AS AVENTURAS DE TINTIM 2

Tudo o que sabemos sobre a continuação do filme de Tintim

TINTIM TERÁ NOVO FILME COM ATORES

As Joias da Castafiore será adaptado para o cinema, afirma diretor

TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID

O dublador do Capitão Haddock soltou o verbo em bate-papo com o blog

TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA

Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais

TINTIM GANHA NOVO JOGO

Game para smartphones ainda não está disponível em todos os países

TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

31 julho, 2010

Seja bem vindo ao "Tintim por Tintim"

Quem pensou que o blog chegaria ao fim depois da sugestiva expressão "2º e último aniversário" se enganou! Conforme havia sido explicado no post de aniversário, o blog está longe de chegar ao fim, mas pretende dar passos ainda maiores... Um deles é a mudança de título e endereço. 


Confesso que ficava até sem jeito por não saber como me referir ao Blog As Aventuras de Tintim: se usando o nome todo ou apenas 'o blog de Tintim'. Pois agora que foi rebatizado para Tintim por Tintim, será mais fácil até divulgar o blog - além de não correr o risco de ser processado... "Tintim por Tintim" é uma expressão da língua portuguesa, portanto não tem dono. Assim, o uso é livre, e atende muito bem à proposta deste espaço.

Espero que curtam bastante a nova fase do blog e aguardem mais novidades. Esta semana será cheia delas!
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29 julho, 2010

Carros de Tintim: No País dos Sovietes


No que se refere a cenários e objetos do mundo real, os desenhos de Hergé foram sempre bastante fiéis à realidade - e com os carros não é diferente. No site Tintin's Cars é possível conferir uma relação com todos eles, mas a partir de hoje será publicado aqui a sequência de veículos presentes em cada álbum de Tintim, contando também algumas curiosidades sobre as marcas.

Para começar, vamos partir do início! No primeiro álbum de Tintim, "No País dos Sovietes", ainda em preto-e-branco, vemos o repórter conduzindo dois modelos diferentes. Conheça-os abaixo:

Este modelo, que aparece na página 50 do álbum, é o Mercedes Torpedo, de 1925. Chama atenção no desenho de Hergé os detalhes do carro, muito fiel ao original. Até a estrela de três pontas, marca registrada da marca, está ali. A Mercedes-Benz, fundada na Alemanha em 1924, é uma das fabricantes de meios de transporte (incluindo caminhões, ônibus e até aviões) mais famosas do mundo, e seus produtos constantemente são vistos em filmes e histórias em quadrinhos. Hergé pode ser considerado um precursor desta prática.

Tintim aparece pilotando dois modelos da Amilcar: possivelmente o CC (página 176) e o C6 (página 97). Ambos foram lançados pela empresa francesa Socièté des Cyclecars Amilcar, numa época em que ter carro era para poucos, devido ao elevado número de impostos. Assim surgiram os cyclecars, veículos de 3 ou 4 rodas com capacidade máxima de 2 passageiros (incluindo o condutor). Com taxas muito mais favoráveis ao grande público, essas versões esportivas foram apelidadas de "os Bugatti dos pobres". A Amilcar fez grande sucesso durante décadas, até chegar ao fim, no decorrer da 2ª Guerra Mundial.

:: Esta não foi a última vez que o jovem repórter apareceu dirigindo estes modelos. Aguarde as próximas postagens e descubra mais carros de Tintim...
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26 julho, 2010

Dois anos de Blog As Aventuras de Tintim

Já faz tanto tempo... Quem diria que um blog brasileiro sobre um personagem belga duraria tanto? Eu duvidaria se apostassem! Mas está aí: o Blog As Aventuras de Tintim completou no último dia 06 de julho de 2010 a marca de dois anos no ar. Foi um período de muito trabalho e dedicação para fazer o espaço que você, tintinófilo ou não, está acessando agora, e trazer para os brasileiros um material de qualidade sobre a obra do grande Hergé.

Um Retrospecto

O último ano de vida do Blog As Aventuras de Tintim foi tão produtivo quanto o primeiro. Muitas novidades sobre a trilogia saíram primeiro aqui, na seção Boletim Trilogia Tintim. Só para se ter uma ideia, depois da publicação em primeira mão das imagens do set de 'Tintim e o Segredo do Licorne', o número de acessos diários do blog praticamente triplicou! Grandes especiais fizeram parte destes últimos doze meses, incluindo o fantástico (modéstia à parte) A Evolução da Alfa-Arte e os igualmente interessantes Tintim no País dos Sovietes e Tintim no Congo, analisando os dois primeiros álbuns de Hergé.

Curiosidades e notícias de todo tipo - incluindo as desagradáveis novidades sobre processos contra a obra de Hergé - também ganharam espaço. A publicação esporádica das Rapidinhas foi uma ótima saída para trazer uma boa quantidade de notícias em poucas palavras, tudo para facilitar o acesso do leitor às informações e assim mantê-lo atualizado sobre o que acontece com Tintim ao redor do mundo. A seção Além de Tintim - um pouco sumida nos últimos tempos - foi um dos ápices do ano, ao mostrar assuntos que estão direta ou indiretamente relacionados ao nosso querido personagem.

Quem também ganhou destaque durante o segundo ano de blog foram alguns vilões de Tintim, que ganharam especiais detalhando sua trajetória de rivalidade com o jornalista. Criações de Hergé, algumas menos (ou nada) conhecidas do público, foram reveladas numa série de especiais durante o mês dos 103 anos do autor. Já no mês da morte de Hergé, o blog trouxe o especial em três partes sobre as aparições do cartunista na série da Nelvana. Falando nisso, os dubladores brasileiros da clássica série de TV foram outros privilegiados, gerando algumas das postagens mais acessadas do blog. Já os leitores ganharam voz através do Blog Responde, e voltaram a ganhar prêmios numa nova promoção em parceria com a Log On Editora!

Enfim, este último ano foi maravilhoso para mim e para o blog. Cheguei a pensar que, com o fim da publicação de "Tintim e a Alfa-Arte", as visitas ao blog diminuiriam - mas eu estava redondamente enganado: o blog consegue viver tranquilamente sem a publicação de uma história. Mas calma, pessoal, muito em breve uma nova aventura de Tintim será publicada!

Para mim, que sou o editor do blog, é uma satisfação ver que esta foi uma ideia que deu certo. O blog nasceu numa época em que estávamos apenas começando a falar sobre a adaptação dos álbuns de Tintim para o cinema, e havia uma grande possibilidade de ser um fracasso... Mas aos pouquinhos fomos conquistando nosso espaço, ganhando destaque até mesmo em sites internacionais e assim tornando viva em nossas memórias a figura de Tintim e seus amigos.

Perspectivas

O que vem por aí? Bem, muita gente se assustou quando viu no banner e no Twitter a frase "2º e último aniversário". Mas ainda não é hora de parar! Pelo contrário, ainda temos muito a evoluir, e enquanto houver pessoas querendo saber mais sobre Tintim, pode ter certeza que vai encontrar um espaço aqui. Mas voos mais altos precisam ser alçados, e é por isso que o Blog As Aventuras de Tintim, ainda nesta semana, trará novidades especiais para os tintinófilos brasileiros, incluindo um presente que muitos gostarão de ganhar... além da explicação do "último aniversário", é claro.

Continue acessando o blog durante esta semana, pois vou mostrar tudo o que vem por aí, tintim por tintim!
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24 julho, 2010

Voilà Tintin: Jamie Bell na revista Vogue

O ator britânico Jamie Bell, revelado ao mundo no papel principal do filme "Billy Elliot", está se tornando cada vez mais conhecido como o intérprete de Tintim na trilogia produzida por Steven Spielberg e Peter Jackson. Mas enquanto o primeiro filme não chega às telas, o ator vai participando de outras produções, como os longas Jane Eyre e The Eagle of the Ninth, que são os próximos a estrear nos cinemas.


Pegando carona na ascenção do ator de 24 anos, a revista Vogue da Itália publicou um editorial intitulado "Voilà Tintin", onde fala sobre a trajetória e os planos de Bell, com grande destaque à sua atuação como protagonista de Tintim. Confira abaixo algumas fotos, onde o ator aparece inclusive com um topete similar ao do repórter, além de fazer referência ao universo criado por Hergé por meio de projeções de imagens e álbuns.
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23 julho, 2010

Interessante dedução de um leitor

Em email enviado ao blog, um leitor chamado Frederico comentou sobre a postagem Curiosidades sobre a aventura de Tintim no cinema. Confira alguns trechos da mensagem e note a conclusão interessante a que o leitor chegou:
Reparei o que escreveste em relação à falta de personagens, como o Professor Girassol, os irmãos Pardal, o Cavaleiro de Haddock, etc... e eu penso ter um possível explicação para isso apesar de nao ter a certeza... a falta de personagens no site IMDb deve-se ao fato de os atores que vão interpretar essas personagem já estão lá, mas como outro personagem. Ou seja: há atores que vão interpretar dois personagens... por exemplo: Andy Serkis vai interpretar o capitão Haddock e o Cavaleiro de Haddock, Toby Jones vai interpretar [Aristides] Silk e (segundo uma revista) o professor Girasol. No entanto o Cavaleiro de Haddock e o Professor Girassol, como já tinhas reparado, não estão lá ;) por isso é que eu tenho esta teoria...
Frederico ainda afirma sua confiança no bom trabalho da equipe técnica do filme, e lança mais uma questão curiosa: como começará o filme, já que este inclui apenas "partes" de "O Caranguejo das Tenazes de Ouro", que mostra o primeiro encontro de Tintim e Haddock?

:: Detalhe: segundo o fã-site Tintinology, algumas informações publicadas pelo Total Film (que também foram vistas aqui), estão incorretas. Por exemplo: a saída do roteirista Stephen Moffat se deu depois de este ter concluído o script do longa, na época da greve dos roteiristas de Hollywood. Edgar Wright e Joe Cornish teriam feito apenas alguns ajustes, já que Moffat partiu para a equipe da série britânica "Dr. Who".
E mais, segundo o site, "O Tesouro de Rackham, o Terrível", pode não estar entre os álbuns que farão parte do primeiro filme, pois o próprio Steven Spielberg teria revelado que a história termina junto com o enredo de "O Segredo do Licorne". O editor argumenta que o Professor Girassol, fundamental no desenrolar de 'O Tesouro de Rackham', nunca apareceu em qualquer lista divulgada. Mas considerando a hipótese apresentada pelo leitor, pode ser apenas um engano...
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22 julho, 2010

Tribunal volta a adiar a decisão sobre racismo em "Tintim no Congo"

A justiça belga adiou novamente uma decisão sobre as denúncias de racismo contra os editores do livro “Tintim no Congo” e exigiu 15 mil euros de caução a um dos queixosos residentes da República Democrática do Congo.

Na última segunda-feira a justiça belga adiou pela segunda vez a decisão sobre as denúncias de racismo contra os editores de "Tintim no Congo". Dois processos contra o álbum de Hergé, publicado pela primeira vez em 1930, continuam em andamento. O primeiro é o mais conhecido, pois envolve o congolês residente na Bélgica Bienvenu Mbutu Mondondo, que exige que a obraeja retirada de circulação ou que passe a incluir um aviso sobre conteúdo racista.

O segundo queixoso, Yves Okota, também natural da República Democrática do Congo, quer apenas a inclusão do aviso no livro, imitando o que já aconteceu no Reino Unido. No final de maio, quando o Tribunal de Primeira Instância adiou, pela primeira vez, o resultado do processo, a Casterman e a Moulinsart foram obrigadas a depositar 15 mil euros de caução como idenização a Okota.

Pelo menos até setembro, permanece pendente a decisão quanto a quem julgará o caso: o Tribunal de Primeira Instância ou do Comercial.

:: Em tempo: Se ainda não viu, veja agora as três primeiras partes do especial sobre Tintim no Congo clicando aqui, aqui e aqui. Em breve o blog vai falar sobre a grande polêmica ao redor do álbum: afinal, Hergé foi racista ou não?
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18 julho, 2010

Total Film: Tudo o que sabemos sobre o filme de Tintim


O site Total Film publicou na última sexta-feira, 16, uma matéria especial sobre o filme 'As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne'. Como propõe o título, a série de artigos aborda tudo o que sabemos sobre a produção de Steven Spielberg e Peter Jackson, e o blog aproveita para destacar aqui os pontos principais.

Entre outras coisas, a matéria fala a respeito o elenco e a direção do filme, sem deixar de contar a velha história sobre como Spielberg conheceu a obra de Hergé. A técnica de captura de movimentos volta a ser discutida, somando-se a depoimentos de membros da equipe envolvida na trilogia. "Os personagens de Hergé foram renascidos como seres vivos, expressando emoção e uma alma", é o trecho de uma entrevista de Steven Spielberg à Variety. "Eles vão muito além de tudo que vimos até agora com personagens animados por computador".

Algumas curiosidades também são reveladas, ou pelo menos relembradas, como a escolha de Jamie Bell para o papel principal, depois da saída de Thomas Sangster do elenco: tudo ocorreu depois de um telefonema de Peter Jackson oferecendo esta grande oportunidade ao jovem ator britânico, que já havia trabalhado com ele em "King Kong".

A saída de Stephen Moffat da produção, abandonando o roteiro de 'Tintim' para se dedicar à sua amada série "Dr. Who", também é um dos assuntos do especial. Segundo o Total Film, roteirista foi substituído por Edgar Wright e Joe Cornish, que tiveram de re-escrever o script. O site afirma ainda que a escolha pode ter sido muito boa para o lado cômico do filme, já que a dupla é responsável por algumas comédias de sucesso.

Os intérpretes de Dupont e Dupond, Simon Pegg e Nick Frost, respectivamente, são citados junto com uma declaração do primeiro sobre a tecnologia utilizada no longa: "Você pode realmente ver-se como seu personagem no monitor... Mesmo que esteja longe de ser tão brilhante como ele vai ser depois de finalizado, é como um bom jogo N64 de você mesmo!" Sobre a natureza cômica dos personagens, Pegg disse: "São dois detetives disfarçados... mas estão sempre enganados. Eles são ótimos, divertidos personagens para se interpretar".

Um problema potencial que voltou a ser comentado na matéria foi a baixa popularidade de Tintim no mercado norte-americano. Mas o ator Simon Pegg afirma estar certo de que o filme vai conquistar uma legião de novos fãs dos EUA. "Houve uma conversa sobre ninguém saber quem é Tintim", disse ele ao Collider recentemente, "mas é uma coisa muito estranha de dizer, porque ninguém sabia quem era Indiana Jones em 1979! Tintin é uma grande, uma grande história de aventura."

Apesar de o primeiro filme da trilogia só chegar aos cinemas em dezembro de 2011, o site já traz especulações sobre o segundo. O diretor Peter Jackson tem algumas idéias em mente para onde quer levar o repórter na sequência, confessando estar "parcial entre 'As 7 Bolas de Cristal' e 'O Templo do Sol'", seus favoritos. Mas, como disse em entrevista à MTV, está mantendo as opções em aberto. O Total Film garante, contudo, que o enredo de Tintim na Lua já foi rejeitado. "Sem lua no segundo", disse Jackson. "Mas eu acho que [viajar à] lua seria ótimo para um terceiro ou quarto filme. Acho que devemos ficar na Terra no segundo. Nós não começamos a escrever esse roteiro até o próximo ano, quando estamos concluindo o roteiro de O Hobbit, então eu tenho um pouco de tempo para mudar minha mente", conclui.

Se quiser ver a matéria completa em 12 partes, acesse o Total Film.
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14 julho, 2010

Últimas do elenco de Tintim


Enquanto o Boletim Especial não chega, confira algumas notícias relacionadas ao elenco do longa 'As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne'...

:: Segundo o site Music Room, o ator Daniel Craig passou por uma situação no mínimo constrangedora durante as filmagens de 'Tintim'. Para viver o pirata Rackham, o Terrível, o atual James Bond teve de vestir os típicos macacões de lycra utilizados para captura de movimentos. De acordo com o site, Steven Spielberg revelou que o ator não estava nada satisfeito com isso. "Quando estávamos filmando Tintim, Daniel Craig estava no set em seu traje de performance capture e eu convidei Clint Eastwood para ver o que estávamos fazendo, porque ele nunca tinha visto o mundo da tecnologia digital de captura de movimentos", lembrou o diretor durante entrevista à Empire. "Daniel veio para mim e disse: 'Há um boato por aí que você convidou Clint Eastwood para visitar o set?' Eu disse, 'Sim'. Daniel disse: 'Eu não posso encontrá-lo deste jeito. Eu sonho conhecer este homem minha vida inteira, você o convidou e eu vou aparecer assim?'"

:: Confirmado: o ator Jamie Bell, que dará vida a Tintim nos cinemas, não interpretará o herói do novo filme do "Homem-Aranha". A Sony Pictures - que também distribuirá Tintim fora dos EUA - divulgou no início do mês que o mascarado Peter Parker será trazido de volta às telas pelo ator Andrew Garfield. O curioso é que a ideia do filme é trazer o personagem para a adolescência, mas o ator que interpretará o protagonista tem 27 anos. Jamie Bell, de 24, era um dos mais cotados para o papel, e disputou a vaga com Josh Hutcherson (17), Frank Dillane (19), Aaron Johnson (20), entre outros.

:: O ator Andy Serkis, intérprete do Capitão Haddock no primeiro longa da trilogia baseada na obra de Hergé, está confirmado no elenco do filme "Rise of the Apes", prelúdio de "Planeta dos Macacos". No longa da Fox, Serkis viverá o protagonista, um macaco chamado César, que se volta contra os humanos. Gerado por captura de movimentos, este será o segundo macaco que o ator interpreta, depois do gorilão de "King Kong". A estreia do longa está marcada para 24 de junho de 2011, alguns meses antes de Tintim.

:: Com a confirmação de Peter Jackson na produção de "O Hobbit", há grandes chances de o cineasta assumir a direção, abandonada por Guilhermo Del Toro. O produtor do primeiro filme de Tintim e diretor do segundo já está à procura de atores para o elenco do filme, que só deve estrear em 2012. O ator Andy Serkis está confirmado no elenco, depois de duas parcerias com Jackson: na adaptação de Tintim e na trilogia "O Senhor dos Anéis".
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10 julho, 2010

Curiosidades sobre a aventura de Tintim no cinema


Em comemoração aos 2 anos de blog, vem aí um Boletim Especial! Enquanto ele não chega, fique com algumas informações e curiosidades sobre a adaptação de Tintim para as telonas, desde os atores já envolvidos até questões ainda não respondidas sobre a trilogia...

:: O conselho da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood finalizou as regras para o 83ª entrega do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. Além do aumento de três para cinco indicados na categoria Melhores Efeitos Visuais, houve uma mudança importante na categoria Melhor Filme de Animação. A academia agora define "animação" como um "filme com tempo de duração de mais de 40 minutos, no qual movimento e interpretação dos personagens são criados usando uma técnica de quadro-a-quadro. A captura de movimento, em si, não é uma técnica de animação. Além disso, um número significativo de personagens principais deve ser animado, e a animação deve aparecer em 75% da duração total do filme". O grifo é nosso.

.: Com essas modificações, podemos concluir que o longa de Tintim não poderá concorrer na categoria de Melhor Animação - a não ser que para a premiação de 2012 novas alterações sejam feitas, o que é bem difícil. Dessa forma, além das categorias que não sofreram mudanças (como Melhor Diretor, Fotografia, etc.), o longa 'O Segredo do Licorne' terá um grande desafio se quiser ganhar o prêmio de Melhor Filme. Pelo menos uma coisa é certa: com o aumento de indicados na categoria de Efeitos Visuais, são grandes as chances de Tintim sair vencedor. Isso, claro, a depender dos concorrentes...

:: Quem já leu os álbuns de Tintim que serão adaptados para o cinema e comparou com a lista de atores já divulgada deve ter percebido que estão faltando alguns personagens. Eu, por exemplo, notei que não foram incluídos no elenco atores para os papéis do Professor Girassol (que aparece em "O Tesouro de Rackham, o Terrível", onde constrói o submarino-tubarão), dos irmãos Pardal (principais vilões do álbum "O Segredo do Licorne") e do mordomo Nestor (que atua nos dois álbuns). Será que 'O Tesouro de Rackham' não fará parte da história?

:: Por sua vez, a ficha técnica do filme apresenta um personagem chamado Allan, que é descrito como ajudante do pirata Rackham (mas bem que poderia ser o comandante do Karaboudjan, Allan Thompson, que aparece em "O Caranguejo das Tenazes de Ouro"). Outra que estranhamente consta na lista é Bianca Castafiore, que não aparece em nenhum dos três álbuns que servem de base para o filme. Apesar de Castafiore estar incluída, seus funcionários, Igor Wagner e Irma, não estão. Será que a diva da ópera fará apenas uma breve aparição?!

:: Detalhe: tomando como base as fotos das gravações divulgadas aqui, o responsável por Milu será Nick Rodwell, marido da viúva de Hergé e administrador da Moulinsart. Rodwell deverá ter seu nome incluído nos créditos, como produtor executivo.

:: Quando negociou pela primeira vez - com o próprio Hergé - para levar Tintim para as telonas, Steven Spielberg convidou Melissa Mathison, que colaborou no roteiro de "E.T. - O Extraterrestre", para escrever uma aventura em que Tintim enfrentaria comerciantes de marfim na África - indo de encontro com o que o próprio personagem havia feito no Congo. Como a tecnologia na época era limitada, Spielberg desistiu e passou a se dedicar ao terceiro longa da franquia "Indiana Jones"... Segundo rumores, partes da história de "A Última Cruzada" foram retiradas do roteiro que Mathinson escrevera para Tintim.

:: Você sabia que antes de Jamie Bell, o ator Rupert Grint, da saga "Harry Potter", foi cotado para fazer o papel de Tintim? Na década de 80, quando Spielberg estava decidido a fazer um filme baseado nos álbuns de Hergé, os atores Henry Thomas (protagonista de "E.T"), Christopher Lambert e Jean-Claude Van Damme (pasmem!) estiveram na lista de possíveis intérpretes do personagem de Hergé. Ainda outro que poderia encarnar Tintim no cinema foi Leonardo DiCapro, mas dizem que ele era muito alto para o papel.

:: Falando nisso, vasculhando os arquivos da internet, descobri que os atores Jack Nicholson, Dustin Hoffman, Richard Gere e Tom Hanks foram citados como possíveis intérpretes do Haddock, enquanto Courtney Love poderia dar vida e voz a Bianca Castafiore. Diretores renomados teriam se interessado em assinar a adaptação de Tintim para o cinema, como Roman Polanski e Claude Berri (diretor do primeiro live-action de "Asterix e Obelix"). Mas o preferido de Hergé era mesmo Steven Spielberg, que acabou ficando com o primeiro filme da trilogia.
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09 julho, 2010

Tintim no Congo também tem vilões

Na postagem anterior, você viu detalhes sobre os personagens coadjuvantes de Tintim no Congo. Mas ficaram faltando os vilões, que também estão presentes nesta aventura. Apesar de não aparecerem em mais álbuns e não terem tanto destaque como outros vilões criados por Hergé, são eles que ilustram esta parte do nosso especial.

Tom: Podemos considerá-lo como primeiro vilão de Tintim, já que no álbum anterior o protagonista não teve um inimigo tão determinado, a ponto de participar da aventura quase completa. Aparece pela primeira vez na página 5, viajando clandestinamente no mesmo navio em que Tintim e Milu estão. No país africano, ele faz o possível para atrapalhar os planos do repórter, desde o roubo de seu carro até várias tentativas de assassinato. Para facilitar a execulçao de seus planos, Tom associa-se com Muganga, feiticeiro da tribo bakana, mas nem uma dupla é páreo contra o destemido Tintim.

As reais motivações deste personagem só serão reveladas perto do fim do álbum, quando Tintim descobre que ele fora enviado por Gibbons (mais detalhes abaixo), a mando de um tal A.C., para lhe dar um sumiço. É claro que este protótipo de vilão não consiguirá acabar com o protagonista, mas durante todo o álbum ele mostra que é capaz de ir até onde for possível para cumprir sua missão.

Muganga: O feiticeiro dos bakanas aparece pela primeira vez na página 24, onde se mostra incomodado com o sucesso que Tintim faz na tribo. Invejoso, junta-se a Tom numa série de tentativas para se livrar do repórter. Em certa ocasião, consegue fazer a tribo se voltar contra Tintim, mas o rapaz dá a volta por cima e, com a ajuda de Coquinho, Milu, uma câmera e um fonógrafo, faz todos descobrirem quem realmente é este feiticeiro. Apesar de não desistir facilmente, Tom acaba descobrindo o altruísmo do jovem bula-matari (quebra-pedra, como os congoleses chamavam os belgas).

Gibbons: Membro de um grupo de gângsters americanos, aparece pela primeira vez na página 51. Foi ele quem recebeu a ordem de matar Tintim, mas contratou o incompetente Tom para dar conta do serviço. Num bilhete do vilão para Tom, Tintim descobre que o mandante do crime carrega as iniciais A.C., e depois de mais um plano infalível, consegue arrancar de Gibbons sua ligação com Al Capone, o 'rei de Chicago'.

Observação: não confundir o personagem com W. R. Gibbons, um dos vilões de "O Lótus Azul".

Al Capone: Baseado no gângster Alphonso Capone, que realmente viveu nos EUA na década de 1930, o personagem permanece invisível durante toda a aventura. Conhecido também como Cicatriz (Scarface), o criminoso só tem sua identidade revelada no primeiro quadrinho da página 52, quando é citado por Gibbons como grande interessado em controlar a produção de diamantes no Congo. Na aventura seguinte, "Tintim na América", o criminoso volta a aparecer, desta vez mostrando o rosto e reunido com outros mafiosos de Chicago para se vingar de Tintim.

SAIBA MAIS SOBRE OUTROS VILÕES DE TINTIM:
W. R. Gibbons e R. W. Chicklet, inimigos de Tintim
Rastapopoulos, o vilão dos vilões!
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08 julho, 2010

Tintim no Congo e outros personagens

Em sua viagem ao Congo Belga, Tintim contracena com diversos personagens, entre eles brancos e negros. Separei aqui os coadjuvantes de maior importância na história, destacando seu papel no desenrolar desta aventura de nosso querido repórter, bem como suas respectivas estreias no álbum. Confira então a lista dos personagens de Tintim no Congo, por ordem de aparição.

Coquinho: Coco no original, é um negrinho congolês que presta serviços a Tintim. Faz sua primeira aparição na página 11, onde é contratado por Tintim para acompanhá-lo durante toda sua exploração ao território africano. Assim como todos os nativos retratados no álbum, Coquinho tem lábios grossos e fala errado. Apesar de muito medroso, é leal ao "nhozinho", tanto que lhe salva a vida em certa ocasião. Visto que a aventura foi publicada em páginas semanais, à medida que Tintim se embrenhava pelo Congo o personagem ia desaparecendo, até que simplesmente não o vemos mais a partir da página 25.

Bola de Neve: Conhecido como Boule de Neige em francês e Snowball em inglês, o menino é um nativo que aparece ao lado de seu pai em apenas um quadrinho da página 9, onde eles observam o navio que traz Tintim e Milu à África. O quadrinho foi pubicado no blog em junho, como anúncio deste especial; para rever, clique aqui. Na versão original, o personagem aparece com um exemplar do Le Petit Vingtième do repórter em mãos - clique aqui e veja.

O rei dos Bakanas: O personagem não possui nome próprio na edição original, mas seu povo é na realidade chamado de Babaoro'm. Estreou na versão de 1946, ainda em preto-e-branco. Na edição colorida da década de 1970 (a mesma que foi publicada em 2008 pela Cia das Letras), ele aparece apenas na página 21, designando Tintim a participar na caça ao leão.

O chefe dos Kixikes: O líder da tribo inimiga dos bakanas também não tem nome declarado, mas um grande senso de orgulho. Quando os vilões Tom e Muganga armam um plano para colocar os kixikes (m’Hatouvou, no original) contra Tintim, o chefe convoca seu exército, "armado à europeia e muito bem treinado" (veja aqui). Mas o poderoso exército kixike, munido de flechas, lanças e um rifle, acaba se rendendo ao repórter quando vê que não consegue atingi-lo, por mais flechas e lanças que atire... O personagem aparece nas páginas 28 a 30 da edição mais atual.

O missionário: É apresentado como um homem caridoso, enviado ao Congo para catequizar os nativos e cuidar de sua saúde e educação. Por duas vezes ele aparece salvando a vida de Tintim: primeiro na página 33, onde livra o rapaz de ser devorado por crocodilos; depois, na página 46, corajosamente salva o repórter de uma das crueldades feitas pelo criminoso Tom.

O personagem é um dos maiores representantes do paternalismo belga sobre o Congo, e a história leva o leitor a criar uma admiração pela ideia. Mas esta é uma imagem tão imposta que, em dado momento, Tintim chama o personagem de "nosso bom missionário" e Milu, admirado com a missão católica no meio da floresta, exclama que aqueles "missionários são sensacionais". Esta visão cândida sobre a figura do padre mostra uma clara influência de Nobert Wallez na obra de Hergé.

Jimmy MacIntosh: Ele mesmo descreve quem é: o fornecedor dos maiores zoológicos da Europa. Originalmente chamado Jimmy Mac Duff, o personagem apareceu pela primeira vez na edição de 1942, em preto-e-branco, como um homem negro (clique aqui para ver). Foi só na versão colorida que o comerciante de animais se tornou branco. Na edição mais recente, o personagem aparece apenas em três quadrinhos da página 38, esbravejando depois de saber que Tintim maltratou seu leopardo de estimação.

Outros personagens que aparecem no álbum, mas sem muito destaque, são: a tripulação do navio, que inclui um médico que cuida de Milu quando este é picado pelo papagaio; os congoleses que recepcionam calorosamente o repórter em sua chegada a Matari, no Congo; três distintos senhores interessados em contratar os serviços de Tintim para jornais de Nova York, Londres e Lisboa; um grupo de congoleses aparentemente ricos (devido à sua vestimenta), que viajam no trem que bate no carro de Tintim; membros das tribos bakana e kixike; pigmeus que endeusam Milu; policiais negros que, chefiados por um branco, prendem um grupo de gangsters; alunos da missão católica, que não sabem quanto é dois mais dois; o piloto e o co-piloto do avião em que Tintim volta para casa; e por fim os nativos que choram a perda do herói belga.

Sentiu falta dos vilões? Este é o tema da próxima postagem!

SAIBA MAIS SOBRE OUTROS PERSONAGENS DA SÉRIE:
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07 julho, 2010

Tintim no Congo


Depois de retornar da Rússia soviética em 8 de maio de 1930, o mais novo repórter do Le Petit Vingtième foi aclamado por uma multidão em Bruxelas, Bélgica. Entre jovens e adultos, os fãs do pequeno aventureiro mal podiam esperar por sua próxima aventura. E não demorou para Tintim voltar a explorar terras estrangeiras. Sua próxima viagem começaria em junho de 1930, e se estenderia até junho de 1931, em publicações semanais no Le Petit Vingtième. Assim surgia Tintim no Congo, a obra mais polêmica de Hergé.


Sinopse - contém spoilers

Tintim e Milu partem para a África a fim de realizar mais uma reportagem para o jornal Le Petit Vingtième. Os problemas já começam à bordo do navio, onde Milu troca farpas com um papagaio e encontra um passageiro clandestino. Porém, tais acidentes não impedem que os dois chegem ao seu destino, o Congo Belga, uma colônia africana rica em diamantes.


Em solo africano, o repórter e seu fiel fox-terrier são recepcionados por uma multidão de congoleses, que já conhecem sua fama internacional. Antes de começar sua aventura pelas selvas africanas, Tintim contrata Coquinho, um pequeno congolês que lhe serve como guia. Depois de caçar, enfrentar animais selvagens e interagir com os nativos, o rapaz é levado para a aldeia dos bakanas. Lá, o rei designa Tintim a participar da caça ao leão, mas é Milu quem vence o felino, arrancando-lhe um pedaço da cauda.


Enquanto a popularidade de Tintim cresce entre os nativos, Muganga, o feiticeiro da tribo, sente inveja, e por isso se junta ao criminoso Tom, o mesmo que viajava clandestinamente no navio, para dar um fim em Tintim. Sempre contando com a ajuda de Coquinho e Milu, o jovem repórter escapa de qualquer armadilha, e faz o povo saber a verdade sobre os bandidos. Nomeado novo chefe dos bakanas, Tintim resolve problemas e é aclamado pelo povo.


Depois de ser salvo por um missionário católico, Tintim dá aulas a meninos congoleses, que não sabem quanto é dois mais dois! Ele ainda volta a enfrentar outros animais ferozes, como um leopardo e um elefante, até chegar ao confronto final com Tom. Depois de descobrir quem está querendo lhe matar, o repórter é levado de volta para a Europa, e fica sabendo seu próximo destino: Chicago, EUA. Sem saber o que aconteceu com Tintim e Milu, os nativos choram a sua perda, imaginando - coitados - se os outros europeus serão iguais a ele... Clique aqui para ver o final na edição original.


Histórico

Depois do sucesso de Tintim no País dos Sovietes, não havia um caminho que não levasse Hergé a uma nova aventura de Tintim. E ele já planejava voos mais altos: levar o repórter aos Estados Unidos da América, para explorar o então popularíssimo Velho Oeste. Porém, influenciado pelo abade Norbert Wallez, diretor do semanário Le Vingtième Sciècle, o jovem cartunista começou a elaborar uma história em que o personagem apresentaria à juventude belga os valores do colonialismo.

A publicação da aventura de Tintim no país africano começou em 1930, quando o Congo ainda era uma colônia da Bélgica. Entre 1885 e 1907, o rei Leopoldo II explorou até o limite as riquezas naturais do território que, ironicamente, havia batizado como o Estado Livre do Congo. A extração da borracha resultou no extermínio de metade dos 20 milhões de congoleses existentes. Aquela ação desumana chamou a atenção do Parlamento da Bélgica e de outras nações civilizadas, que foram obrigados a intervir. Depois de mais de duas décadas de opressão, o país se viu livre do domínio do terrível monarca, mas continuou sob a tutela do governo belga. Só há 50 anos o Congo Belga teve sua liberdade de fato declarada, tornando-se o que é até hoje, a República Democrática do Congo.

Como nunca havia saído de sua terra natal, Hergé foi em busca de referências para retratar o Congo Belga. As principais bases conhecidas para o desenvolvimento do álbum foram os arquivos do Museu Colonial de Tervueren e o livro "Les silences du colonel Bramble", romance de sucesso de André Maurois, do qual ele reproduziu toda uma cena de caça (ver as páginas 15 e 16 do álbum). Contudo, assim como acontecera no álbum anterior (e voltaria a acontecer no seguinte), as fontes utilizadas por Hergé não foram as melhores, e o resultado foi uma visão bastante estereotipada do povo africano.

No ano de estreia da história, a colônia belga na África continuava sendo explorada. Oitenta vezes maior que o país que o colonizava, o Congo tinha um subsolo extremamente rico. Nessa época, faltava mão-de-obra. Hergé, portanto, devia fazer uma propaganda deste país. O trabalho de propaganda, no entanto, não se restringia ao colonialismo. Especificamente na metade final do álbum, o que se vê é um enaltecimento do serviço missionário. A figura do católico que cuida dos colonos e se preocupa com o bem do próximo é reforçada quando o padre salva a vida do repórter duas vezes, sem ser atrapalhado pela idade ou pela batina. Com isso, criou-se um retrato favorável às ideias colonialistas da Bélgica: o inocente povo africano precisa ser "salvo" pelos sábios europeus.

O próprio Hergé confirmou o erro que cometera. Em entrevista concedida pouco antes de sua morte, o autor disse: "Da mesma maneira quando desenhei Tintim no País dos Sovietes, ao desenhar Tintim no Congo eu estava alimentado de preconceitos do meio burguês no qual vivia... Era 1930. Conhecia deste país apenas o que as pessoas contavam na época: 'os negros são grandes crianças, felizmente estamos lá!', etc. E desenhei os africanos de acordo com estes critérios, de puro espírito paternalista, que era o da época na Bélgica".

Curiosamente, "Tintim no Congo" é o álbum mais popular e apreciado do personagem na África.

Publicações

A história foi publicada em páginas semanais de 5 de junho de 1930 a 11 de junho de 1931, no Le Petit Vingtième, suplemento info-juvenil do jornal Le Vingtième Siècle. Em 1931, foi publicada pela primeira vez como álbum em preto-e-branco. Com 120 páginas, o volume foi editado primeiramente pelas Editions du Petit Vingtième. Em 1937, uma nova edição, ainda em preto-e-branco, chegou às livrarias. Lançada pela Casterman, que a partir dali passou a publicar os álbuns de Tintim com exclusividade, a edição suprimiu qualquer referência ao Petit XXeme.

Em 1946, Hergé publicou, também pela Casterman, uma nova versão do álbum, agora totalmente redesenhada. Foi a primeira edição colorida, onde o autor reduziu de mais de 100 para 62 páginas, um padrão que se manteve nos álbuns a seguir. As modificações incluíram a melhora dos cenários, o corte de algumas partes e alteração de diálogos para torná-los mais vivos. Foi o máximo que Hergé conseguiu fazer para tentar diminuir a ideologia colonialista sem alterar a história por completo.

Mas, as polêmicas ao redor do álbum começaram cedo. Isso fez com que a publicação em francês fosse interrompida em finais dos anos 1950, e o livro passou mais de dez anos "enclausurado". Em uma carta datada de 26 de junho de 1963, Hergé implorava ao seu editor pela republicação do álbum, ao menos na Europa. Ele alegava que seus personagens eram "negros de fantasia", uma caricatura, assim como todos os personagens de sua extensa obra. Seu clamor não foi imediatamente atendido, mas ganhou a atenção dos fãs, incluindo jovens leitores africanos.

Ironicamente, a iniciativa para o retorno da publicação de "Tintim no Congo" partiu de uma revista do próprio Congo (àquela altura já independente, chamado Zaire). Em dezembro de 1969, o número 73 da revista Zaire fez diversos elogios à obra, estimulando sua republicação no mundo todo. O artigo defendia que, "se algumas caricaturas do povo congolês em Tintim no Congo fazem rir os brancos, eles fazem rir abertamente os congoleses, porque os congoleses encontram razões para isso na forma como o homem branco os via".

As diferentes versões de "Tintim no Congo"
Após ter sido publicado em várias partes do mundo, o álbum chegou à Escandinávia em 1970. Mas a cena da explosão de um rinoceronte chocou tanto a editora Egmont que eles pediram a Hergé que fizesse uma versão menos violenta do encontro com o animal. Esta versão da página 56 - veja a comparação abaixo - é a que está presente nas edições mais atuais do álbum, incluindo a que foi lançada no Brasil em 2008 pela Cia das Letras.


Curiosidades


:: Apesar de o Congo Belga ter sido declarado independente apenas em 1960, logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, Hergé fez uma revisão do ábum, considerando que continha uma visão demasiadamente “colonialista e paternalista”. Uma das modificações mais notáveis aconteceu na cena que hoje aparece na página 36 do álbum: enquanto na edição revisada Tintim dá aula de matemática a meninos congoleses, na primeira edição, em preto-e-branco, a aula é de geografia e, apontando para um mapa desenhado no quadro-negro, o repórter declara: "Hoje vou lhes falar sobre vossa pátria: a Bélgica".


:: Quando foi publicada pela primeira vez em Portugal, na revista O Papagaio, a história foi batizada de "Tim-Tim em Angola". A versão portuguesa da aventura mostrava “Tim-Tim” como um repórter lusitano, ao invés de belga, visitando não o Congo, mas a então colônia portuguesa de Angola. Nesta versão, Milu foi rebatizado como Rom-Rom, e apresentado como uma fêmea de pelo amarelo.


:: Na versão mais recente do álbum, os Dupondt fazem uma breve aparição no primeiro quadrinho. Mas a verdadeira estreia dos detetives não foi em "Tintim no Congo". Na versão em preto-e-branco, são outros personagens que aparecem observando o embarque de Tintim.


:: Além de Dupond e Dupont, no primeiro quadrinho da página 1 aparem também Quim e Filipe (personagens de Hergé), Edgar P. Jacobs e Jacques Van Melkebeke (colaboradores de Hergé), além do próprio Georges Remi.

:: Menos de um mês depois do fim da publicação de "Tintim no Congo", o Le Petit Vingtième organizou um evento semelhante ao ocorrido com o fim de "Tintim no País dos Sovietes". Em 9 de julho de 1931, um garoto (Henri Dendoncker) e um fox-terrier, acompanhados de dez congoleses, representaram Tintim e Milu no retorno à Bélgica. Uma multidão esteve presente à Gare du Nord, incluindo o próprio Hergé e dois meninos trajados como Quim e Filipe.

:: Apesar de não aparecer escrevendo nenhum artigo, neste álbum Tintim exerce a função de repórter. Entre seus instrumentos de trabalho está um fonógrafo e uma câmera filmadora, que lhe servirão para gravar um documentário.

:: Esta foi só a primeira parte do especial. Mas ainda tem mais! Confira aqui.

Veja também outros especiais:
Tintim na América
Especial Os Charutos do Faraó
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03 julho, 2010

Tintim discrimina os deficientes mentais?

Depois de ser acusada de trazer mensagens ofensivas para os negros, as mulheres e os judeus, a obra de Hergé acaba de ganhar mais um rótulo. Um grupo de psiquiatras espanhóis aproveitou o tumulto causado pelas críticas à suposta presença do racismo nos álbuns de Tintim para denunciar a existência de preconceitos sociais em relação aos deficientes mentais.

"Todo mundo tem atacado Hergé por racista, machista ou cruel com os animais, mas ninguém se pronunciou contra a forma desfavorável na qual ele descreve os doentes mentais, o que dá uma idéia de quão disseminado é o preconceito contra este grupo", diz o psiquiatra Juan Medrano (foto). Na última quarta-feira, 30/06, o especialista apresentou as conclusões de seu trabalho numa conferência de psiquiatras, junto com os colegas José Uriarte e Pablo Malo, e constatou que nas aventuras do jovem repórter há constantes referências depreciativas aos doentes mentais. "Em 'Os Charutos do Faraó', por exemplo, Tintim passeia por um sanatório onde os pacientes são retratados de acordo com os estereótipos mais negativos, enquanto em 'O Lótus Azul' aparece um personagem com problemas psiquiátricos empenhado em decapitar seus pais".

O alcoolismo também tem seu papel na dose de álbuns de Tintim. Seu melhor amigo e companheiro de aventuras, o Capitão Haddock, abusa frequentemente do uísque e em aventuras como "Tintim e os Pícaros", há bebedeiras coletivas que só terminam com ao nascer do sol. Como se isso não bastasse, o único médico que aparece na obra de Hergé, o Dr. Müller, é um psiquiatra que não se sai muito bem. "Em toda a obra de Hergé há uma visão negativa da deficiência mental que corresponde aos valores dominantes de sua época", diz Medrano, que afirma que esta visão não é exclusiva do desenhista de quadrinhos belga. "Se encontram coisas tão negativas, ou piores ainda, em episódios de Asterix, Mortadelo e Salaminho ou Lucky Lucke".

O psiquiatra não pretende acertar as contas com o Tintim, que afinal é apenas um produto dos tempos em que viveu seu autor. "Não queremos criticar os artistas, mas sim analisar suas obras como exponentes de certas atitudes sociais. Nos surpreende que haja pessoas mais dispostas a defender os direitos dos animais do que a considerar a maneira em que se descreveu às crianças europeias há 80 anos atrás como são os deficientes mentais".

Analisar à luz dos valores atuais obras concebidas em outros tempos é um exercício inútil que transforma Hergé em alvo de todos os tipos de críticas. Educado sob severos princípios religiosos, Georges Remi publicou seus primeiros trabalhos em um jornal ultraconservador. Foi nestas páginas que nasceu "Tintim no País dos Sovietes", que satirizava os bolcheviques. Sua segunda aventura, "Tintim no Congo", é a que desperta mais furor, por trazer uma visão considerada "colonialista". Na próxima semana, dando início às comemorações de seus dois anos de vida, o blog trará um especial completo sobre esta polêmica obra. Fique ligado!

Com informações do site El Diario Montanes.
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