21 outubro, 2010

Ministro da Cultura do Congo defende a polêmica obra de Hergé

Jeannette Kavira Mapeera, Ministra da Cultura e das Artes do Congo, falou à RFI (Radio France International), sobre a polêmica obra de Hergé que faz referência ao seu país. Durante a inauguração do festival de quadrinhos realizado pela primeira vez em Kinshasa, a ministra surpreendeu a muitos ao defender "Tintim no Congo", que ela descreve como uma obra-prima.

Durante a conversa com a RFI, Jeannette Mapeera afirmou que "nada disto se justifica", referindo-se aos processos judiciais que a obra vem enfrentando. As declarações da ministra vão de encontro com os argumentos de Bienvenu Mbutu Mondondo, congolês que luta pela proibição do álbum há alguns anos.

"Para governo congolês, Tintim no Congo é uma obra-prima. Este álbum não fere em nada a cultura congolesa", diz Mapeera. "Nos tempos antigos, quando este livro estava sendo escrito e seu criador se inspirava, os congoleses realmente não conseguiam falar francês. Ainda hoje, não são os congoleses que falam o melhor francês", completa ela, em referência ao modo caricato como os nativos falam no álbum de Hergé.

Sobre as cenas em que Tintim e Milu aparecem criticando os nativos por sua "preguiça", a ministra diz: "Naquela época, descrita na obra, realmente, para colocar os congoleses para trabalhar ou incentivá-los ao trabalho, você tinha que usar a vara. Hoje, em alguns círculos, para enviar as crianças ou adultos ao campo, você tem que usar métodos fortes".

Jeannette Kavira Mapeera conclui a conversa falando sobre o processo que se arrasta desde 2007: "Sentimos que este é um julgamento que não envolve o governo congolês". O caso "Tintin no Congo" voltará a ser examinado pelo tribunal de Bruxelas em 22 de novembro próximo.

As informações são do francês Le Vif.
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