04 abril, 2010

Vilões de Tintim: Rastapopoulos

Roberto Rastapopoulos é, sem dúvida alguma, o maior de todos os vilões das aventuras de Tintim. Primeiro por ser o mais presente na série de álbuns - ele participa ativamente de quatro aventuras, superando qualquer outro vilão. Sem falar que, nas histórias em que atua, sempre aparece como o líder da bandidagem, e dono um ódio tão grande por Tintim que acaba se tornando amado e odiado por todos os fãs do herói!

Agora você vai conhecer um pouco mais sobre este temível vilão, e já pode começar por analisar sua ficha criminal:


A História Oficial

Apesar de ter sua estreia atribuída ao álbum "Os Charutos do Faraó" (1934), a primeira aparição de Rastapopoulos aconteceu uma aventura antes, em "Tintim na América" (1932). No terceiro álbum de Tintim, o vilão faz apenas uma pontinha, em um quadrinho da página 57. Ali, o até então não identificado personagem está entre os convidados de um jantar em homenagem ao jovem repórter, sentado ao lado de uma atriz de Hollywood.


A ligação de Rastapopoulos com Hollywood fica mais clara em "Os Charutos do Faraó". No início do álbum, ele tem um encontro nada amigável com Tintim a bordo do navio Epomeo, no momento em que está prestes a bater no atrapalhado Dr. Sarcófago (ou Filemon Siclone). Como o repórter o impede de fazer uma loucura, ele promete vingança. Mais tarde, quando Tintim está no deserto, descobrimos que aquele homem irado é ninguém menos que o presidente de uma produtora de cinema, a Cosmos Pictures, que está rodando um longa chamado "Ódio de Árabe". Ele se desculpa com Tintim, convencendo o repórter (e talvez também o leitor) de sua gentileza. Esta imagem de bom moço permanece intacta por toda a história...

Não é em sua primeira aparição que Rastapopoulos se revela um grande inimigo de Tintim. Na verdade, a relação entre eles é tão amigável, que Tintim se surpreende ao descobrir que ele, aliado ao chinês Mitshuhirato, é o líder de uma gangue de traficantes de ópio. A revelação acontece no álbum "O Lótus Azul" (1936), onde o criminoso assume quem realmente é, dizendo inclusive que foi ele o homem que caiu do despenhadeiro depois de uma luta com Tintim, no final de 'Charutos'. No final das contas, o vilão é levado pela polícia de Xangai, mas sua influência não deve deixá-lo atrás das grades por muito tempo.

Veja também: outros vilões de Tintim

Os leitores têm uma nova surpresa quando Rastapopoulos aparece livre em "Perdidos no Mar" (1958 - "Carvão no Porão", em Portugal), desta vez disfarçado como marquês Di Gorgonzola, um rico aristocrata, dono do luxuoso iate MS Sherazade. Assim como Tintim, a nobreza que rodeia o suposto marquês, incluindo a cantora Bianca Castafiore, nem desconfiam que, camuflado por toda riqueza ostentada pela embarcação que navega pelo Mar Vermelho está o tráfico de escravos, que são transportados no porão. Mas a identidade do bandido, que tem Allan Thompson e Dr. Müller como cúmplices, só é revelada no final da aventura, onde sua carreira é dada por definitivamente encerrada, devido à sua suposta morte...

Mais uma vez Hergé surpreende a todos ao trazer Rastapopoulos "de volta à vida", agora no álbum "Voo 714 para Sydney" (1968). Desta vez, o pilantra trama o sequestro do jato do multibilionário Lazlo Carreidas, onde também viajam Tintim, Milu, Haddock e Girassol. Auxiliado por nacionalistas sondonesianos na ilha vulcânica de Pulau-Pulau Bompa, Rastapopoulos está em busca do número da conta bancária de Carreidas. Em sua maior participação num álbum de Tintim, o grande gênio do crime - como ele mesmo se intitula - passa por um ataque de loucura e implica com um macaco-narigudo. No fim da aventura ele é abduzido por um OVNI, junto com seus comparsas Allan, Spalding e Dr. Krollspell, e nunca mais volta a aparecer... oficialmente.


Além do cânon...

Depois de grandes participações nos álbuns de Tintim, Rastapopoulos chegou às telas dos cinemas no longa de animação "O Lago dos Tubarões", lançado em dezembro de 1972. A aventura foi adaptada para os quadrinhos por Raymond Leblanc, colaborador de Hergé. Contudo, o álbum não foi incluído no cânon oficial. Na história, o objetivo de Rastapopoulos era ganhar dinheiro com réplicas perfeitas de o obras de arte (quem sabe daí não veio a inspiração para "Tintim e a Alfa-Arte"?). Mas ele não contava com a interferência de Tintim, que mais uma vez, agora com a ajuda de dois jovens sildavos, atrapalhou os seus planos. Rastapopoulos bem que tentou fugir, mas acabou preso pela polícia da Sildávia.

Em 1983, Hergé deixou inacabado o álbum "Tintim e a Alfa-Arte". É provável que o autor fosse 'ressuscitar' Rastapopoulos mais uma vez. Os esboços originais de Hergé indicam que o vilão da aventura de Tintim no mundo da arte moderna seria Endaddine Akass, um suposto mago, envolvido em falsificação de obras de arte. Mas alguns rascunhos do criador de Tintim confirmam seu desejo de trazer Rastapopoulos de volta, como pode ser visto aqui. Infelizmente, antes de concluir o álbum Hergé morreu, em março de 1983.

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2 comentários:

  1. Muito bom, principalmente a ficha criminal!
    A dublagem dodesenho é ótima, parabéns ao dublador!

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  2. O dublador já morreu.

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Fique à vontade para soltar o verbo, marujo!

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