia em quadrinhos é recomendável para quem já conhece o mínimo sobre a vida de Hergé. Para iniciantes, pode ser um tanto frustrante, justamente pelas lacunas que acaba deixando entre um episódio e outro. Talvez seja assim também para quem é expert no assunto, que com certeza sentirá falta de detalhes importantes sobre a vida e a carreira do pai de Tintim.

Se "The Adventures of Hergé" tem algum mérito, o maior deles é deixar o leitor com água na boca para saber mais sobre a história de Georges Prosper Remi. Caso essa tenha sido a intenção dos autores, o objetivo foi cumprido. Quem ler não vai querer parar por ali. E eu sei bem do que estou falando.

:: Em tempo: O site da editora disponibilizou online as primeiras páginas do livro. Clique aqui para ler as primeiras seis páginas.
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13 abril, 2014

"Le Thermozéro": Entrevista com colaborador de Hergé sobre o álbum inédito

Em 2007, durante as celebrações do centenário de Hergé, Jacques Martin, antigo amigo e colaborador do pai de Tintim, deu uma entrevista à revista Lire. Na conversa com Christophe Fumeux, Martin revelou ao grande público a história por trás de um álbum inacabado de Hergé, "Tintin et le Thermozéro", que teria cerca de cinquenta páginas de esboços e um roteiro completo.


CF: Sr. Martin, poderia nos dar alguns detalhes sobre esta revelação e por que nunca falou sobre isso antes?

JM: Porque você nunca me perguntou! (risos) Eu já luto para me fazer entender quando explico que os colaboradores de Hergé foram muito importantes no processo de criação dos álbuns de Tintim... Imagine a dificuldade para falar de um álbum que ninguém conhecia (risos)! Originalmente, Greg propôs a Hergé um roteiro, chamado mais tarde de 'Thermozéro', e sobre o qual eu trabalhei por algumas semanas. Hergé estava sem inspiração naquela época [por volta de 1958-1959], e Greg conseguiu convencê-lo a propor um roteiro de Tintim "sob medida". Eu não me lembro exatamente o valor do contrato, mas, na época, parecia muito caro... realmente exorbitante. Mas ao ler, Hergé achou que esse roteiro era muito mecânico (...).

Sobre o enredo e o estilo de narrativa adotado por Greg, Jacques Martin explicou: "Basicamente, o roteiro girava em torno de uma trama cômica com muitas variações: os bandidos se encontram em algum lugar em uma estrada da Normandia. Eles descobrem por acaso uma garrafa térmica de café - obviamente abandonada - onde há uma bomba atômica em miniatura. Um acidente de carro é a oportunidade para que Tintim e Haddock entrem em seu caminho... Obviamente, o uso inadequado desta garrafa dá origem a mal-entendidos, a eventos cômicos e à repetição um pouco similar à cena do esparadrapo no 'Caso Girassol'..."


Martin conta que "Hergé achou muito repetitivo e não estava realmente convencido. Então, ele pediu para eu trabalhar sobre o roteiro". O trabalho de revisão foi realizado junto com outros dois colaboradores, Bob de Moor e Roger Leloup. "Evoluí consideravelmente, sobre uma pilha de páginas e esboços", revela. Mas segundo Martin, Hergé deixou o projeto para trás para embarcar em outra aventura. Ao contrário do que alguns sites já declararam, que o próximo álbum seria "As Jóias da Castafiore", Martin foi categórico em afirmar que o próximo trabalho do autor seria "Tintim no Tibete".

CF: Houve um debate entre os colaboradores do estúdio? Alguns argumentam que Bob de Moor e você continuariam este projeto enquanto Baudoin Van den Branden e Hergé eram contra...

JM: Bandoin Van den Branden não estava envolvido neste tipo de caso, não era sua função, ele era o secretário de Hergé, encarregado de sua correspondência e seus negócios correntes, e nunca interferiu na criação de histórias (...) Mas no fundo, me incomodou um pouco o fato de Hergé ter abandonado esta história, mesmo depois de eu ter evoluído consideravelmente a partir do projeto de Greg. Mas, infelizmente, não houve debate real sobre o assunto. Hergé me pediu alguns dias para refletir, então ele veio em meu escritório e disse: 'ok, eu desisto, isso não é bom, é Charlie Chaplin, não Tintim...!' E nunca mais tocou no assunto.


CF: E para você, era bom ou não?

JM: Não era ruim, havia coisas boas, ele tinha material para fazer um bom álbum... Mas ao meu ver, seria um álbum muito próximo de 'O Caso Girassol', com uma atmosfera de Guerra Fria, de espionagem e esta bomba que ameaça explodir a qualquer momento -sem jamais explodir, é claro - mas que servia de alívio cômico. Nós poderíamos ter feito interessante deste roteiro... Havia partes boas. Você vai ver um dia, se decidirem editá-lo.

CF: É verdade o que Jérome Dupuis afirmou à revista Lire, que você posteriormente trabalhou na adaptação desta história de Tintim para um longa-metragem que se passaria no Canadá?

JM: Ah, não! Isso é completamente falso! ... Não, não, esse projeto foi definitivamente abandonado em 1960. Além disso, não acredito que houve algum projeto de filme com este roteiro...

:: Sobre Jacques Martin:

Nascido na França em 1921, Martin criou sua primeira história em quadrinhos (bande dessinée) em 1942. No fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946, ele viajou para a Bélgica em busca de um editor para suas criações. Foi lá que conheceu Hergé, com quem passou a colaborar nos álbuns de Tintim, como "Tintim no Tibete" e "Perdidos no Mar". Em 1948 criou "Alix", sua principal obra, que fez sua estreia na revista Tintin. Jacques Martin faleceu em 2010, deixando cerca de 120 álbuns publicados.
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05 abril, 2014

Aviso importante aos fãs do TPT no Facebook

O Facebook "é gratuito e sempre será". Pelo menos é nisso que a rede de Mark Zuckerberg quer que você acredite. Em certo sentido não deixa de ser verdade, pois o usuário não precisa pagar para tirar proveito dos benefícios da rede social. Pelo menos o usuário comum, que normalmente mantém um perfil para compartilhar, curtir, comentar e bater papo. Para os administradores de páginas, como a do Tintim por Tintim, o cerco vem se fechando. Não que estejam cobrando algum valor de nós, pelo contrário, ainda é possível manter uma página gratuitamente. Mas existe uma pressão velada para que os donos de páginas paguem para ter suas publicações divulgadas para os próprios fãs e mais algumas pessoas.

A cada dia que passa o Facebook vem diminuindo o alcance que as publicações das páginas têm entre seus seguidores. Com isso, você deixa de receber todas as postagens publicadas por um página que curtiu para dar lugar a coisas "do seu interesse" em seu feed de notícias. E entre estas coisas estão vários posts patrocinados, que não necessariamente são aquilo que você quer ver. Para os administradores de páginas, resta se contentar com um percentual mínimo de alcance do seu público (que para o TPT às vezes significa ter menos de 300 pessoas - dentre mais de 2.000 - visualizando uma postagem) ou pagar para "impulsionar" a publicação, como é sugerido por um conveniente botão embaixo de cada post.

Como receber todas as atualizações do Tintim por Tintim no Facebook


O Tintim por Tintim não tem fins lucrativos, por isso, promover a página no Facebook não está na minha lista de prioridades. Mas não queremos que as atualizações da página (e do blog) deixem de ser vistas por cada um de vocês, não é mesmo? Então fica a dica para quem não quiser deixar nada escapar: acesse a página, clique no botão "Curtiu" e em seguida na opção "Obter notificações". A partir daí, todo conteúdo publicado pela página (l00% livre de spams) aparecerá em sua página principal do Facebook.



Se você não tem Facebook, ainda pode seguir o TPT no Twitter (@Britto_TPT) ou, se preferir, receber todas as atualizações do blog direto em seu e-mail, fazendo um rápido cadastro através barra à direita. 
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27 março, 2014

Moulinsart censura Tumblr com imagens de Tintim

A Moulinsart S.A. agiu mais uma vez. De acordo com artigo do site Libération, o Le Petit XXIe, Tumblr administrado por dois jornalistas desde fevereiro, teve suas imagens bloqueadas a pedido dos detentores dos direitos autorais de Tintim e Hergé. Um dos jornalistas foi o próprio autor do artigo, Quentin Girard, que falou sobre a ação e as explicações dadas pela empresa.

Com o título fazendo referência ao jornalzinho que publicou originalmente as tirinhas de Tintim, Le Petit Vingtième, o espaço utilizava quadrinhos dos álbuns de Hergé para ilustrar notícias reais. Só para citar um exemplo, no caso do Boeing da Malaysa Airlines, que desapareceu com 239 pessoas a bordo no último dia 8 de março, foi utilizada uma imagem de "Voo 714 para Sydney", retratando a perda de contato entre a torre de controle e o avião de Lazlo Carreidas.

A ideia foi muito bem-recebida pela mídia e pelos fãs, mas não pela Moulinsart. "Sabíamos que eles não são conhecidos por sua flexibilidade", afirma Girard, que se refere a Nick Rodwell como um "lobo branco pronto para fazer qualquer coisa para preservar a galinha dos ovos de ouro", citando como exemplo a notícia de um possível novo álbum só para evitar que o repórter caia em domínio público. "Mas pensamos que poderíamos evitar o jugo das Éditions Moulinsart", confessa, explicando que o Le Petit XXIe destina-se apenas a prestar uma homenagem a Hergé e sua obra. "Ele nunca revela um álbum inteiro, apenas um quadrinho em cada caso, nos termos da lei de citação se aplica a qualquer obra". 


Procurando o departamento jurídico da Moulinsart, os jornalistas tiveram a seguinte resposta: "A lei considera um quadrinho dos álbuns das Aventuras de Tintim como uma obra em si". Ou seja: cada quadrinho é uma obra em si, de modo que seria impossível citar Tintim por meio das imagens dos álbuns, apenas mencionando um trecho do texto. A empresa frisa mais uma vez que o objetivo da ação é assegurar "o respeito e a proteção ao trabalho de Hergé". O extenso artigo faz ainda alguns questionamentos sobre alguns posicionamentos contraditórios e ações anteriores da Moulinsart, e continua gerando comentários. Para ler tudo (em francês), clique aqui

No Twitter, os criadores do Le Petit XXIe explicaram que seu trabalho não constitui plágio, pois não visa o lucro, e afirmam que continuarão postando no microblog, enquanto não encontram outra plataforma de blog - ou enquanto a Moulinsart permitir...
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26 março, 2014

Teria Hergé se inspirado em Georges Méliès?

Assistindo ao filme "A Invenção de Hugo Cabret" (recomendadíssimo pra quem curte cinema), notei um personagem de Georges Méliès que não conhecia: Le Diable, do filme "Le Diable au Convent" (1899). Chamou atenção a semelhança física com um personagem de Hergé, o Marquês Di Gorgonzola, alter-ego do vilão Rastapopoulos no álbum "Perdidos no Mar". Teria Hergé se inspirado no filme de Méliès para conceber o disfarce do criminoso milionário dono do Sheherazade? Não sabemos - mas se alguém tiver informações,não hesite em compartilhar!



A propósito: coincidentemente, Georges Méliès é interpretado no filme de Martin Scorsese por ninguém menos que Ben Kingsley, um dos favoritos do TPT para o papel de Rastapopoulos em uma das futuras aventuras cinematográficas de Tintim... Pelo menos como Di Gorgonzola ele convenceria, não?!

:: Sobre o filme

"A Invenção de Hugo Cabret", lançado em 2011, é o primeiro filme 3D de Martin Scorsese (que dá uma de Hergé e Hitchcock e faz uma aparição rápida). Com Ben Kingsley, Asa Butterfield, Sacha Baron Cohen e um ótimo elenco, o longa é uma obra-prima cinematográfica sobre um garoto órfão que está decidido a consertar um autômato deixado pelo pai (Jude Law). A determinação do menino ajuda a mudar não apenas sua própria vida, como a de todos ao seu redor. Entre estes está o grande homenageado da história: Georges Méliès, um dos pioneiros do cinema, que revolucionou a indústria em seu tempo ao criar filmes com cores e efeitos especiais surpreendentes para a época - final do século 19.

Ben Kingsley é Georges Méliès.

Ben Kingsley está perfeito no papel, tanto na atuação sempre afiada como na caracterização que o deixou idêntico ao Méliès da vida real. O longa é uma ode à sétima arte para crianças e adultos, e faz jus a todos os prêmios recebidos. Só tenho um questionamento com relação ao filme: por que não fui assistir no cinema? Se você ainda não assistiu, não perca tempo. Vale a pena assistir, apreciar e conhecer mais sobre o pai dessa fantástica fábrica de sonhos.
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24 março, 2014

Casterman publicará álbum inédito de Tintim

Em conversa com o jornal Le Parisien, Benoît Mouchart falou sobre os novos projetos envolvendo Tintim, incluindo um álbum inédito. Ex-diretor do Festival de Angoulême, Mouchart já ocupa há um ano a posição de diretor editorial na Casterman, distribuidora oficial da obra de Hergé, e desde o início de sua gestão tem como prioridade colocar ordem nas relações complicadas, como a que existia entre a editora e a Moulinsart até algum tempo atrás.


Com o bom relacionamento restabelecido, Casterman e Moulinsart lançaram em março o livro "La Malédiction de Rascar Capac - vol 1. - Le Mystère des Boules de Cristal". Com 136 páginas, a publicação é uma edição comentada e explicativa das 150 tiras da versão original de "As 7 Bolas de Cristal", publicadas pelo jornal belga Le Soir entre 1943 e 1944. O livro reúne esboços, imagens dos arquivos de Hergé e informações diversas sobre a criação da obra, incluindo a participação de Edgar P. Jacobs na produção do álbum. O segundo volume, sobre "O Templo do Sol", está programado para setembro de 2014.


Mas Benoît Mouchart já tem outros projetos em andamento. Falando de uma versão colorida de "Tintim no País dos Sovietes", Mouchart confirmou: "Este é um projeto oficial e tem o apoio da Moulinsart. Uma página de teste foi mesmo realizada, com cores mais sépias. Eu estava um pouco cético no início, mas percebi que foi um verdadeiro sucesso. Só que não temos cronograma de lançamento".

Quando questionado sobre a publicação de uma aventura completamente inédita, Mouchart respondeu: "Sim, é um inacabado que se chama "Tintin et le Thermozéro", que se situa entre "Tintim no Tibete" e "As Jóias da Castafiore". Há cinco ou seis versões do roteiro, um deles escrito por Greg. É uma história muito 'hitchcockiana'. Tintim é testemunha de um acidente de carro: um homem é atropelado. Ele coloca sua capa sobre o ferido, que acaba morrendo. Ele descobre um papel no bolso e que os homens querem recuperá-lo... Hergé finalmente desistiu da publicação, porque era muito próximo de álbuns como "O Caso Girassol". Existe um storyboard completo e oito páginas de rascunhos desenhados por Hergé. Estamos discutindo uma publicação, algo semelhante a como publicamos "Tintim e a Alfa-Arte" após sua morte. Mas, novamente, não há nenhuma data", conclui.
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20 março, 2014

Três personagens de Hergé inspirados em seu irmão

O que Tintim, o Capitão Haddock e o Coronel Sponz ("O Caso Girassol", "Tintim e os Pícaros") têm em comum? Os três personagens de Hergé tiveram alguma inspiração em seu irmão mais novo, Paul Remi.

Você já deve ter visto aqui e aqui que a concepção de Tintim e Haddock foi influenciada pela aparência (no caso do primeiro) e no vocabulário forte (com um milhão de raios!) de Paul. Mas talvez ainda não saiba que um dos maiores vilões das aventuras de Tintim também foi inspirado no irmão de seu criador.


Segundo a história conhecida, depois que Tintim se tornou conhecido e a homenagem de Hergé ao irmão ficou evidente, Paul, que era militar, passou a ser conhecido pelos colegas como "Major Tintin". Para acabar com a brincadeira, cortou o cabelo, deixando o topete (literalmente) para trás e abandonando a aparência similar à do repórter. Mas Hergé não sossegou e decidiu homenagear novamente o irmão, desta vez na imagem do militar bórduro Sponz (ou Esponja), que também ostenta um chumaço de cabelo sobre uma cabeça raspada.

:: Mais sobre Paul Remi

O irmão de Hergé também tinha talento para as artes. Apesar de não ter priorizado a carreira artística, publicou três livros de ilustrações: "Les Chevaux du Major", "Petite Histore de l'Equitation" e "En Selle, les jeunes", todos sobre equitação, atividade que executava com maestria.


Um personagem com traços semelhantes aos de Paul Remi (e do Coronel Sponz) apareceu também no álbum "O Cetro de Ottokar", em uma cena que conta com a participação de sósias de Hergé e sua então esposa, Germaine.


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19 março, 2014

Anthony Horowitz fala que Tintim é sua inspiração

Em entrevista ao Daily Mail, o escritor Anthony Horowitz, criador de Alex Rider e autor do primeiro romance de Sherlock Holmes aprovado pelos herdeiros de Conan Doyle, apresentou seu escritório e apartamento em Londres, onde mora há oito anos com sua esposa e dois filhos.


Horowitz apresenta alguns itens curiosos do seu flat, e conta um pouco sobre seu trabalho. Um desses trabalhos, aliás, é no roteiro da sequência do filme "As Aventuras de Tintim", de Steven Spielberg e Peter Jackson, que pelo visto já foi concluído.

Quando questionado sobre o que inspira seu trabalho, o escritor explica que a vista panorâmica de Londres é uma das suas inspirações. "Mas eu fui inicialmente inspirado a escrever por Tintim", diz Anthony Horowitz. "Eu tenho todos os livros, e eu particularmente amo este foguete Tintim, que eu consegui em uma loja em Covent Garden, é tão icônico. É um lembrete constante do meu herói de infância. Aliás, eu acabei de escrever o novo filme de Tintim para Steven Spielberg", conclui.

Bom, a julgar pelo que já foi noticiado, o segundo filme pode mesmo ser baseado em "O Templo do Sol", cujo roteiro já está escrito há bastante tempo. Mesmo assim, ainda devemos aguardar a divulgação oficial.
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18 março, 2014

Quando Hergé errou

Hergé sempre foi conhecido pelo trabalho de pesquisa envolvido na concepção de seus álbuns. Ao longo dos anos, o criador das aventuras de Tintim compilou uma extensa variedade de imagens, fotos e artigos de publicações como a revista National Geographic. Tudo para dar veracidade ao visual e ao contexto das suas histórias.

Mas o que poucos talvez saibam é que Hergé também errou. Não foi um engano complexo, relacionado a alguma descoberta científica ou tecnológica. No caso que tratamos aqui, a falha foi em um assunto aparentemente muito simples, que talvez não deva ser atribuído ao desenhista, mas sim aos coloristas.

No álbum "As 7 Bolas de Cristal", as cores do arco-íris foram retratadas de forma incorreta. Enquanto a ordem de cores original é vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta (de fora para dentro), no desenho de Hergé aparece o inverso, como você vê na ilustração abaixo, que traz a versão correta de um arco-íris na parte superior.


Se você pensa que este foi o único erro de Hergé, engana-se. Ainda tem mais...
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14 março, 2014

Fatos em Fotos: Hergé encontra Mauricio de Sousa


Você sabia que o pai de Tintim já se encontrou com o criador da Turma da Mônica? Pois é, graças a uma foto enviada pelo leitor Marcos Araújo, descobrimos que Hergé, Mauricio de Sousa e suas criações já estiveram frente a frente nos anos 1970.

O encontro entre Mônica e Tintim (que também contou com a participação de Spirou, criação de André Franquin) ocorreu em 1971, no desenho que você vê logo abaixo, assinado por Mauricio em Lisboa, Portugal.


Em 1972, Hergé foi convidado de honra do 1º Congresso Internacional de Quadrinhos, que aconteceu entre 22 de abril e 1º de maio daquele ano no Royal Manhattan Hotel, em Nova York. Nesta ocasião ele juntou-se com Mauricio de Sousa e outros nomes de peso dos quadrinhos mundiais, como Stan Lee (criador de personagens como Homem-Aranha e X-Men), Will Eisner (Spirit) e Hugo Pratt (Corto Maltese). Ainda bem que tivemos um fotógrafo presente para registar este fato...

Hergé desenha para Mauricio de Sousa em 1972. Mais fotos em: GetBack.
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